Search
Close this search box.
CUIABÁ

POLITÍCA NACIONAL

Incentivo para empresas automobilísticas no Nordeste gera disputa federativa na votação da reforma tributária

Publicados

POLITÍCA NACIONAL

As disputas regionais sobre incentivos concedidos a empresas automobilísticas em Pernambuco geraram polêmica durante a votação dos destaques da reforma tributária.

O Plenário manteve a prorrogação até 2032 de benefícios fiscais concedidos às indústrias automobilísticas como a Stellantis, que produz carros das marcas Fiat e Jeep, e a empresa de autopeças Moura instaladas em Pernambuco.

O relator da proposta, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), afirmou que a prorrogação do benefício foi feita justamente com o objetivo de não criar uma disputa federativa.

“Não estamos tratando de empreendimentos que virão, mas do emprego que já foi gerado no estado de Pernambuco”, disse. Ele afirmou ainda que a prorrogação garante segurança jurídica para o estado de Pernambuco.

Aguinaldo Ribeiro ressaltou ainda que a implementação da reforma tributária vai acabar com a guerra fiscal. “Nesse sentido, estamos dando uma grande solução porque lá no futuro não vamos mais ter essa disputa federativa”, disse.

Disputa entre estados
O fim da prorrogação de incentivos para Pernambuco foi proposto pelo líder do Republicanos, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). Ele lembrou que os incentivos existem desde a década de 90 e avaliou que já cumpriram sua função social.

Leia Também:  Câmara debate participação das mulheres indígenas na política nesta terça

“Esses incentivos foram sendo renovados de forma muito tendenciosa, onde o investimento inicial já teve o seu objetivo cumprido com os incentivos já dados”, afirmou.

O deputado Giovani Cherini (PL-RS) também criticou a proposta. “O Rio Grande do Sul já perdeu inúmeras indústrias para o Nordeste. E o Rio Grande do Sul continua com seus desempregados”, disse. Ele afirmou que o estado tem sido atingido por diversas chuvas e, portanto, também necessita de investimentos.

Já o deputado Vitor Lippi (PSDB-SP) afirmou que a Stellantis recebe R$ 5 bilhões, o que ele chamou de “privilégio”. “Há abuso na forma como foram dados privilégios para uma empresa que recebe R$ 5 bilhões, é a que mais ganha do mundo, a que mais cresce no Brasil e cria um problema de competitividade grande com o Sul e o Sudeste”, disse.

A bancada pernambucana reagiu com o apoio de outras bancadas, inclusive da oposição. O deputado Capitão Alberto Neto (PL-AM), por exemplo, defendeu a manutenção dos benefícios às indústrias de PE.

O deputado Mendonça Filho (União-PE) afirmou que a prorrogação dos benefícios evita a fuga das empresas para o exterior. “Quando se mata uma oportunidade de expansão de uma indústria do Nordeste, não quer dizer que ela vai se transferir para o Sul e o Sudeste. As compras virão do México e da Argentina”, disse.

Leia Também:  Comissão sobre violência obstétrica debate importância do pré-natal

Ele destacou que a reforma tributária prorrogou incentivos estaduais, municipais e federais até 2032.

Para o deputado Renildo Calheiros (PCdoB-PE), o estado de Pernambuco não pode ser prejudicado com a reforma. “O que se está defendendo não é a prevalência de um estado sobre outro, mas a nossa luta é pelo fortalecimento da indústria nacional. Queremos garantir a isonomia para que todos os incentivos sejam superados em 2032”, declarou.

O líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou que a reforma tributária não faz disputa entre os estados porque manteve os incentivos. “Aquilo que já existe não se está mexendo, é uma questão federativa. Não podemos tirar direitos de um estado que conquistou, com uma política que vai terminar com a [implementação da] reforma tributária, um investimento que gera empregos”, disse.

Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Pierre Triboli

Fonte: Câmara dos Deputados

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

MATO GROSSO

Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix

Publicados

em

O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.

Sensação de insegurança e repercussão negativa

Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.

Leia Também:  Comissão de Fiscalização Financeira cancela reunião com ministro de Ciência e Tecnologia nesta quarta

Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.

Fake news e manipulação política

A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.

Compromisso com transparência

Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.

Leia Também:  Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais completa quatro anos com avanços e desafios

A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

CUIABÁ

VÁRZEA GRANDE

MATO GROSSO

POLÍCIA

MAIS LIDAS DA SEMANA