POLITÍCA NACIONAL
Entidades apontam Estatuto do Aprendiz como instrumento de política pública para jovens
POLITÍCA NACIONAL
Várias organizações da sociedade civil apontaram a proposta de Estatuto do Aprendiz (PL 6461/19) como efetivo instrumento de política pública para a juventude. O texto trata de trabalho, formação profissional, direitos e garantias de jovens de 14 a 24 anos de idade, além dos direitos e obrigações dos estabelecimentos que adotam cotas para a contratação de aprendizes. A primeira audiência pública da comissão especial que analisa a proposta buscou, nesta terça-feira (15), traçar um retrato do atual cenário e dos principais desafios desse tema.
Superintendente-geral do Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee), Humberto Casagrande foi enfático ao falar de evasão escolar, violência, drogas e desalento entre jovens “nem-nem” — que não trabalham nem estudam. Mas também revelou esperança diante da perspectiva de aperfeiçoamento da Lei da Aprendizagem, em vigor desde o ano 2000.
“A situação é dramática. O índice de desemprego entre jovens de 14 a 17 anos é de 46%, e entre os de 18 a 24 anos, é de 31%. Segundo pesquisa que fizemos, um jovem entra no Programa do Aprendiz como ‘nem-nem’ e 76% deles saem estudando ou trabalhando ou fazendo as duas coisas. Ou seja, o resultado dessa política pública afirmativa é muito bom, com pouco mais de 20 anos dessa lei”, diz.
CLT e outras leis
Além da Lei da Aprendizagem, o futuro Estatuto do Aprendiz também pretende condensar regras presentes na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e em outras normas. As organizações da sociedade civil apresentaram várias sugestões aos parlamentares, sobretudo quanto a prioridades para adolescentes e jovens com deficiência ou em estado de vulnerabilidade social e a maior participação de pequenas e médias empresas no uso das cotas de contratação de aprendizes.

O coordenador de Desenvolvimento e Participação de Adolescentes do Unicef, o fundo da ONU para infância, Mário Volpi, detalhou o programa “Um milhão de Oportunidades para Mudar uma Geração”, lançado no ano passado, e que já beneficiou milhares de jovens com vagas de estágio, emprego e formação profissional. A iniciativa do Unicef envolve 70 empresas, 48 organizações civis e seis governos estaduais.
Volpi espera que a alteração da legislação dê status de política pública a ações como essas. “Ela tem um potencial enorme de virar uma estratégia de desenvolvimento para o país, porque ela carrega em si a solução de um grande nó que temos na vida dos adolescentes e jovens, que é a transição positiva para o mundo do trabalho”, disse.
Aprendizagem
A diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Cláudia Costin, também aposta no estatuto como instrumento para a superação da crise de aprendizagem e do atual quadro de exclusão e desigualdade educacionais. Mas, para isso, Cláudia avalia que é fundamental articular a futura legislação com o “Novo Ensino Médio”, incluindo a aprendizagem no cotidiano das escolas em tempo integral.
“Ter ONGs, Sistema S e vários outros atores, mas também a educação regular incluída nisso, pois vai trazer a possibilidade de democratizar a educação profissional e tecnológica, fazendo uma inclusão produtiva qualificada dos jovens preparados para esse novo mundo do trabalho”, afirmou.
O presidente da Federação Brasileira de Associações Socioeducacionais de Adolescentes (Febraeda), Antônio Pasin, defende a aprendizagem como política pública intersetorial, envolvendo educação, trabalho e assistência social, sobretudo diante dos problemas socioeconômicos do Brasil agravados pela pandemia.
“A aprendizagem não é cessão de mão-de-obra, não é uma modalidade de terceirização. Ela já extrapolou a seara do trabalho. Ela é sim uma forma de geração de emprego, renda, inserção qualificada e protegida no mundo do trabalho, mas também é um importante instrumento de combate e erradicação do trabalho infantil. Na educação, combate a evasão escolar e aumenta o tempo de permanência no ensino formal”, disse.
Desburocratizar as contratações
Relator da comissão especial da Câmara, o deputado Marco Bertaiolli (PSD-SP), reafirmou a intenção de usar o Estatuto do Aprendiz para desburocratizar a legislação, sem recuos nos direitos já previstos na atual Lei da Aprendizagem.
“A nossa intenção é que preservemos os direitos e todos os valores da nossa legislação, mas passando a ter uma legislação moderna, simplificada e que não precise de normas infralegais colocadas em cada estado brasileiro. E que, para o empreendedor, seja fácil contratar um jovem aprendiz. É isso que queremos: abrir um milhão de vagas no país”, disse.
Segundo dados apresentados pelo Ciee, o país tem hoje cerca de 430 mil aprendizes e 80% deles completam o orçamento familiar. A remuneração total movimenta, em média, R$ 6 bilhões por ano. O Espro, organização focada em Ensino Social Profissionalizante, também apresentou pesquisa sobre o impacto da pandemia na vida dos jovens. Os dados revelam que 43% das famílias dos jovens tiveram redução de renda e salário. A perda de emprego é a terceira maior preocupação entre eles (87%), atrás apenas do temor de contágio (94%) e do impacto econômico (91%).
Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Ana Chalub


MATO GROSSO
Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix
O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.
A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.
Sensação de insegurança e repercussão negativa
Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.
Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.
Fake news e manipulação política
A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.
Compromisso com transparência
Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.
A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.
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