POLITÍCA NACIONAL
Debatedores reforçam importância de combate a discursos nazistas e de ódio
POLITÍCA NACIONAL

Em seminário realizado na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (23) sobre a banalização do holocausto, debatedores reforçaram a importância de combater discursos nazistas e de ódio. O evento foi organizado pela Confederação Israelita do Brasil (Conib), com apoio do Congresso Nacional.
Segundo o coordenador-geral do Museu de Holocausto de Curitiba, Carlos Reiss, o Poder Legislativo hoje é ainda mais importante para garantir, por meio da lei, a proteção aos direitos fundamentais contra o ódio e a intolerância.
“A partir do momento que temas como o holocausto e o nazismo saem dos rodapés dos livros de História e passam a frequentar o debate público, iniciativas como essa são fundamentais para ajudar também a discutir políticas que possam ser úteis para combater o ódio, a intolerância, o antissemitismo”, disse Carlos Reiss.
“Eu tenho a convicção de que nunca foi tão importante falar sobre isso como tem sido nesses últimos tempos”, lembrando que a Câmara analisa o um projeto que criminaliza a negação do holocausto judeu (PL 4974/20).
A proposta foi rejeitada na Comissão de Educação no ano passado, mas ainda aguarda avaliação da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.
O holocausto foi o genocídio ou assassinato em massa de milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. O projeto altera a Lei do Racismo (Lei 7.716/89).
O ministro do Superior Tribunal de Justiça Joel Ilan Paciornik também citou a Lei do Racismo ao avaliar que o País tem um bom conjunto legislativo. “O Brasil aderiu a vários tratados internacionais sobre combate à discriminação. Nós temos uma lei específica também que pune os crimes decorrentes de preconceito de raça, mas ainda há coisas a melhorar”, afirmou o jurista. “Nesse tipo de evento é que surge um debate sólido e consistente para que essas mudanças possam ser propostas nas casas legislativas.”

O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) também ressaltou a importância de sempre estar atento à possibilidade de avanços. “Nós temos uma Constituição que muito bem define quais são os valores que nós, como nação, defendemos, e os parlamentares precisam se manter fieis àquilo que defenderam quando juraram defender a Constituição e continuar nessa senda durante seus mandatos. Por isso a manutenção desse debate deve ser constante.”
Já o secretário-adjunto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Alberto Toron, chamou a atenção para o fato de estarmos em ano eleitoral. “No momento em que o Brasil vive uma polarização política no qual irrompem manifestações neonazistas, manifestações autoritárias de toda sorte, é importante que a sociedade civil se articule com o Parlamento, com outros organismos como, por exemplo, a Ordem dos Advogados do Brasil, para que juntos nós possamos fazer movimentos de conscientização, erguer um muro contra o autoritarismo, erguer uma barricada contra esses movimentos neonazistas.”
Toron disse que a liberdade de expressão é fundamental para sociedade, “mas não menos importante é percebermos que não dá para ter tolerância com a intolerância.”
A importância de educar as atuais gerações sobre a história daquele período foi ressaltada pela diretora do Memorial às Vítimas do Holocausto do Rio de Janeiro, Sofia Débora Levy. Ela lembrou que cidades como Porto Alegre, Natal e Rio de Janeiro já incluíram a matéria no currículo do nono ano.
De seus alunos, a coordenadora educacional do Memorial da Imigração Judaica e do Holocausto de São Paulo, professora Sarita Mucinic, ouviu uma preocupação com o futuro da memória.”Quando eles falaram essa frase, o futuro da memória, aí a memória tomou uma proporção tão grande porque a gente tem os sobreviventes do holocausto que contam a sua memória, mas eles daqui a pouquinho já não estarão mais aqui”, disse Sarita. “Essa memória é base para nós nos tornarmos seres humanos melhores”, acrescentou.
O seminário Discurso de Ódio e a Banalização do Holocausto, organizado pela Confederação Israelita do Brasil, com apoio do Congresso Nacional, contou com a participação de representantes do Itamaraty e de entidades como o Instituto Auschwitz Para a Paz e Reconciliação e outras que deram apoio institucional, como o Memorial às Vítimas do Holocausto do Rio de Janeiro, o Memorial da Imigração Judaica e do Holocausto de São Paulo, o Museu do Holocausto de Curitiba e o Grupo Parlamentar Brasil-Israel.
Reportagem – Luiz Cláudio Canuto
Edição – Natalia Doederlein


MATO GROSSO
Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix
O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.
A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.
Sensação de insegurança e repercussão negativa
Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.
Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.
Fake news e manipulação política
A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.
Compromisso com transparência
Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.
A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.
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