Search
Close this search box.
CUIABÁ

POLITÍCA NACIONAL

Bancada feminina da Câmara quer mais transparência no Orçamento Mulher

Publicados

POLITÍCA NACIONAL


Paulo Sergio/Câmara dos Deputados
Deputada Celina Leão discursa no Plenário da Câmara
Celina Leão quer saber o que foi efetivamente gasto com mulheres

A bancada feminina da Câmara dos Deputados vai pedir providências para que o Orçamento Mulher seja mais transparente. A Secretaria da Mulher na Câmara discorda da metodologia adotada pelo Ministério da Economia.

No relatório Mulher no Orçamento, divulgado em janeiro, o ministério apresentou a execução orçamentária do ano passado sob a perspectiva feminina. As iniciativas abrangem R$ 236 bilhões em 79 ações orçamentárias que, se parte delas beneficia homens e mulheres, atingem principalmente as mulheres, segundo explicação do ministério.

As ações estão distribuídas em 27 programas do Plano Plurianual (PPA) 2020- 2023 e 11 órgãos orçamentários distintos que envolvem Saúde, Educação, Proteção Social, Autonomia Econômica, Enfrentamento da Violência contra Mulheres, e Acesso a Direitos como moradia, transporte, cultura e lazer.

Em nota técnica, a coordenadora da bancada feminina, deputada Celina Leão (PP-DF), afirma que o valor aplicado para as mulheres foi superestimado porque inclui os recursos totais das ações orçamentárias, não os dados separados por segmentos, mesmo nos casos em que há possibilidade de corte por gênero.

Leia Também:  Secretaria da Mulher debate 90 anos do voto feminino e violência política contra mulheres

Desafios metodológicos
“O que foi gasto com universidade especificamente para mulheres? O que foi gasto com saúde pública que beneficiou realmente as mulheres?”, questiona Celina Leão acrescentando que recomendou ao Ministério da Economia um delineamento mais claro “para que essa política pública tenha realmente alcançado as mulheres, não o contexto onde está uma mulher inserida”.

Em nota, o governo admite limitações e desafios metodológicos encontrados na análise porque algumas políticas públicas são passíveis de identificação das parcelas de mulheres beneficiadas, mas os registros administrativos não são preenchidos e, por isso, os números não estão disponíveis.

Um exemplo apontado pela coordenadora da bancada feminina são as políticas públicas de assentamento e de assistência técnica e extensão rural, que não trazem detalhamento de execução, o que pode estar gerando mais desigualdade se os valores e as ações beneficiarem mais homens do que mulheres.

Especialista em políticas públicas, a professora da Universidade de Brasília Ana Paula Antunes Martins explica que o Orçamento, apesar do caráter técnico, é uma peça política porque expressa um projeto de sociedade e um plano governamental que fundamenta decisões de políticas públicas.

Leia Também:  Comissão aprova projeto que cria política de recuperação de cursos de água urbanos

Ela defende um orçamento sensível a gênero, que considere que existem mulheres mais vulneráveis à desigualdade do que as outras.

“Como as mulheres negras, as mulheres rurais, as mulheres com deficiência, as mulheres trans, as mulheres de baixa renda”, cita Ana Paula.

“E nesse sentido é muito importante que o Orçamento reflita essas necessidades na medida em que realiza um planejamento democrático e que desenvolva mecanismos de controle social e que seja possível identificar a execução orçamentária de acordo com as necessidades específicas das mulheres porque isso reforça a nossa democracia e promove o combate à desigualdade”, afirma a professora.

Providências
Para garantir mais clareza, a deputada Celina Leão vai pedir à Consultoria de Orçamento da Câmara uma análise das ações orçamentárias dos últimos dez anos identificadas no Orçamento Mulher. Além disso, a parlamentar adianta que fará
uma audiência pública para discutir o relatório com os técnicos envolvidos na elaboração, e pedirá ao Tribunal de Contas da União (TCU) que acompanhe a metodologia usada pelo governo.

Reportagem – Luiz Cláudio Canuto
Edição – Natalia Doederlein

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

Publicados

em

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

Leia Também:  Cancelada audiência com Paulo Guedes sobre nomeação de irmã dele para o Conselho de Educação

 

Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

Leia Também:  Câmara analisa moções de repúdio à Federação Espanhola de Futebol em razão de atos racistas contra Vini Jr; acompanhe

E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

CUIABÁ

VÁRZEA GRANDE

MATO GROSSO

POLÍCIA

MAIS LIDAS DA SEMANA