MUNDO
Brasil voltou a participar da geopolítica mundial, diz Lula no Catar
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Em conversa com a imprensa em Doha, no Catar, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (30) que o Brasil voltou a participar da geopolítica mundial e que o país árabe é um parceiro importante nesse processo.
“Quando vim aqui a primeira vez, tínhamos uma relação comercial de US$ 36 milhões. Agora, ela já está em US$ 1,6 bilhão, com potencial de muito investimento do Catar, sobretudo na questão de novas pesquisas, exploração do petróleo, reflorestamento do país, manutenção da agricultura de baixo carbono.”
Após se reunir com o emir do Catar, xeque Tamim bin Hamad al-Thani, Lula voltou a elogiar o papel diplomático do país árabe na mediação do conflito Israel-Palestina e na libertação de reféns. “O Catar teve papel importante para a liberação dos brasileiros que estavam na Faixa de Gaza”.
De acordo com o presidente, ainda há brasileiros em Gaza. Ele citou especificamente o caso de um brasileiro não identificado que continua mantido refém pelo grupo extremista islâmico Hamas e que, segundo Lula, pode ser liberado “por esses dias”.
COP28
Sobre sua ida à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28) em Dubai, ele lembrou que a proposta brasileira consiste na criação de um fundo permanente para financiar florestas tropicais.
“Para você manter o planeta habitável e todo mundo vivendo confortavelmente, não é apenas ajuda para não desmatar. É fazer com que se mantenha a floresta em pé para sempre e que se tente reflorestar aqueles lugares que não têm mais floresta.”
Segundo Lula, o Brasil registra mais de 40 milhões de hectares de terras degradadas e que podem ser recuperadas. “Não apenas para plantar comida, mas para poder reflorestar”, disse.
“Estamos com um vasto programa, muito grande, de investimento em energia verde renovável, de recuperação dessas terras degradadas. E acho que a discussão que vai se dar na COP ainda pode não ser decisiva, mas vamos ter que mudar o jogo para que as pessoas aprendam que o planeta não está brincando, o planeta está avisando: ‘Cuidem de mim porque senão vocês vão perder’”.
“O ser humano não pode continuar sendo irracional. Não pode ser o único animal vivo a destruir seu habitat natural. É a única espécie que mata sem fome, que rouba sem precisar e a única espécie que destrói a cama que dorme. Precisa se reeducar. O humanismo precisa voltar a prevalecer nas nossas decisões.”
Acordo
Questionado sobre as chances de um acordo com países ricos no âmbito da COP28, o presidente disse não acreditar nesse desfecho. “É preciso que as lideranças políticas do mundo tomem decisões mais corajosas e mais rápidas. Precisamos ter uma governança global para ajudar a cuidar do planeta. Se você toma uma decisão qualquer em benefício do mundo e ela tiver que ser votada internamente pelo seu Congresso Nacional, significa que ninguém vai cumprir”.
“Até hoje, os Estados Unidos não cumpriram o Protocolo de Quioto. O Acordo de Paris não foi cumprido em quase nenhum lugar do mundo. Então, se os governantes democratas querem continuar sendo acreditados pelo povo, é preciso que a gente comece a fazer as coisas que as pessoas estão achando que devemos fazer. Não dá para brincar.”
“A gente está vendo enchente onde antigamente não tinha. A gente está vendo seca onde antigamente não existia. A gente está vendo furacão, a gente está vendo coisas acontecendo no planeta que não eram esperadas há dez anos. Agora está acontecendo. É só ver o que está ocorrendo no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Amazonas.”
Fonte: EBC Internacional


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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