POLITÍCA NACIONAL
Diretora do Fórum de Segurança diz que debate sobre gênero pode reduzir violência contra mulher
POLITÍCA NACIONAL
A diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, apresentou nesta quinta-feira (27) na Câmara dos Deputados dados sobre feminicídio no Brasil e ressaltou que 45% das mulheres que se disseram agredidas não fizeram nada após sofrerem agressões, nem mesmo procuraram a família.
No ano passado, 18,6 milhões de mulheres sofreram alguma forma de violência, que vão desde a psicológica até a física – ou seja, mais de 50 mil mulheres sofreram violência a cada dia no País.
“Falar sobre prevenção passa por a gente desmistificar um pouco esse debate sobre gênero e sobre equidade de gênero que me parece que foi muito distorcido no Brasil nos últimos anos”, disse Samira em audiência da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher. Para ela, a solução para o problema da violência contra mulheres passa por esse debate.
“Quando a gente fala em igualdade de gênero, a gente está falando sobre iguais condições para homens e mulheres, meninos e meninas, e isso precisa ser incorporado nos currículos escolares. A gente precisa provocar uma discussão sobre esses papéis sociais para promover relações mais saudáveis e pautadas pelo respeito e pela equidade”, afirmou a diretora.
Em 2022, 36% dos assassinatos de mulheres foram feminicídios. O número representa um crescimento de 5% em relação a 2021.
De acordo com a Lei 13.104/15, feminicídio é o assassinato de mulheres em contexto de violência doméstica e familiar ou por menosprezo ou discriminação à sua condição de mulher.

Investimentos
Samira Bueno listou ainda outros fatores de risco para o feminicídio e que precisam ser debatidos, como o acesso a armas de fogo e o abuso de álcool e outras drogas; a atuação junto aos autores da violência para a construção de uma masculinidade não violenta; e a ampliação de recursos financeiros, reduzidos nos últimos quatro anos.
A pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da USP Deborah Piccirillo apontou, entre as causas para o aumento nos feminicídios, a pandemia de Covid-19, o crescimento de discursos de ódio que fomentam violências, e a falta de investimentos.
“Para melhor compreender os motivos do aumento dos casos de feminicídio e propor ações de prevenção, é necessário maior conhecimento acerca das dinâmicas em torno desse crime, o que significa maior investimento em inteligência policial e em pesquisa sobre o assunto, pois só conseguimos combater o que conhecemos”, explicou Deborah.
A representante da Coordenação de Prevenção às Violências contra Mulheres da Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública na audiência, Jurema Helena dos Santos, apresentou dados de alguns investimentos da pasta na área.
Segundo ela, nos primeiros quatro meses de 2023, foram compradas 262 viaturas para o aparelhamento de rondas Maria da Penha e delegacias especializadas ao atendimento à mulher. Também foi publicado um edital de R$ 8 milhões para financiar projetos municipais de prevenção à violência contra mulheres pelas guardas civis municipais, entre outros investimentos.
A diretora de Proteção de Direitos da Secretaria Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres do Ministério das Mulheres, Aline Yamamoto, por sua vez, apontou como prioridades da pasta a reestruturação do Ligue 180; a retomada do programa Mulher, Viver sem Violência; e a elaboração de um pacto nacional de prevenção para os feminicídios, em que estados e municípios elaborem plano de ação para enfrentamento do problema.
Já a juíza auxiliar da presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Amini Haddad Campos falou sobre o novo protocolo do órgão para evitar preconceito ou repetição de estereótipos nos julgamentos em que as mulheres são vítimas, ou mesmo acusadas.
Testemunho
Autora do requerimento para a realização da audiência, a deputada Silvye Alves (União-GO) compartilhou sua experiência pessoal e apontou a importância da prevenção do feminicídio.
“Eu sou vítima de um lar de violência doméstica, em que o meu pai tentou matar minha mãe na nossa frente por diversas vezes”, confessou. “Eu acho que o feminicídio é totalmente evitável, existe uma escala para o feminicídio”, acrescentou Silvye.
Pensando nos filhos de mulheres que sofrem violência, a diretora do Fórum de Segurança Pública, Samira Bueno, defendeu um olhar para os órfãos dos feminicídios, já que, muitas vezes, o autor do crime é o pai da criança, que ou é preso ou se suicida.
Na Câmara, diversas propostas preveem a possibilidade de pagamento de pensão a órfãos de mulheres vítimas de feminicídio (PLs 3781/21, 976/22, 310/23 e outras).
Reportagem – Paula Bittar
Edição – Natalia Doederlein
Fonte: Câmara dos Deputados


MATO GROSSO
Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix
O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.
A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.
Sensação de insegurança e repercussão negativa
Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.
Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.
Fake news e manipulação política
A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.
Compromisso com transparência
Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.
A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.
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