POLITÍCA NACIONAL
Chanceler brasileiro diz que reunião entre Venezuela e Guiana é um passo para o entendimento
POLITÍCA NACIONAL
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse nesta quarta-feira (13) que a reunião entre os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Mohammed Irfaan Ali, dificilmente resultará em um acordo, mas é importante para estabelecer a negociação entre os dos países.
Os dois presidentes vão se encontrar nesta quinta-feira (14) em São Vicente e Granadinas, no Caribe, em uma cúpula diplomática negociada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por líderes caribenhos. A Venezuela reivindica a região de Essequibo, rica em recursos naturais e que pertence à Guiana.
“Eu achei até que o presidente da Guiana podia não ir, mas acho que foi um gesto de boa vontade, de ir de conversar. Ninguém espera sair de lá com tudo resolvido, não será assim, mas é um importantíssimo passo no sentido do entendimento”, disse Vieira.
O chanceler brasileiro participou de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional para falar de temas diversos da agenda internacional. A disputa Venezuela-Guiana foi um dos assuntos que dominaram o debate, que foi proposto pelos deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Caroline de Toni (PL-SC) e Carla Zambelli (PL-SP).

Brasil-Argentina
O ministro também foi questionado sobre a relação entre Brasil e Argentina durante a presidência de Javier Milei, que tomou posse no domingo. O assunto foi levantando pelo presidente da comissão, deputado Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP), e pelo deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES). Para este, a ausência de Lula na posse de Milei pode manchar as relações bilaterais. O governo brasileiro foi representado por Mauro Vieira.
“Foi um desprestígio para as relações comerciais entre Brasil e Argentina a ausência do Lula na posse do Milei, tendo em vista o simbolismo que tudo isso representa”, disse Evair Vieira de Melo.
Para o chanceler, as relações entre os dois países não devem ser afetadas. “Tenho certeza de que há, dos dois lados, plena consciência de que a relação não pode ser deixada de lado”, disse Vieira. Ele afirmou ainda que, por deferência do governo argentino, foi o primeiro estrangeiro a cumprimentar Milei logo após a posse, antes dos demais chefes de estado presentes, como o rei da Espanha, Felipe VI.
Conflito na Palestina
Durante a audiência, o ministro também foi questionado sobre a posição brasileira no conflito Israel-Hamas. O deputado General Pazuello (PL-RJ) perguntou por que o Brasil não reconhece o Hamas como um grupo terrorista. “Quem comete atos terroristas é terrorista”, disse Pazuello.
O chanceler afirmou que o Brasil segue o que é determinado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Portanto, só passa a considerar um estado ou grupo como terrorista se a ONU aprovar resolução nesse sentido. “Isso nunca aconteceu com relação ao Hamas”, declarou.
O deputado Augusto Coutinho (Republicanos-PE) elogiou a atuação do governo na repatriação de brasileiros que viviam na região em conflito. “O Brasil foi um dos primeiros a negociar [a repatriação]”, disse. Vieira afirmou que, desde outubro, foram realizados 11 voos e repatriados 1.524 brasileiros.
Acordo comercial
Os deputados também mostraram preocupação com o futuro do acordo comercial Mercosul-União Europeia, cujas negociações se arrastam há mais de 20 anos. O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) avaliou que são poucas as chances de um acerto entre os dois blocos. “Eu mesmo julgo que talvez essa discussão já esteja a ponto de ser deixada de lado, haja vista tantas exigências feitas pela Europa”, disse.
O ministro Mauro Vieira afirmou que as conversas continuam e ele espera que um acordo seja fechado em breve. “Daqui até fevereiro, pelo estado da negociação, poderemos avançar e concluir esse acordo. Podemos ter esperança de concluí-lo ainda”, disse.
Reportagem – Janary Júnior
Edição – Geórgia Moraes
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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