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Estudo revela que custos da eletricidade e do gás de cozinha comprometem segurança alimentar no País

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Uma pesquisa encomendada pelo Instituto Pólis e apresentada nesta quinta-feira (11) em seminário da Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados revela que 36% das famílias brasileiras gastam mais da metade do orçamento mensal com energia elétrica e gás de cozinha. Nas regiões Norte e Nordeste do País, esses gastos superam até as despesas com comida, comprometendo a segurança alimentar das famílias.

Os dados do levantamento Justiça Energética foram produzidos pelo Ipec – Inteligência em Pesquisa e Consultoria e apresentados durante debate promovido pela deputada Carla Ayres (PT-SC), suplente do mandato do deputado Pedro Uczai (SC), licenciado para tratamento de saúde.

Henrique Frota, um dos representantes do Instituto Pólis, informou que o objetivo da pesquisa é entender a opinião da população brasileira sobre o peso da energia elétrica e do gás de cozinha no orçamento familiar. “A energia elétrica apareceu junto com a alimentação como o principal fator de despesa na renda familiar de diversas classes sociais, evidentemente com peso maior nas famílias de baixa renda”, pontuou.

Também representando o Pólis, Maria Gabriela Feitosa destacou que o grande dado da pesquisa é que a energia elétrica tem deixado a população brasileira mais pobre. “Pagar a conta de luz tem sido um desafio para os mais pobres. 60% das famílias das classes D e E, com renda domiciliar de até um salário mínimo, declararam que a conta de luz está atrasada”, disse ela. “A solução adotada por 30% dos entrevistados tem sido reduzir ou deixar de comprar alimentos básicos e bens de consumo”, acrescentou Maria Gabriela.

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A representante do Pólis informou ainda que, quando perguntados o que fariam se pudessem reduzir os gastos com a conta de luz, mais de 50% dos entrevistados revelaram que comprariam alimentos.

Isenção para transmissão e outros serviços
Maria Gabriela ainda sugeriu a aprovação do Projeto de Lei 1804/24, do senador Weverton Rocha, que isenta usuários de baixa renda do pagamento das tarifas pelo uso dos sistemas de transmissão e de distribuição de energia elétrica. A ideia é alcançar uma tarifa social justa, complementar à atual Tarifa Social de Energia Elétrica, que já prevê descontos para os consumidores de baixa renda, os quais têm isenção da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e da contribuição para o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa).

“A proposta é que a população que já recebe esse benefício seja isentada da tarifa pelo uso do sistema de distribuição, que é o que faz a energia chegar a nossa casa. Uma vez que são essas pessoas as que menos consomem e demandam do sistema, então, que elas não paguem por essa tarifa”, defendeu.

Leonardo Araujo, da Frente Nacional dos Consumidores de Energia, ressaltou que atualmente o consumidor paga duas vezes pela energia elétrica. “Ele paga a conta de luz que chega na casa dele, muitas vezes deixando de adquirir um alimento, e paga uma outra vez embutida no preço de produtos e serviços”, destacou.

Segundo Araújo, um estudo da Abrace, associação que representa os grandes consumidores de energia, mostra que, por exemplo, no pão de padaria e no leite 30% do custo, em média, é energia elétrica.

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O deputado Pedro Uczai, que participou presencialmente do seminário como cidadão, revelou dificuldades para fazer avançar a proposta de sua autoria que cria o Programa Renda Básica Energética. Já aprovado pela Câmara, o texto aguarda análise do Senado e, segundo Uczai, ainda enfrenta resistências dentro do governo.

A ideia do Projeto de Lei 624/23 é substituir gradativamente o subsídio destinado à Tarifa Social pela energia gerada em centrais de energia solar fotovoltaica, beneficiando os consumidores de baixa renda com consumo até 220 kWh/mês.

“Se a gente conseguisse botar em crédito de energia 220 kWh/mês para cada família pobre desse país, nós faremos justiça social muito mais impactante que muitas outras políticas sociais”, disse Uczai,

Representante da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que desenvolve estudos e pesquisas para subsidiar o Ministério de Minas e Energia (MME) no planejamento do setor, Carla Achão disse que a EPE tem trabalhado com uma rede de indicadores para entender melhor como é pobreza energética no Brasil.

“A gente tá elaborando uma base de indicadores, considerando a multiplicidade e a complexidade que é o Brasil a história de diferentes nuances regionais, enfim, classes de renda, a questão de gênero, para que a gente possa entender as reais necessidades dos diferentes segmentos e pensar soluções mais adequadas inclusive do ponto de vista de aprimoramento das políticas existentes”, explicou.

Reportagem – Murilo Souza
Edição – Ana Chalub

Fonte: Câmara dos Deputados

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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