POLITÍCA NACIONAL
Deputada espera eleição de, no mínimo, 25% de mulheres para compor a Câmara em 2023
POLITÍCA NACIONAL

A deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC) afirmou, nesta terça-feira (30), esperar a eleição de, no mínimo, 25% de mulheres para a Câmara dos Deputados para a próxima legislatura. Hoje as deputadas ocupam 15% das cadeiras. A declaração foi dada no seminário que comemora um ano da lei de combate à violência política contra a mulher (Lei 14.192/21).
No evento promovido pela Secretaria da Mulher e pela Procuradoria da Mulher da Câmara, também foram apresentadas outras normas novas que podem ajudar a aumentar o número de eleitas e foi lançado o sistema de monitoramento eleitoral do Observatório de Mulheres na Política da Câmara dos Deputados.
“Tenho certeza que nós vamos ampliar a participação das mulheres na Câmara federal e quem sabe a gente chegue a 25% ou 30% nesta legislatura, porque as ferramentas para isso estão sendo dadas, que são o tempo de televisão e rádio, ocupação dos espaços dentro das executivas dos partidos e também o financiamento, que é inegável que ajuda na campanha das mulheres”, afirmou Carmem Zanotto.
Segundo a parlamentar, quando o financiamento era privado os recursos destinados às candidatas não passava de 5% ou 10% do total. Decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2018, previu a destinação de, no mínimo, 30% dos recursos públicos destinados à campanha eleitoral para as candidaturas femininas. Neste ano, a Emenda Constitucional 117 inseriu a regra na Constituição.
Aumento de candidatas
O analista legislativo João Carlos Costa chamou a atenção para o aumento do número de candidaturas femininas para a Câmara dos Deputados neste ano. Conforme ele, o percentual de mulheres candidatas ao cargo passou de 31,6% para 34,5%.
Ele levanta a hipótese de que isso seja influenciado pela reforma eleitoral aprovada pelo Congresso no ano passado (Emenda Constitucional 111), que adotou novas regras para incentivar a eleição de mulheres e negros para a Câmara dos Deputados.
Os votos dados a mulheres e pessoas negras contarão em dobro para a distribuição de recursos do Fundo Eleitoral entre os partidos políticos na próxima eleição.
Segundo o analista legislativo, o Piauí é o estado com mais mulheres candidatas à Câmara, com 41% do total de candidatas para o cargo. “Veja que a única unidade da federação que tem mais de 40% de mulheres candidatas é o Piauí, e ainda estamos bastante longe dos 52% do eleitorado”, salientou.
Antecedência
João Carlos Costa frisou ainda a importância de novo entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a liberação com antecedência de recursos para candidaturas de mulheres. “Até a primeira parcial da prestação de contas, é necessário que os recursos já sejam disponibilizados, para que não aconteça como em 2018, quando muitas mulheres receberam recursos já na reta final, na última semana, e infelizmente não puderam gastar esse dinheiro e acabaram tendo que devolver”, afirmou.
Conforme ele, contabilmente, os recursos aparecem como disponibilizados, mas não foram efetivamente utilizados por não haver tempo hábil na programação. De acordo com o analista legislativo, a Câmara dos Deputados está atenta a esses dados.
Adaptação do Judiciário
Já a assessora legislativa Danielle Gruneich lembrou que em setembro também completa um ano de outra lei aprovada pelo Congresso Nacional: a Lei 14.197/21, que dispõe sobre crimes contra o Estado Democrático de Direito e tipifica o crime de violência política em razão de sexo, raça, cor, etnia e religião.
Ela explicou que a Justiça já se adaptou, em grande parte, para aplicar as normas de combate à violência política. A assessora ressaltou que muitas mulheres sofrem violência política por disparos em massa via WhatsApp. O TSE, explicou ela, recebe denúncias de contas suspeitas de promover esses disparos, informa ao serviço, que verifica as contas.
Danielle Gruneich destacou ainda que o Ministério Público Federal (MPF) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriram canais específicos para o recebimento de denúncias de violência política contra mulheres.
Segundo a assessora legislativa, a violência política também pode ser denunciada ao Ministério Público estadual ou local, à Procuradoria da Mulher da Câmara e ao Ligue 180, que recebe denúncias de violência contra a mulher em geral. Ela lembra ainda que a Lei 14.192/21 também prevê que os partidos políticos alterem seus estatutos para tratar da prevenção e repressão do crime de violência política de gênero.
Monitoramento eleitoral
O analista legislativo Marcus Chevitarese, por sua vez, apresentou os painéis de monitoramento eleitoral do Observatório de Mulheres na Política da Câmara. Montado a partir de dados abertos do TSE, o sistema permite monitorar e analisar indicadores com recorte de gênero sobre as eleições gerais de 2010, 2014 e 2018 e sobre as eleições municipais de 2012, 2016 e 2020.
Ao apresentar os painéis, Chevitarese apontou, por exemplo, que estão sendo direcionados mais recursos para as campanhas femininas, mas a distribuição dos recursos ainda está longe de ser igualitária.
Em 2014, as candidatas à deputada federal receberam 9,7% dos recursos dos partidos destinados para o cargo; em 2018, esse número aumentou para 22,15%. Conforme ele, esse aumento é resultado da regra que prevê no mínimo 30% dos recursos para as candidaturas femininas.
“É muito significativo mais do que dobrar as receitas de 2014 para 2018. Com certeza o piso de financiamento de campanha teve uma importância aqui”, disse. Segundo o analista legislativos, esse aumento de recursos para as candidaturas se refletiu na eleição de mais mulheres para a Câmara dos Deputados em 2018, e essa correlação também foi verificada nas eleições de mais deputadas estaduais e vereadoras.
O observatório vai acompanhar os dados das eleições de 2022.
Reportagem – Lara Haje
Edição – Natalia Doederlein
Fonte: Câmara dos Deputados Federais


MATO GROSSO
Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix
O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.
A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.
Sensação de insegurança e repercussão negativa
Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.
Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.
Fake news e manipulação política
A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.
Compromisso com transparência
Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.
A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.
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