POLITÍCA NACIONAL
Especialistas defendem debate e soluções técnicas para normas de estações de recarga de veículos elétricos
POLITÍCA NACIONAL
Especialistas convidados para discutir normas de segurança para as estações de recarga de veículos elétricos defenderam um amplo debate sobre o assunto e soluções técnicas viáveis. Na avaliação deles, os carros são seguros, mas precisam de padrão de recarga. A questão foi analisada em audiência pública realizada pela Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (13).
O debate foi proposto pelos deputados Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) e Vinicius Carvalho (Republicanos-SP). Segundo Ribeiro, as edificações brasileiras precisam ser preparadas para atender a demanda crescente de estações de carregamento para veículos elétricos.
Em abril, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), havia em circulação no País 121,8 mil veículos elétricos do tipo plug-in (100% elétricos e os híbridos que exigem recarga em tomadas). O governo federal estima que a frota de carros elétricos do País vá ultrapassar 1 milhão de unidades até 2030.
O diretor de Infraestrutura da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), Clemente Gauer, defendeu um “ponto de equilíbrio” entre segurança e a nova tecnologia. Segundo ele, o maior problema de segurança atual é o uso de tomadas que não são adaptadas para a recarga de veículos elétricos.
“As pessoas, em vez de usarem uma solução oficial [estação de recarga], vão recorrer a uma solução não oficial, que são as tomadinhas”, disse Gauer. Ele também afirmou que não existem evidências de que o processo de recarga, quando feito em estações seguras, provoque incêndios nos carros.
A mesma coisa foi dita pelo diretor da Associação Brasileira dos Proprietários de Veículos Elétricos Inovadores (Abravei), Rodrigo de Almeida. Segundo Almeida, a probabilidade de incêndio em veículos elétricos pode ser 60 vezes menor do que a de um similar a combustão.
“Nós temos mais de 50 mil veículos 100% elétricos no Brasil, e até hoje não tivemos um único caso de veículo que tenha pego fogo espontaneamente”, disse.

Consulta pública
Em abril, o Corpo de Bombeiros de São Paulo lançou uma consulta pública para a regulamentação das normas de segurança das operações de recarga de veículos elétricos, que ainda não foi concluída. “É um tema novo que carece de regulações mais específicas pelo mundo”, disse o tenente-coronel do Max Alexandre Schroeder, presente ao debate.
Segundo Schroeder, a necessidade de regulamentação é importante porque o Corpo de Bombeiros já está sendo cobrado pela sociedade para definir padrões de segurança. Além disso, os incêndios em veículos elétricos são diferentes e demandam medidas específicas.
Estudioso do tema há mais de 10 anos, o sargento do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal Rubens Lima afirmou que os incêndios em veículos elétricos são de difícil extinção. Necessitam de grandes quantidades de água, emitem gases tóxicos e jatos de fogo (jet-fire), e ainda têm grande potencial de reignição. Apesar disso, ele avalia que os elétricos são mais seguros do que os tradicionais a combustão.
Lima pediu “um alinhamento” entre as montadoras e os serviços de segurança para chegar à melhor normatização sobre o assunto. “Precisamos de veículos para fazer teste de queima”, sugeriu.
O CEO da BYD do Brasil, Alexandre Baldy, disse que a indústria está disposta a colaborar para definição dos padrões de segurança das estações de recarga. “O interesse de todas elas [montadoras] é ter normas seguras”, disse. Baldy afirmou ainda que as atuais baterias dos carros elétricos leves possuem tecnologia moderna e inovadora, que garante a segurança do consumidor. A BYD é a líder nacional do mercado de eletrificados.
Reportagem – Janary Júnior
Edição – Geórgia Moraes
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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