POLITÍCA NACIONAL
Deputados querem acompanhar de perto negociação sobre Itaipu entre Brasil e Paraguai
POLITÍCA NACIONAL
O governo federal informou aos deputados da Comissão de Minas e Energia da Câmara nesta quarta-feira (31) que a renegociação de parte do acordo de Itaipu com o Paraguai deve começar a partir de 13 de agosto, mas não tem prazo para acabar. O novo acordo deve ser acertado entre os governos dos dois países e confirmado pelos legislativos.
O deputado Beto Richa (PSDB-PR), um dos autores do pedido de debate sobre o assunto, defendeu que seja criada uma comissão externa na Câmara para acompanhar a negociação e facilitar a aprovação final.
A usina hidrelétrica de Itaipu é resultado de um acordo entre Brasil e Paraguai firmado em 1973. Naquele momento, ficou acertado que as bases financeiras do tratado, basicamente a formação das tarifas, deveriam ser repactuadas em 50 anos. Também deverão ser rediscutidas as formas de comercialização da energia gerada.
Uma parte da composição das tarifas vem dos royalties pagos aos municípios afetados pela formação do lago da usina. O prefeito de Foz do Iguaçu (PR), Francisco Brasileiro, que também é secretário da Associação Nacional dos Municípios Sedes de Usinas Hidrelétricas e Alagados, afirmou que os royalties pagos são quatro vezes menores que os necessários para compensar as perdas das cidades com a redução da área destinada ao agronegócio.
O deputado Sergio Souza (MDB-PR) concordou com o prefeito. “Nesta área de alagados, se perdeu justamente a sua maior riqueza que é o solo. Imagina o quanto que isso não daria de arrecadação para os municípios, para o estado e para o próprio Brasil. Então Itaipu devolver um pouco disso ao estado do Paraná, é o que nós estamos discutindo aqui nesta reconfiguração do anexo C”, disse o deputado.
Quinze municípios do Paraná e um do Mato Grosso do Sul foram afetados pela criação do lago.
Já o deputado Danilo Forte (União-CE) disse que os benefícios de Itaipu deveriam ser mais bem divididos com todo o povo brasileiro, já que a construção exigiu esforços do País como um todo.

Garantidora de energia
O diretor-geral brasileiro da usina Itaipu Binacional, Enio Verri, disse que a negociação com o Paraguai é delicada porque a energia gerada pela usina representa 90% da energia consumida pelo país vizinho, enquanto para o Brasil é 9%. Hoje, segundo Verri, Itaipu funciona melhor como uma garantidora de energia.
“À medida que cai a produção da energia solar e eólica, porque o ponto fechou, porque é noite ou porque parou de ventar, Itaipu garante a energia para o País. Portanto, o termo segurança operativa é utilizado por isso” , disse Verri.
Ele explicou que todas as decisões sobre Itaipu têm que ser consensuais e que, no Paraguai, o assunto é tratado de forma, às vezes, agressiva, com o Brasil sendo chamado de “imperialista” pelas imprensa paraguaia.
O Paraguai não consome o total de 50% de energia de Itaipu e, pelo acordo atual, tem que vender o excedente para o Brasil. Como a dívida com a construção da usina foi quitada este ano, por exemplo, foi anunciada uma redução de 20% na tarifa, mas o governo relatou que houve resistência paraguaia.
Enio Verri comentou que, como a economia paraguaia está crescendo muito e consumindo mais energia, haverá interesse dos vizinhos em uma tarifa mais baixa nos próximos anos.
Verri ainda afirmou que os investimentos feitos pela empresa também têm que ser consensuais e citou uma proposta para a criação de tilápias no lago. Ela é rejeitada pelo Paraguai porque lá existe uma lei que veda a entrada de animais estranhos ao ecossistema.
A embaixadora Gisela Maria Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores, explicou que o Itamaraty deve começar a negociar com o novo governo paraguaio, que tomará posse em 15 de agosto, mas que ouvirá todas as partes interessadas.
Reportagem – Sílvia Mugnatto
Edição – Roberto Seabra
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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