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Debatedores avaliam possível aumento das despesas permitido pelo novo arcabouço fiscal

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As despesas do Orçamento para 2024 (PLN 29/23) ainda podem crescer mais R$ 15,4 bilhões em maio, de acordo com as regras do novo arcabouço fiscal. O cálculo, apresentado em audiência pública da Comissão Mista de Orçamento nesta terça-feira (12), leva em conta uma reavaliação que o governo fará do ritmo de crescimento das receitas até o mês de abril do próximo ano.

O debate foi proposto pelo deputado Danilo Forte (União-CE), relator do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 (PLN 4/23), e pelo senador Laércio Oliveira (PP-SE).

De acordo com o consultor de Orçamento da Câmara Ricardo Volpe, o projeto do Orçamento trouxe um crescimento das despesas de 1,7% acima da inflação. Isso porque o arcabouço permite aumentar a despesa em até 70% da variação real das receitas até junho do ano em curso, que foi de 2,43%. No total, as despesas aumentam R$ 115,3 bilhões em relação ao teto de 2023, atingindo R$ 2 trilhões.

Mas, para 2024, foi aprovada uma regra que permite um aumento de despesa de 2,5% acima da inflação, que é o teto do arcabouço, caso a receita real (acima da inflação) esteja evoluindo mais do que 3,5%. A diferença entre 1,7% e 2,5% corresponderia aos R$ 15,4 bilhões.

Na audiência, porém, o ex-secretário do Tesouro Nacional Jeferson Bittencourt e o pesquisador Bráulio Borges, do Instituto Brasileiro de Economia, disseram que o mercado financeiro não trabalha com o alcance das receitas esperadas pelo governo.

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O ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga disse que boa parte das receitas incluídas não são recorrentes. Na opinião dele, faltam medidas sobre os gastos. “Acho que há um desconhecimento dos grandes desequilíbrios que, em algum momento, vão ter que ser encarados. Eles incluem revisitar o tema da Previdência – as tendências dos números na Previdência são horrorosas. Não dá para esconder isso”, alertou.

Déficit das contas públicas
Jeferson Bittencourt disse que o mercado financeiro acredita na eficácia da regra do arcabouço que corrige as despesas sempre abaixo das receitas. Mas ele avalia que a eliminação do déficit das contas públicas não deverá ocorrer no ano que vem, como estima o governo.

O secretário de Orçamento, Paulo Bijos, lembrou que as metas fiscais têm uma banda de flutuação, de 0,25% do PIB, para cima ou para baixo. Além disso, o descumprimento da meta acarreta um crescimento menor das despesas no ano seguinte.

Paulo Bijos explicou que o governo também está focado na qualidade dos gastos. Ele disse que está trabalhando no orçamento de médio prazo.

“Teremos melhores condições de subsidiar as decisões alocativas, analisando, por exemplo, quanto uma decisão presente de aumento de gasto corrente poderá consumir de espaço futuro daqui três, quatro anos, de espaço futuro para investimentos prioritários para o País”, afirmou.

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“O segundo componente é o da revisão do gasto, no intuito de termos capacidade de oxigenar o ciclo orçamentário anual, rediscutindo a chamada base orçamentária que se carrega de um ano para o outro, de maneira inercial e acriticamente”, acrescentou Bijos.

Divergências
O relator do arcabouço na Câmara, deputado Claudio Cajado (PP-BA), acredita que existe uma discordância sobre as despesas dentro do governo. “Uma ala concorda com o ministro Haddad [Fazenda]. Outra ala tende a fazer com que os gastos aumentem sem que as receitas estejam asseguradas. Isso é um perigo”, advertiu.

Para o deputado Bohn Gass (PT-RS), o Congresso aprova muitas renúncias fiscais e depois desconfia da obtenção das metas fiscais. “Esta Casa vota renúncia e exige equilíbrio do governo. E não quer votar os projetos que o governo está apresentando para nós termos justiça tributária no País. Então isso é uma contradição desta Casa”, criticou.

Cortes menores
O consultor Ricardo Volpe mostrou que o espaço para cortes no Orçamento ficou menor com o arcabouço porque ele retornou com os pisos constitucionais da saúde e da educação.

Segundo ele, os pisos abrangem cerca de R$ 60 bilhões das despesas discricionárias, enquanto o funcionamento mínimo da máquina pública precisa de mais R$ 60 bilhões. O espaço para corte neste cenário seria de apenas R$ 15 bilhões.

Reportagem – Silvia Mugnatto
Edição – Natalia Doederlein

Fonte: Câmara dos Deputados

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Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix

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O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.

Sensação de insegurança e repercussão negativa

Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.

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Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.

Fake news e manipulação política

A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.

Compromisso com transparência

Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.

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A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.

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