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Oficinas e montadoras reivindicam lei sobre equipamentos e softwares para diagnóstico e reparo de carros

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POLITÍCA NACIONAL

Representantes de montadoras, de oficinas independentes e do governo federal defenderam nesta quarta-feira (29), na Câmara dos Deputados, a elaboração de uma lei sobre equipamentos e softwares para diagnóstico e reparo de veículos.

Para as oficinas independentes, os brasileiros têm hoje a liberdade de escolher o médico para operar o coração, mas não quem fará o conserto do carro. A falta de normas limitaria as escolhas do consumidor, afetando a livre concorrência.

“O consumidor tem o direito de ter o carro reparado da forma correta, até por razões de segurança”, disse o presidente do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Rio de Janeiro (Sindirepa-RJ), Celso Mattos.

“Se o reparador não tem todas as informações para fazer a adequada correção do veículo, ele e o consumidor poderão colocar em risco a segurança de quem está dirigindo e de quem está transitando nas vias”, continuou Mattos.

“O Brasil é o quarto mercado de substituição automotiva do mundo, só atrás de Estados Unidos, China e Japão, o que mostra a relevância do setor”, comentou o assessor especial do Sinderepa nacional, Marcelo Gabriel.

O gerente de Assuntos Técnicos da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Gilberto Martins, concordou com a busca de uma solução. “Isso é assunto agora na Europa, então é o momento”, avaliou.

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Monopólio
Os debatedores participaram de audiência pública na Comissão de Defesa do Consumidor realizada a pedido dos deputados Jorge Braz (Republicanos-RJ), presidente do colegiado, e Celso Russomanno (Republicanos-SP), 1º vice.

Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Monopólio dos softwares de reparos de veículos pelas concessionárias. Presidente - Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios - Sindirepa Nacional, Celso Mattos.
Celso Mattos: reparador precisa ter acesso às informações do veículo para a devida correção

Para os deputados, devido a um monopólio de montadoras e concessionárias, as oficinas independentes têm hoje dificuldade no acesso aos equipamentos e programas de computador para diagnóstico e eventual reparo dos veículos.

Participantes do debate lembraram que, no mundo, o tema é discutido há mais de 20 anos. Aqui, o Código de Defesa do Consumidor proíbe a “venda casada”, como poderia ser classificada a assistência técnica nas concessionárias.

O Senado dos Estados Unidos discute desde 2022 um projeto de lei pelo qual os fabricantes de veículos terão de disponibilizar os equipamentos de diagnóstico, manutenção e reparo para fornecedores e oficinas independentes.

Alertas
Segundo Gilberto Martins, da Anfavea, os carros são hoje “computadores sobre rodas”, e as montadoras se preocupam com os riscos decorrentes da eventual liberação ampla do acesso às centrais eletrônicas e à tecnologia embarcada.

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Ele explicou que alterações em códigos poderiam aumentar a poluição emitida pelo carro. A eliminação equivocada de alguns deles afetaria o funcionamento de airbags, enquanto a introdução de outros permitiria o uso de chaves falsas.

“É claro que precisamos de segurança, aprimoramento e treinamento, mas a liberação do acesso é necessária”, defendeu Jorge Braz. “É lógico que não será para qualquer um, mas o consumidor precisa ter o leque de opções”, disse.

“O brasileiro, criativo que é, sempre dá um jeito, e na verdade essas coisas já acontecem, ainda que informalmente, até porque, quando uma pessoa leva o carro na concessionária, o preço do serviço vai lá para cima”, avaliou Braz.

O parlamentar pretende fazer novas reuniões antes de elaborar um projeto de lei. A iniciativa teve apoio de representantes dos ministérios do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; e da Justiça e Segurança Pública.

Reportagem – Ralph Machado
Edição – Marcelo Oliveira

Fonte: Câmara dos Deputados

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Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix

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O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.

Sensação de insegurança e repercussão negativa

Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.

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Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.

Fake news e manipulação política

A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.

Compromisso com transparência

Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.

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A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.

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