MATO GROSSO
Casal envolvido em invasão e roubo em chácara é preso em flagrante pela Polícia Civil
MATO GROSSO
Um casal, comparsa em um roubo com restrição de liberdade e sequestro e cárcere privado foi preso em flagrante, nesta sexta-feira (21.10), pela equipe da Delegacia de Roubos e Furtos de Várzea Grande, horas após o crime, ocorrido em uma chácara, na região do Formigueiro.
A vítima, de 55 anos, procurou a Derf e estava bastante debilitada quando chegou a delegacia, e traumatizado com a violência sofrida, temendo pela vida. Ele relatou que por volta das sete horas da manhã, um bando armado invadiu sua chácara. O chacareiro estava ordenhando uma vaca, quando viu um veículo Uno e uma motocicleta entrar na propriedade, com cinco suspeitos. Um deles apontou uma arma e anunciou o roubo.
O dono da chácara foi levado para dentro da casa, sob a mira de arma de fogo, amordaçado e amarrado. Os criminosos pegaram seu aparelho celular e apontando a arma para sua cabeça ordenaram que informasse a senha da conta bancária. O bando começou a agredir e torturar a vítima, com chutes pelo corpo e encostaram a arma na cabeça gritando: “passa a senha, senão vamos atirar na sua cabeça e estourar os seus miolos!”.
A vítima foi torturada de várias formas e sempre com a ameça para que entregasse a senha da conta do banco. Os ladrões roubaram R$ 2.500,00 em dinheiro, além de dois aparelhos celulares, um notebook, uma motosserra e uma espingarda de pressão. Mas esses bens não foram suficientes para que parassem a tortura e colocaram a vítima, amarrada e vendada, no porta-malas do Fiat Uno e saíram do local.
O bando ficou dando várias voltas com a vítima dentro do veículo, até que pararam no quintal de uma residência onde se ouvia vozes de uma mulher e de crianças. Ele foi novamente torturado pelos criminosos, dentro do veículo, e não aguentando mais a violência, acabou informando a senha do celular e de sua conta bancária.
Os bandidos acessaram a conta da vítima, de onde fizeram transferências e débito de boletos bancários.
Apuração
Depois de ser liberada, ainda amarrada, na região do Capão Grande, a vítima procurou a delegacia especializada e, a partir das informações fornecidas e dos dados da conta bancária, os policiais da Derf iniciaram a investigação a fim de localizar os criminosos.
Com a identificação das contas que receberam as transferências, os investigadores foram a um endereço de uma mulher, que havia recebido parte dos valores. Questionada sobre o dinheiro, ela afirmou desconhecer, argumentando que não possui conta digital e acredita que tenham utilizado seus dados para a abertura da conta.
Em outro endereço onde estava o casal que foi preso, a equipe apurou que as características físicas do homem batiam com a descrição passada pela vítima. Indagados, o marido e a mulher alegaram que não estiveram no local do crime e que o líder da associação criminosa era outra pessoa, que a função deles no roubo foi apenas ceder a conta bancária e que o outro criminoso prometeu um percentual do que fosse roubado.
Foi apurado que os dois receberam valores do roubo e diante das evidências, o marido e a mulher foram detidos em flagrante. A vítima fez o reconhecimento e afirmou que o homem detido era um dos autores do roubo, inclusive, a pessoa que lhe rendeu com uma arma de fogo.
A delegada Elaine Fernandes, da Derf de Várxea Grande, explica que a quadrilha adotou o modus operandis que tem sido comumente utilizando pelos criminosos, invadindo residências e rendendo famílias a fim de obrigá-las a efetuar as transferências bancárias. “Porém, desta vez, foi muito mais violento, pois amarraram, amordaçaram, vendaram e colocaram a vítima no porta malas do veículo, restringindo a liberdade da vítima por mais de duas horas.
A delegada pontua ainda que a conduta da mulher não foi apenas de receptação dos valores roubados, pois tinha conhecimento de que o dinheiro recepcionado em sua conta era oriundo de roubo e participou decisivamente para o desfecho do crime. “Além de transferir os valores para a sua própria conta, pelo aparelho celular da vítima, junto com seu convivente e comparsa, posteriormente ela cumpriu a ordem do líder do grupo criminoso pulverizando para outras contas bancárias os valores subtraídos da vítima”, afirmou a delegada da Derf.
A titular da Derf destacou ainda que o casal preso em flagrante demonstrou frieza com a vítima ao levá-la amarrada e amordaçada, para a própria residência, onde estavam crianças, transformando o local em cativeiro.
O homem e a mulher foram autuados em flagrante por associação criminosa armada, sequestro e cárcere privado e roubo majorado (concurso de pessoas, emprego de arma de fogo e restrição da liberdade da vítima). Os dois passarão por audiência de custódia e ficarão nas respectivas unidades prisionais à disposição da Justiça.
A investigação segue para localizar os demais integrantes do bando criminoso.
Fonte: GOV MT


MATO GROSSO
Estudo revela déficit de 5 milhões de hectares de Reserva Legal no Mato Grosso e alerta para risco de embargos

Durante reunião realizada entre o Fórum Agro MT e a Frente Parlamentar da Agropecuária de Mato Grosso (FPA-MT), o perito da Polícia Federal, Bernardo Tabaczenski, apresentou estudo que trouxe números alarmantes sobre a situação da Reserva Legal no Mato Grosso, especialmente no bioma amazônico. O levantamento, baseado em dados oficiais do Cadastro Ambiental Rural (CAR), revela um déficit de 4,9 milhões de hectares em todo o bioma de áreas que precisam ser compensadas ou recuperadas no estado.
