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POLITÍCA NACIONAL

Fábio Faria defende uso de rede de satélites do bilionário Elon Musk na Amazônia

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POLITÍCA NACIONAL

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, defendeu nesta terça-feira (14) o uso da rede de satélites Starlink, da SpaceX, empresa do bilionário Elon Musk, para a conexão de escolas em áreas rurais e o monitoramento da Amazônia. Porém, fez a ressalva de que a palavra final sobre a contratação é das empresas vencedoras do leilão do 5G (Oi, Claro, Vivo e Tim).

Billy Boss/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Planejamento para 2022 e projeto em parceria com Starlink na Amazônia. Fábio Faria - MINISTRO DAS COMUNICAÇÕES
Fábio Faria: palavra final é das empresas que venceram o leilão do 5G

Em janeiro deste ano, a Starlink recebeu aval da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para oferecer serviço de internet por satélite no País. A autorização tem abrangência nacional, mas o foco é suprir gargalos do setor com a expansão da cobertura em áreas rurais e na Amazônia, onde a infraestrutura de fibra óptica é deficiente.

“O único satélite que pode fazer essa conexão é da Starlink”, afirmou o ministro, lembrando que 40 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à internet. Mas ele ressaltou que os vencedores do leilão é que vão decidir se usarão fibra ou se contratarão empresa de satélite.

Fábio Faria foi ouvido em audiência conjunta das comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; de Fiscalização Financeira e Controle; de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e Amazônia; e de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.

Segundo o ministro, ainda falta para as operadoras de telecomunicações conectarem 12 mil escolas que têm acesso a eletricidade e 5 mil escolas sem luz, além de melhorar a conectividade de outras 40 mil. Uma parte do contrato desse serviço ficou a cargo das empresas RNP e Via Sat — a Starlink chegou a participar da disputa, mas não foi escolhida.

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“A capacidade da Via Sat na Amazônia é limitada, ela já está chegando no limite”, alertou o ministro, comparando a velocidade da Via Sat (30 Mbps) com a da Starlink (300Mbps).

Faria observou ainda que as empresas têm até 2027 para conectar via 4G todas as escolas localizadas a até 30 km da área urbana, com o risco de perder as faixas de frequência conquistadas no leilão. Até hoje, nenhuma escola foi conectada.

Amazônia
Sobre as qualificações da Starlink para atuar no monitoramento, o ministro afirmou que “o único satélite que tem laser e que detecta o barulho da serra elétrica é o Starlink”, pontuou.

Ele defendeu o 5G como tecnologia eficaz para monitorar a floresta. “Com o 5G não precisa ter 50 operadores de drones, um só operador sobe 200 drones”, disse, ao referir-se à velocidade e qualidade de imagem oferecidas pelo satélite, se comparada à observação realizada por drones.

Ele também falou sobre os custos de um monitoramento feito pela Starlink. “Se o empresário [Elon Musk] quer dar de graça para o Brasil, a zero, em vez de pagar R$ 50 milhões, a gente vai negar?”, questionou.

Ele comentou que hoje o Ministério da Justiça paga R$ 40 milhões ao ano para que a empresa Planet monitore o desmatamento na região.

Soberania
Os deputados Vivi Reis (Psol-PA) e Ivan Valente (Psol-SP), que solicitaram a reunião, criticaram a contratação de uma empresa estrangeira para realizar o monitoramento da Amazônia, que já é feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

“Qual é a razão para que o governo federal, depois de diminuir o orçamento do Inpe, venha a investir em outro sistema para monitorar o que já vem sendo monitorado com precisão?”, questionou a parlamentar.

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“O Brasil tem quatro sistemas de monitoramento que calculam centímetros de monitoramento da Amazônia. Não falta informação sobre a Amazônia, falta fiscalização”, sustentou Valente.

Nesse ponto, Fábio Faria reforçou que a decisão sobre quais satélites serão enviados para o espaço não parte da Agência Espacial Brasileira (AEB), e sim da União Internacional de Telecomunicações (UIT), órgão da ONU sediado na Suíça, e que cabe a uma empresa norte-americana a chancela sobre o lançamento.

“Soberania nacional, não, soberania deles. Todos os satélites que passam no espaço sabem tudo o que se passa aqui, e se eles compartilharem com o governo brasileiro, a gente vai ter muito mais informação”, defendeu.

O deputado Leo de Brito (PT-AC) falou de possível interferência da Starlink em decisões da agência reguladora que tem autonomia garantida em lei. O ministro, por sua vez, rebateu os argumentos de ingerência na Anatel explicando que grande parte das decisões são tomadas por organismos internacionais, e que o País não pode proibir a passagem de satélite por território nacional.

O titular das Comunicações informou ainda que o entendimento na UIT era para que não fosse aprovada a entrada da Starlink no País, para evitar a concorrência com outras operadoras de satélite que atuam no mercado. “O lobby que tinha era para não aprovar, para as que estão aqui não tivessem a obrigação de diminuir preços”, disse.

Reportagem – Emanuelle Brasil
Edição – Ana Chalub

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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