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Deputados reagem à fala de Zema sobre frente Sul-Sudeste contra estados do Nordeste

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A declaração do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que sugeriu criar uma frente dos estados do Sul e do Sudeste em oposição aos estados do Nordeste causou reação entre os parlamentares durante a sessão do Plenário da Câmara dos Deputados desta terça-feira (8).

A sugestão foi feita pelo governador mineiro em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada durante o final de semana.

Vários deputados consideraram que o governador mineiro foi preconceituoso e manifestou uma posição que reforça a polarização política. Zema foi defendido em Plenário por apenas um parlamentar.

O líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), disse que a fala de Zema deve ser repudiada por todos os parlamentares. “É uma fala preconceituosa, que deve merecer desta Casa, independentemente da posição de qualquer parlamentar, o mais veemente repúdio. Esta é a Casa da união, qualquer um que trabalhe pela separação do País está trabalhando contra esta Casa e contra o Brasil”, disse.

Para Guimarães, o Plenário precisa discutir uma moção de censura ao governador mineiro. “O Brasil é único, é uma Federação, e deve estar acima de disputas políticas. O governador mineiro não levou em consideração o fato de que a imensa parte do PIB [Produto Interno Bruto] do Sul e do Sudeste é e foi construída com o trabalho de nordestinos e nortistas”, disse.

O líder do Psol, deputado Guilherme Boulos (SP), chamou de “xenofóbicas” as falas de Zema, especialmente quando o governador mineiro afirma que “o Nordeste é uma vaquinha que produz pouco”. “Há um oportunismo de alguém que, vendo Bolsonaro inelegível, usa o discurso de ódio para ter eleitorado”, afirmou.

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O deputado Gervásio Maia (PSB-PB) afirmou que Romeu Zema “busca holofotes para se promover em torno da direita radical do País”. Ele destacou que vários municípios de Minas Gerais usufruem de benefícios do Banco do Nordeste e da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).

Esse ponto também foi mencionado pela deputada Lídice da Mata (PSB-BA). “Esse governador não tem o que reclamar”, disse a deputada.

Reforma tributária
O deputado Charles Fernandes (PSD-BA) afirmou que as declarações podem comprometer as discussões da reforma tributária no Senado Federal. “É uma fala que estimula o ódio, com o argumento de defender interesses do Sul e do Sudeste”, disse.

Na avaliação da deputada Maria Arraes (Solidariedade-PE), a proposta de Zema é “abjeta, absurda e extremista”. “Junto a minha indignação à de todos os meus colegas aqui presentes e à de todos os nordestinos e nordestinas, que foram atingidos brutalmente com essa fala extremamente segregadora”, afirmou.

O deputado Rogério Correia (PT-MG) destacou que a fala de Romeu Zema não representa os mineiros. “É preciso dizer que isso é o Zema; isso não é Minas Gerais. Minas Gerais é Guimarães Rosa. Guimarães Rosa cravou que Minas são muitas, e é verdade”, disse.

Para o deputado Helder Salomão (PT-ES), trata-se de uma visão supremacista do governador. “É uma visão de quem quer desunir o Brasil, de quem quer estimular o conflito ao invés de unir o Brasil em torno de um projeto de Nação”, afirmou.

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Já o deputado Josenildo (PDT-AP) afirmou que a ideia de Zema deve ser rejeitada por todos. Ele criticou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que chegou a apoiar a proposta do governador mineiro.

“Devemos rejeitar veementemente essa ideia de que divisões regionais nos levarão a um futuro melhor. Pelo contrário, isso reforça os preconceitos e demonstra claramente que, para eles, trabalhar pelo Sul e Sudeste passa necessariamente por atacar o Norte e o Nordeste”, disse.

Defesa
A posição de Zema foi defendida pelo deputado Luiz Lima (PL-RJ). Ele afirmou que o governador mineiro está sendo criticado apenas por ser um possível candidato à Presidência da República em 2026. “Esses ataques são certamente em relação ao seu favoritismo para a cadeira de presidente”, disse.

Lima aproveitou também para criticar “a classe política do Nordeste” e afirmar que o Norte e o Nordeste têm maior representação na Câmara dos Deputados. “Há mais políticos representando o Nordeste, em comparação às regiões Sul e Sudeste, fazendo o percentual de população. O Nordeste produz menos e recebe muito mais em relação aos impostos arrecadados, e os estados do Nordeste recebem 50% das políticas sociais deste País. Onde está o erro?”, questionou.

Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Pierre Triboli

Fonte: Câmara dos Deputados

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Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix

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O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.

Sensação de insegurança e repercussão negativa

Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.

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Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.

Fake news e manipulação política

A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.

Compromisso com transparência

Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.

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A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.

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