Segundo Tabaczenski, que ocupa cargo técnico-científico na PF, os resultados foram assustadores. “Eu obtive números que julguei assustadores. Hoje, no bioma amazônico de Mato Grosso, temos quase 29 milhões de hectares de imóveis rurais cadastrados. O déficit de Reserva Legal chega a 5,6 milhões de hectares”, afirmou.
O estudo foi apresentado no InterForensics 2025, em Curitiba, e no Conbrap 2025, em João Pessoa, e contou com a participação de outros dois peritos criminais federais.
De acordo com Tabaczenski, a falta de regularização pode trazer sérios impactos para o setor produtivo. “Essas áreas, quando não regularizadas ambientalmente, correm risco de embargo. O custo de recuperação é altíssimo. Imagine recuperar áreas produtivas em Sorriso ou Nova Ubiratã, que valem milhões. Isso é um fantasma para o produtor”, destacou.
O levantamento aponta que, mesmo considerando todas as áreas privadas passíveis de compensação em unidades de conservação, o número não chega a 700 mil hectares — muito abaixo da necessidade. “Dos 4,9 milhões de hectares de déficit, 4,2 milhões estão totalmente desprotegidos. Isso equivale a um terço da área de soja plantada em Mato Grosso. Ou regularizamos, ou haverá embargos. O problema é urgente”, afirmou.
Apesar de a legislação federal e um decreto estadual permitirem compensação em outros estados da Amazônia Legal, a Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema) tem dificultado a aplicação da medida.
“Existe todo o caminho legal para permitir compensação fora do Estado, mas a Sema ainda não percorreu. Talvez falte o conhecimento da realidade dos dados para que haja uma ação mais efetiva. Enquanto Pará e Rondônia já compram reservas em outros estados, Mato Grosso, que sempre foi vanguarda, está ficando para trás”, alertou o pesquisador.
O deputado estadual e presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, Carlos Avallone se manifestou sobre o tema, e defendeu alterações na legislação para permitir maior flexibilidade.
“Isso traz uma lupa em todo esse processo ambiental e mostra que precisamos sair na frente e autorizar que possamos comprar áreas de compensação em outros estados”, declarou.
Avallone afirmou que pretende articular com o governador Mauro Mendes e com a Assembleia Legislativa para viabilizar uma solução que dê segurança ao setor produtivo. “Se não resolvermos essa questão, o risco de embargo para o produtor será enorme. Temos que permitir que tudo seja feito de forma transparente e legal, porque o déficit é perigoso e precisa de solução urgente”, concluiu o parlamentar.
Já o deputado Nininho manifestou forte preocupação com a dificuldade de regularização e com o impacto das mudanças na legislação ambiental. “Acredito que esse déficit seja resultado de alterações na lei que mudaram os critérios de exploração. Antes, em áreas de floresta, era permitido utilizar 50%, hoje só 20%. No Cerrado, caiu de 80% para 65%. Isso dificultou ainda mais a vida do produtor”, afirmou.
Nininho defendeu a união entre Assembleia, Governo e entidades do setor para encontrar uma saída equilibrada. “Nós temos que fazer esse enfrentamento. Dialogar com a Sema e o Governo, de forma desarmada, para achar um critério justo, que seja bom para o meio ambiente, mas que não seja injusto com os produtores”, completou.
Lei Complementar 801/2024
Avallone também defendeu cautela na regulamentação da LC 801/2024 em Mato Grosso, o parlamentar destacou a importância da lei para fomentar a industrialização no estado. Aprovada pela ALMT e sancionada pelo governador, a LC aguarda, desde o mês de dezembro, sua regulamentação. O texto altera regras do Plano de Desenvolvimento do Estado, impactando incentivos fiscais e a concessão de armazéns, além de fomentar investimentos na industrialização.
O deputado estadual Carlos Avallone (PSDB) afirmou que a lei representa um avanço, mas destacou que a regulamentação precisa ser feita com cautela, para evitar brechas que possam comprometer sua efetividade.
“É uma legislação que já foi aprovada e sancionada, dependendo apenas da regulamentação por decreto. Mas é fundamental que cuidemos dessa regulamentação para fechar as portas e não permitir nenhum tipo de subterfúgio que facilite práticas incorretas, que não é o que nós queremos”, declarou.
Minuta de alteração da fitofisionomia em Mato Grosso
O encontro também discutiu a minuta do projeto de alteração da fisionomia vegetal de Mato Grosso. De acordo com o deputado estadual Chico Guarnieri o projeto visa trazer mais segurança e objetividade aos técnicos.
“A grande verdade é que esse projeto que deve ser apresentado visa deixar as coisas mais claras e objetivas para os técnicos que farão a avaliação de tipologia. No passado, houve muitos problemas com esses analistas. Então, um texto mais claro, objetivo e transparente pode proporcionar segurança jurídica tanto para quem analisa quanto para os produtores”, pontuou.
O parlamentar Diego Guimarães destacou que o projeto traz segurança jurídica ao setor produtivo e que o novo texto será mais profundo e consistente.
“Nós precisamos que o que é floresta seja classificado como floresta e o que é cerrado, seja classificado como cerrado, o modelo que tínhamos era arcaico, injusto e era pouco profundo, nós precisávamos aprofundar e aí, reconhecendo depois o veto do governador, a Assembleia, juntamente com a FPA-MT, passou por esse novo momento do aprofundamento, esmiuçando um pouco mais, trazendo critérios extremamente objetivos, com a finalidade de trazer essa justiça e segurança jurídica para todos os envolvidos. Eu creio que o Mato Grosso vai estar em uma vanguarda gigante, caso a gente possa apreciar, aprovar e colocar na vigência uma lei deste tipo”, explicou.
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