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Edifícios icônicos de Artacho Jurado levam cor ao centro de São Paulo
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Cores vibrantes, elementos decorativos e ornamentais, mistura de estilos, espaços de convivência, muitas pastilhas e alguma dose de rebuscamento e exagero. Estas são algumas das características das obras de João Artacho Jurado (1907-1983), responsável pela construção de alguns dos edifícios mais conhecidos da capital paulista e que introduziu uma nova proposta estética e funcional à história da industrialização de São Paulo.
Criticado por seu exagero e por não ter uma base formal de estudo – ele nunca cursou engenharia ou arquitetura, Artacho foi responsável pela construção de alguns dos edifícios mais icônicos de São Paulo, como o Cinderela, o Louvre, o Viadutos, o Bretagne e o Piauí. Além de compor a paisagem das regiões da Bela Vista e de Higienópolis, no centro da capital paulista, os prédios são utilizados como cenários de produções cinematográficas brasileiras. Sua obra também está na cidade de Santos, no litoral de São Paulo.
Artacho Jurado e seus edifícios são o tema da Ocupação Artacho Jurado, inaugurada nesta quinta-feira (20) no Itaú Cultural, em São Paulo. Gratuita, a exposição apresenta 130 peças entre maquetes, desenhos originais, fotografias, vídeos, publicidade da época e documentos e ficará em cartaz até o dia 15 de setembro.
A curadoria é do antropólogo, curador, pesquisador e roteirista documental Guilherme Giufrida, ao lado da curadora, arquiteta e pesquisadora Jéssica Varrichio e da equipe do Itaú Cultural. A expografia é de Juliana Godoy.
Industrialização
Nos anos 50, quando a cidade de São Paulo se industrializava e se verticalizava, a indústria pregava a padronização de elementos na construção civil, com linhas cinzas e retas. Mas os projetos de Artacho propunham um novo caminho e uma nova arquitetura, juntando o industrial ao artesanal.
Por meio de suas obras, a cidade de São Paulo começou a ganhar elementos mais festivos e coloridos, com uma mescla de texturas e formas. Outra inovação trazida por ele foi que seus prédios adotavam o uso de áreas comuns, para lazer e convívio.
“Artacho Jurado foi um homem muito interessante para a época que viveu porque tinha uma concepção mais ampliada do que poderia ser essa cidade na construção desses prédios que hoje são tão icônicos. Ele também foi um desafiador de cânones. Quando você começa a construir prédios coloridos numa cidade que tem pouca cor, isso chama muita atenção”, disse Tânia Rodrigues, gerente da área de informação e difusão digital do Itaú Cultural e integrante da equipe curatorial da mostra.
Com experiência em desenho industrial, o arquiteto autodidata desenhava a mão os cobogós, gradis de guarda-corpos, a paleta de cores de cada edifício, as marquises das coberturas e as amplas janelas pouco usuais no período.
“Ele aproveitou esse boom do crescimento da cidade e do dinheiro disponível com a industrialização, entendendo que haveria um adensamento populacional no centro da cidade”, explicou Tânia Rodrigues à Agência Brasil. É por isso que boa parte de seus prédios está localizado na região central da capital.
Mercado imobiliário
Outra característica marcante de Artacho Jurado era sua visão sobre o mercado imobiliário. Além da construção de prédios com áreas comuns, ele desenvolveu uma série de técnicas para atrair clientes, promovendo ensaios fotográficos para estimular desejos e perspectivas sociais e culturais de uma época.
Na exposição, por exemplo, há muitas fotografias publicitárias em que mulheres conversam com suas amigas ou brincam com seus filhos nas áreas comuns desses edifícios. Isso demonstra que, para Artacho, a experiência do morar era uma das principais vitrines da vida moderna.
“Havia uma noção de negócio, porque ele construía toda uma estrutura por trás. Então, era o prédio, o formato de venda, o formato de publicidade”, explica Tânia.
Fonte: EBC GERAL


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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