Search
Close this search box.
CUIABÁ

POLITÍCA NACIONAL

Governo lança na Câmara consulta pública para recolher sugestões para a preservação do Cerrado

Publicados

POLITÍCA NACIONAL

Integrantes do governo federal e representantes da sociedade civil reconheceram o desafio para que o País alcance a meta de desmatamento zero no cerrado até 2030. Em audiência pública na Comissão de Meio Ambiente da Câmara nesta quarta-feira (13), foi lançada a consulta pública sobre o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Bioma Cerrado (PP Cerrado). A ideia é se espelhar em plano semelhante que existe desde 2004 para a Amazônia Legal.

A consulta pública fica aberta até o dia 12 de outubro e pode ser acessada pelo site do Ministério do Meio Ambiente. As sugestões vão ser analisadas pelo ministério e a quarta fase do PP Cerrado deve ser divulgada em novembro, já incorporando as contribuições.

Desmatamento
O cerrado ocupa 22% do território brasileiro, se estendendo por 11 estados e o Distrito Federal. É o segundo maior bioma do País, que desde os anos 80 se tornou uma importante fronteira agrícola, o que provocou o aumento do desmatamento.

Representante do Ministério do Meio Ambiente, André Lima destacou dificuldades: 80% do cerrado é composto por áreas privadas. Terras indígenas e unidades de conservação, juntas, não chegam a 13%. Os maiores índices de desmatamento estão na região formada por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, conhecida como Matopiba.

Leia Também:  CCJ aprova mobilidade e acessibilidade como direitos fundamentais

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, citou o Dia do Cerrado, em 11 de setembro, lembrando que esta é uma data tanto para celebrar como para assumir compromissos. Ela acrescentou que os planos de preservação dos biomas têm sido pensados já levando em conta a importância da participação social.

“Não se tem uma bala de prata, não é só questão de conter desmatamento, são ações múltiplas que se cruzam e se retroalimentam positivamente ou negativamente”, disse.

Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Lançamento da Consulta Pública do PPCerrado. Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
Marina Silva: Dia do Cerrado, 11 de setembro, é data para assumir compromissos

Mudanças climáticas
Professora da Universidade de Brasília dedicada ao estudo do cerrado há 30 anos, Mercedes Bustamante salientou que não se pode “errar mais” em relação à preservação do bioma e mostrou que já há aumento de temperatura média e atraso nos períodos chuvosos, o que contribui para a propagação de grandes incêndios.

“As atividades agrícolas e o aumento da frequência de queimadas têm um impacto direto sobre as emissões de gases de efeito estufa, o que gera mudanças climáticas, com impacto na temperatura e na disponibilidade hídrica, o que, por sua vez, afeta a atividade agrícola e a própria frequência de queimadas”, afirmou ela.

Leia Também:  Sancionada lei que reduz quóruns de deliberação em sociedades limitadas

Coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, o deputado Nilto Tatto (PT-SP) agradeceu o que chamou de “deferência” do governo federal em lançar a consulta pública em audiência na Câmara e afirmou que o Legislativo vai fazer a sua parte para ajudar na preservação do cerrado.

“Nós sabemos dos desafios, da importância do cerrado do ponto de vista não só dos recursos hídricos, mas de toda a diversidade biológica, da diversidade de culturas, da identidade étnica e racial do País, da oportunidade que se coloca para o enfrentamento da crise climática e ao mesmo da desigualdade social”, disse Tatto.

Representantes da sociedade civil apontaram outras providências para a proteção do bioma cerrado, como a inclusão de indígenas e quilombolas na estratégia de preservação, a correção de injustiças no acesso à terra, o monitoramento de incêndios e o rigor na fiscalização do desmatamento ilegal. Também lembraram que é possível aumentar a produção agrícola utilizando áreas de pastagem degradadas.

Reportagem – Cláudio Ferreira
Edição – Geórgia Moraes

Fonte: Câmara dos Deputados

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

MATO GROSSO

Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix

Publicados

em

O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.

Sensação de insegurança e repercussão negativa

Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.

Leia Também:  Para especialistas, fake news prejudicaram o avanço da imunização contra o HPV

Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.

Fake news e manipulação política

A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.

Compromisso com transparência

Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.

Leia Também:  Relatores de contas do TCU na Comissão de Orçamento pedem mais informações ao tribunal

A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

CUIABÁ

VÁRZEA GRANDE

MATO GROSSO

POLÍCIA

MAIS LIDAS DA SEMANA