POLITÍCA NACIONAL
Debatedores defendem participação de pessoas com deficiência nos projetos culturais para garantir inclusão
POLITÍCA NACIONAL
Em debate sobre inclusão por meio da arte, promovido pela Comissão de Defesa das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados, os participantes defenderam que essa inclusão só é possível se for pensada desde o início dos projetos culturais e levar em conta as diversas formas de deficiência. Para que a acessibilidade seja efetiva, os produtores devem recorrer à consultoria com as próprias pessoas com deficiência, conforme ressaltou a atriz com baixa visão Walleria Suri.
Para a artista, é fundamental que os cursos de formação em artes tenham disciplinas sobre inclusão. Dessa forma, os artistas poderiam pensar maneiras de tornar os produtos acessíveis desde a sua concepção. Hoje, segundo Suri, os produtores só pensam no “público que enxerga, escuta e se locomove”, não veem pessoas com deficiência como consumidoras e muito menos como produtoras de cultura.
Para a atriz, cabe ao poder público estabelecer regras para transformar essa realidade.
Ela defende que a formação cultural inclua disciplinas que tratem sobre acessibilidade. “Na hora que eu procurar esse curso, tenho que entender que a minha produção artística tem que atender a todos os públicos. É muito mais difícil depois você mudar a cultura desse artista”, defende.
Suri lembra que o direito à cultura é previsto na Lei Brasileira de Inclusão. E o descumprimento dessa norma pode ser passível de punição. No entanto, destaca que, para excluir pessoas com deficiência, basta não oferecer recursos de acessibilidade, e “a discriminação pode ser feita de forma velada”.
Como exemplo dos problemas enfrentados pelas pessoas com deficiência, o produtor do Festival de Cultura para Surdos Luegio de Souza afirmou que o Festival de Cinema de Brasília tinha mais segurança que o necessário, mas não tinha intérprete de libras. Segundo o ativista, mesmo quando pensam em alguma forma de acessibilidade, ocorrem problemas como a contratação de intérpretes que não são fluentes e falta de acesso para cadeirantes.
Luegio Souza afirma que para solucionar essas falhas bastaria consultar as pessoas com deficiência. A mesma opinião tem a triz e também produtora do Festival de Cultura para Surdos, Renata Rezende.
Renata também reclamou da dificuldade que pessoas com deficiência encontram quando concorrem a financiamento por meio dos editais de fomento à cultura. Segundo relata, há uma “cota mínima” para esses produtores. E muitas vezes quem não tem nenhum comprometimento físico ou intelectual ainda ganha a concorrência pelas verbas.

Proposta
Com relação à inclusão de temas sobre acessibilidade nos currículos de formação de produtores culturais e a cotas para pessoas com deficiências em cursos de arte, a deputada Erika Kokay (PT-DF) se comprometeu a levar a proposta ao Ministério da Educação. A parlamentar, que sugeriu o debate, também defendeu a reserva de vagas para pessoas com deficiência em editais de fomento à cultura, além da aplicação de parte dos recursos destinados ao setor pelas empresas em projetos de inclusão.
Na concepção de Érika Kokay “é preciso que todas as formas de escutar, de falar e de caminhar sejam legitimadas pelo conjunto da sociedade e estimuladas”.
Ela defende que a cidade seja universal e possibilite o acesso a toda ela e, em particular, à cultura. “A cidade não pode ser negada para absolutamente ninguém, às vezes ela é muito negada para as pessoas com deficiência, mas ela também é negada para mulheres à noite, muitas vezes ela é negada para a população LGBTQIA+”, afirma.
Na opinião da produtora cultural Paula Wenke, criadora do Teatro dos Sentidos em 1997, são necessárias organização e mobilização para envolver a comunidade de produtores culturais na causa da acessibilidade. Segundo a produtora, a classe artística é sensível aos problemas sociais, mas a maioria sequer imagina que um quarto da população se declarou com deficiência em 2010.
Reportagem – Maria Neves
Edição – Rachel Librelon
Fonte: Câmara dos Deputados


MATO GROSSO
Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix
O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.
A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.
Sensação de insegurança e repercussão negativa
Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.
Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.
Fake news e manipulação política
A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.
Compromisso com transparência
Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.
A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.
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