POLITÍCA NACIONAL
Debatedores destacam importância de atletas participarem das decisões de entidades esportivas
POLITÍCA NACIONAL
Debatedores destacaram, na terça-feira (2), a importância de atletas participarem ativamente das decisões das entidades esportivas. O tema foi discutido, na Câmara dos Deputados, pela Comissão do Esporte a pedido dos deputados Luiz Lima (PL-RJ) e Mauricio do Vôlei (PL-MG).
O presidente da comissão de atletas do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Fabiano Peçanha, explicou que o colegiado tem 25 integrantes, foi eleito pela primeira vez em 2009 e funciona como um porta-voz dos esportistas no COB.
“Do total de membros, 21 são atletas que representaram o País em pelo menos uma das duas últimas edições dos Jogos Olímpicos. Desses 21, 19 têm assento na assembleia do COB, o que representa 1/3 dos votos”, informou. “Os outros 4, para fechar o time de 25 integrantes, são atletas que estiveram em edições mais antigas dos Jogos. Isso foi um pleito da nossa comissão para reconhecer a importância de grandes nomes do esporte nacional”, acrescentou.
Luiz Lima e Maurício do Vôlei lembraram que a Lei 13.756/18 garantiu o direito de que 1/3 dos votos dos colégios eleitorais das confederações esportivas seja exercido por atletas. Cinco anos depois, a Lei Geral do Esporte manteve esse dispositivo.

Fabiano Peçanha afirmou ainda que, embora não possam votar na assembleia do COB, os atletas veteranos contribuem com suas opiniões, como é o caso da ex-jogadora de basquete Hortência.
A comissão de atletas, disse Peçanha, está em processo eleitoral atualmente. Nesta semana, termina o prazo para candidatura de esportistas que participaram de Jogos Olímpicos até Tóquio 2020. Para participantes da Olimpíada de Paris 2024, o prazo de candidatura será de 22 a 24 de julho.
Independência
Luiz Lima, que presidiu a reunião, questionou o presidente da comissão do COB sobre o pagamento dos atletas, que, segundo o deputado, poderia prejudicar a independência deles como representantes.
Fabiano Peçanha respondeu que todos os 25 integrantes têm direito a uma remuneração, paga pelo Comitê Olímpico, por reunião, mas com o limite de até dois encontros por mês. No ano passado, foram 33 reuniões ao todo.
“A comissão é independente, com uma personalidade, eu diria, muito forte de ir no que é justo e ir naquilo que acha que é correto”, comentou.
Confederações
Dezenas de presidentes de comissões de atletas de confederações esportivas participaram da audiência pública. O da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), Cleiton Cezário Abrão, afirmou que, em sua comissão, há uma participação intensa dos atletas associados. “Somos em 9: atualmente, 4 homens e 5 mulheres. A gente busca trazer esse olhar do esportista para dentro da gestão”, declarou.
Outro exemplo é a comissão de atletas da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM), com 3 mulheres e 3 homens. Também há 1/3 de atletas paraolímpicos. O colegiado funciona como órgão consultivo da confederação, segundo o presidente da comissão, Gustavo Kenzo. “Nosso papel é utilizar da experiência como atletas para propor melhorias.”
São 15 atletas na comissão de atletas da Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD), conforme a presidente da comissão, Valéria Rodrigues dos Santos. Lá são 3 membros de cada região do Brasil, para manter a representatividade nacional, e 30% das vagas para mulheres.
Da Rádio Câmara – MO
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.