MUNDO
Divergências comerciais marcam 61ª Cúpula do Mercosul
MUNDO
Terminou nesta terça-feira (6), em Montevidéu, no Uruguai, a 61ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul. Em fim de mandato, o presidente Jair Bolsonaro decidiu não comparecer ao encontro e foi representado pelo vice-presidente Hamilton Mourão, além do ministro das Relações Exteriores, Carlos França. Ao fim do evento, a Argentina assumiu a presidência pro-tempore do bloco para o próximo semestre.
Esta edição da cúpula foi marcada por divergências comerciais envolvendo os integrantes do bloco, especialmente após a manifestação, por parte do governo uruguaio, sobre o desejo de assinar tratados de livre comércio fora do Mercosul. O país vizinho negocia, inclusive, uma adesão ao Tratado Transpacífico (TPP), que é uma área de livre-comércio que envolve 11 países da Ásia, Oceania e Américas. O movimento de Montevidéu chegou a ser alvo de críticas dos demais sócios que, em comunicado emitido na semana passada, prometeram “adotar eventuais medidas para defender seus interesses no âmbito jurídico e comercial”.
No discurso na abertura da 61ª Cúpula, o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, defendeu o direito dos países do bloco assinarem acordos comerciais que possam ser mais favoráveis.
“Nós queremos estar abertos ao mundo. Lógico que, se vamos em bloco, vamos melhor. É isso que nós queremos, mas não estamos dispostos a ficar quietos, sem fazer nada. Não podemos falar de ruptura, mas de resolver tensões”, disse o uruguaio.
Em resposta, o presidente argentino, Alberto Fernández, disse que uma ação unilateral viola normas internas do Mercosul. “Você diz que não quer ruptura, mas numa sociedade quando alguém não segue as regras, está rompendo com as normas. Se as regras precisam ser mudadas, vamos discutir, mas enquanto isso não aconteça, devemos respeitá-las”, afirmou.
Hamilton Mourão destacou a necessidade de construção de consensos e a preservação das trocas comerciais dentro do bloco. Ele chegou a destacar a atuação do governo brasileiro para ampliar acordos comerciais de forma conjunta.
O presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, ressaltou as assimetrias existentes entre os países do bloco, que são muito desproporcionais em termos geográficos e tamanho de economia, e reforçou a adoção de estratégias comuns.
O Mercosul é considerada a maior iniciativa de integração regional da América Latina, respondendo por dois terços do território, população e Produto Interno Bruto (PIB) da região. As trocas entre os países do bloco somaram US$ 40,6 bilhões, em 2021. Já o intercâmbio comercial do Mercosul com os demais países, em 2021, foi de US$ 598 bilhões.
Edição: Lílian Beraldo
Fonte: EBC Internacional


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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