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Indústria automotiva e entidades de reciclagem divergem sobre destino de veículos fora de circulação

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Representantes de associações de reciclagem e de fabricantes de peças divergiram nesta quarta-feira (3) sobre o destino de partes de veículos retirados de circulação. O assunto foi debatido em audiência pública da Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados.

Segundo o diretor de relações institucionais e governamentais do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Delile Guerra, a idade média dos automotivos em circulação no Brasil passa dos dez anos. Isso reforça a opinião dele contrária ao reaproveitamento de peças.

Alan Rones/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Reciclagem de veículos no Brasil. Delile Guerra - RELAÇÕES INSTITUCIONAIS E GOVERNAMENTAIS DO SINDICATO NACIONAL DA INDÚSTRIA DE COMPONENTES PARA VEÍCULOS AUTOMOTORES - SINDIPEÇAS
Delile Guerra: peças reaproveitadas não garantem segurança ao consumidor

“Em muitos desmanches, a peça é recolocada em outro veículo. Mas quem assume a responsabilidade se esse carro sofrer um acidente? A nossa posição é não aceitar que essa peça retorne ao mercado porque ela não garante segurança ao consumidor”, declarou.

Uma lei de 2014 (12.977/14) regulariza a atividade de desmonte de veículos e define os limites de reaproveitamento das peças. O Sindipeças é contra a reutilização de peças de veículos em final de vida útil, pois, de acordo com o sindicato, atenta contra a segurança e o meio ambiente.

Impacto ambiental
Já o presidente da Associação Brasileira de Reciclagem Automotiva (Abcar), Julio Cesar Luchesi de Freitas, defende o reaproveitamento de materiais como alternativa viável ambiental e economicamente.

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“No estado de São Paulo, anualmente, são demonstrados 300 mil veículos provindos de leilões públicos, do governo e de compra direta do cidadão. Esses automotivos geram em torno de R$ 4 bilhões de venda direta de peças de reposição”, exemplificou. “O processo final da desmontagem do veículo entrega para a indústria de reciclagem um produto mais bem preparado, que vai gerar menos resíduos para aterro sanitário.”

Alan Rones/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Reciclagem de veículos no Brasil. JULIO CESAR LUCHESI DE FREITAS, Presidente da Associação Brasileira de Reciclagem Automotiva (Abcar)
Julio Cesar Luchesi: pneus podem ter vida útil estendida se forem recuperados

Em 2021, de acordo com a Abcar, foram retiradas para reciclagem 141 mil toneladas de chumbo oriundas de baterias de carros. Com isso, rios e o solo deixaram de ser poluídos. No mesmo ano, 566 milhões de litros de óleo combustível e 100 milhões de embalagens foram recicladas, além de 42 milhões de pneus reciclados e outros 12 milhões que tiveram vida estendida após recuperação.

O secretário de Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, André Luiz Felisberto França, também ressaltou os benefícios da reciclagem. “Um litro de óleo pode contaminar um milhão de litros de água, então imagine a importância de um sistema que recolhe e envia para reciclagem 566 milhões de litros de óleo lubrificante usado e contaminado. Bilhões ou trilhões de litros de água são preservados a partir da reciclagem”, afirmou.

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Diagnóstico
O debate de hoje foi solicitado pelo deputado Carlos Gomes (Republicanos-RS). Coordenador da Frente Parlamentar Mista Em Defesa da Cadeia Produtiva da Reciclagem, ele destacou que hoje os automotores sem condições de trafegar no País têm sido destinados, em regra, a aterros sanitários, contaminando o solo e causando prejuízos ao meio ambiente, ou a ferros-velhos, o que alimenta o mercado ilegal de peças usadas.

“Queremos fazer um diagnóstico sobre reciclagem, seguindo os três “R”s da Política Nacional de Resíduos Sólidos: a redução de resíduos; a reutilização (há questionamento sobre o reaproveitamento de algumas peças, como a gente viu aqui na audiência); e, por fim, a reciclagem, que é a destinação ambientalmente adequada daquilo que não tem mais uso”, comentou.

Reportagem – Luiz Cláudio Canuto
Edição – Marcelo Oliveira

Fonte: Câmara dos Deputados Federais

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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