MUNDO
Governo relança Quilombo das Américas com foco ambiental
MUNDO
O Quilombo das Américas foi relançado pelo governo brasileiro durante a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas de 2023 (COP28), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Encerrado em 2013, o projeto buscava articular as comunidades rurais formadas por remanescentes de pessoas escravizadas em toda a América Latina e Caribe.
Na primeira versão, o projeto tinha a adesão do Equador e do Panamá, além de ter contado com a participação de quilombos colombianos. Desta vez, o projeto ganhou status de programa e, até agora, assinou protocolo de intenções com a Colômbia, que demonstrou interesse em participar da iniciativa.
O objetivo do Ministério da Igualdade Racial (MIR) é articular a luta dos quilombolas de todo o continente com a preservação do meio ambiente, como uma medida para combater as mudanças climáticas. Isso porque pesquisas têm mostrado que, assim como os territórios indígenas, as terras quilombolas são preservadas devido ao modo tradicional de vida de tais comunidades.
“A ideia agora é percorrer a América Latina fazendo encontros bilaterais com os governos, no sentido de construir essa adesão [dos países]. Nós temos uma expectativa e uma ambição de que o projeto agora tenha capilaridade bem maior do que na sua primeira versão. Caso o governo do país não venha a aderir ao programa, podemos articular com as comunidades daquele país de forma independente”, disse o secretário de Políticas para Quilombolas, Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana e Ciganos do MIR, Ronaldo dos Santos.
Segundo Santos, o programa deve ser prioridade da secretaria em 2024. Já foram iniciadas negociações com Equador, Honduras, Costa Rica e Chile. O secretário destacou ainda que um dos objetivos é interligar a pauta quilombola com a do meio ambiente “para que as oportunidades quilombolas sejam compreendidas como público prioritário pelos serviços ambientais prestados, pela conservação dos biomas, onde elas estão inseridas”.
Entre os objetivos do programa, estão a troca de experiência entre os Estados nacionais sobre os marcos legais dos direitos territoriais dessas comunidades; a conservação da biodiversidade; a identidade e ancestralidade quilombola; os sistemas agrícolas quilombolas; e as políticas de cuidado e estratégias de resistência frente às violências sofridas pelos quilombolas e seus líderes.
Lideranças quilombolas brasileiras que participam, em Dubai, da COP28 destacam a importância da demarcação dos territórios para preservação dos biomas. Em evento com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último sábado (2), a representante da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Kátia Penha, afirmou que a diminuição da emissão de gases de efeito estufa no Brasil e no mundo depende da titulação desses territórios.
“Dentre as categorias fundiárias, os territórios quilombolas estão entre as áreas mais preservadas. A aceleração da regularização fundiária dos quilombos é estruturante para permitir que tais territórios continuem a preservar e garantir a biodiversidade brasileira”, destacou.
Áreas preservadas
No Quilombo Kalunga, em Cavalcante, Goiás, a área preservada de Cerrado nativo chega a 83%, mas, no estado, é de apenas 30%, segundo dados de satélite analisados pelo MapBiomas.
Já uma investigação da InfoAmazonia mostrou que 99% dos 144 quilombos analisados na região da Amazônia Legal mantiveram os registros de desmatamento praticamente inalterados por 13 anos.
“É o que ocorre nas comunidades quilombolas Santa Fé e Jesus, localizadas entre os municípios de Costa Marques e de São Miguel do Guaporé, em Rondônia. Por lá, 98% do território tem área florestal preservada, com pequenos pontos de desmatamento que indicam o uso da terra para roçado”, diz a reportagem.
Aquecimento
O desmatamento é o segundo principal fator do aquecimento global, atrás apenas da queima de combustíveis fósseis. No Brasil, o desmatamento é o principal vetor de emissão de gases do efeito estufa.
Os gases do efeito estufa lançados na atmosfera vêm aumentando desde a Revolução Industrial (séculos 18 e 19), impulsionando o aumento das temperaturas, o que tem causado eventos climáticos extremos, como secas prolongadas, chuvas intensas e calor excessivo.
No Acordo de Paris, em 2015, 195 países se comprometeram a combater o aquecimento global “em bem menos de 2º C acima dos níveis pré-industriais”, buscando limitá-lo a 1,5 ºC. Já o Brasil se comprometeu a reduzir, até 2030, em 43% a emissão dos gases do efeito estufa em relação aos níveis de 2005.
Fonte: EBC Internacional


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
-
Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
-
Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
-
Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
-
Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
-
Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
-
Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
-
Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
-
Perda de mercado para concorrentes de outros países.
-
Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
-
Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
-
Carnes bovina, suína e de frango
-
Café
-
Suco de laranja
-
Soja e derivados
-
Minério de ferro e aço
-
Aeronaves e peças da Embraer
-
Cosméticos e produtos farmacêuticos
-
Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
-
MATO GROSSO6 dias atrás
Especialista alerta sobre os riscos do uso inadequado de cintas e coletes ortopédicos
-
MATO GROSSO6 dias atrás
MT Warriors Championship terá disputa feminina profissional
-
MATO GROSSO6 dias atrás
João Lucas Megiolaro apresenta seu primeiro recital solo na Casa do Parque
-
MATO GROSSO5 dias atrás
Justiça autoriza nova blindagem ao Grupo Randon
-
MATO GROSSO4 dias atrás
FPA-MT quer agenda com governador para apontar falhas no sistema CAR 2.0
-
MATO GROSSO3 dias atrás
Sebrae/MT promove AI Tour para capacitar líderes e empreendedores em Inteligência Artificial