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Governo sinaliza apoio a polo tecnológico binacional na fronteira Brasil-Uruguai

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Representantes do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação manifestaram, na Câmara dos Deputados, o apoio do governo federal à construção de um polo tecnológico binacional entre Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, e Rivera, no Uruguai. As duas cidades conurbadas formam a “fronteira da paz” e abrigam 154 mil habitantes.

O Parque Tecnológico del Norte já está legalmente criado em Rivera e deve começar a funcionar em janeiro de 2024 com foco em empresas de inovação.

O coordenador de ambientes inovadores e startups do Ministério de Ciência e Tecnologia do Brasil, Leonardo de Freitas, afirmou que Santana do Livramento também pode seguir a “trilha” que começa com espaços de coworking, parques-lab, incubadoras de negócios, aceleradoras de empresas e parque industrial até chegar ao polo tecnológico. “Um projeto de polo tecnológico binacional em parceria com o Uruguai é estratégico para nós pensarmos o Brasil do futuro e o desenvolvimento tecnológico brasileiro na próxima década”, explicou.

Freitas participou de audiência pública da Comissão de Indústria, Comércio e Serviços nesta terça-feira (12). Ele sugeriu que as negociações em torno do polo sejam intensificadas no Mercosul. A sugestão foi acatada pela cônsul-geral do Brasil em Rivera, Ana Beltrame, que destacou o ineditismo do tema nos dois países.

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O ministro-conselheiro da Embaixada do Brasil no Uruguai, Paulo Fernandes, disse que vê momento oportuno diante do avanço da relação bilateral. O diplomata lembrou que, só na região de fronteira, por exemplo, houve acordos recentes para a dragagem da hidrovia Uruguai-Brasil, a construção de uma segunda ponte sobre o rio Jaguarão e a transformação do aeroporto de Rivera em binacional, também atendendo Santana do Livramento.

“Com base nessa infraestrutura, podermos fazer da região um polo produtor de inovação e de multiplicação de conhecimentos. Significa, na prática, maior geração de empregos, maior renda e melhor qualidade de vida em ambos os lados da fronteira”, declarou.

Defensores do polo tecnológico binacional ressaltaram a relevância do tema para a região, que, apesar do IDH relativamente baixo e perfil agropecuário, abriga seis instituições públicas de ensino técnico e superior.

Cooperação
O diretor do Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul), Celso Gonçalves, disse que já há grande cooperação em pesquisa, ensino e extensão na fronteira. Já o professor da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) Rafael Schmidt avalia que o polo pode reverter a “tendência histórica de desindustrialização” da região, enquanto o professor da Universidade Tecnológica do Uruguai (Utec) Leonel Furtado lembrou que o polo é aliado do projeto Hub-Logístico, uma espécie de porto seco com potencial de se transformar em centro de distribuição para o Mercosul e a América Latina.

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Ex-intendente de Rivera e autor da lei de criação do Parque Tecnológico del Norte, o deputado uruguaio Marne Osório Lima defendeu a instalação de estrutura semelhante no Brasil, para depois unirem a governança. “Que possamos avançar em um parque tecnológico em Santana do Livramento e oportunamente criar, entre os dois parques tecnológicos, uma governança supranacional que, de alguma maneira, se respalde na agenda bilateral que têm Uruguai e Brasil.”

Organizador do debate, o deputado Heitor Schuch (PSB-RS) prometeu apoio legislativo e orçamentário. “Precisamos dar mais oxigênio para a nossa indústria nacional. E a nossa tarefa aqui também é tirar as pedras do caminho, facilitar a legislação e mexer na Lei Orçamentária Anual para fazer essas coisas andarem”, afirmou.

O deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) anunciou que vai levar o tema a debate também no Parlasul, do qual é membro, em Montevidéu (Uruguai).

Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Geórgia Moraes

Fonte: Câmara dos Deputados

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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