POLITÍCA NACIONAL
Líder sem-terra nega apoio de organização a políticos em São Paulo
POLITÍCA NACIONAL
O líder da Frente Nacional de Luta no Campo e Cidade, José Rainha Júnior, foi ameaçado de ordem de prisão durante seu depoimento à CPI do MST na Câmara dos Deputados por causa de contradições em suas respostas sobre apoio a políticos nas eleições de 2018.
Convocado como testemunha na CPI, em princípio, ele afirmou ao relator da comissão, deputado Ricardo Salles (PL-SP), que tem uma relação fraterna com a deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) e negou que tivesse dado apoio a ela na campanha de 2018, mas voltou atrás após a afirmação de que havia um vídeo.
“Eu vou passar um vídeo aqui, e o senhor sabe que falso testemunho é problema aqui nesta comissão. Eu vou passar um vídeo com o senhor citando nominalmente a deputada Sâmia com pedido político-eleitoral. Vou refazer a pergunta, para não dar mentira: o senhor fez ou não fez [pedido de apoio] para a Sâmia Bomfim?”, questionou.
“Pedi voto para a Sâmia Bomfim. Pedi voto para os deputados”, disse José Rainha, que, no entanto, esclareceu que o fez como pessoa física, e não como dirigente de uma organização. Mesmo assim, a declaração mereceu crítica de vários deputados.
A deputada Sâmia Bomfim respondeu. “Tenho orgulho de cada um dos votos que recebi nesta eleição porque nenhum foi com nenhum centavo de orçamento secreto, ao contrário de uns e outros. Ao contrário do presidente da CPI, do relator da CPI e de vários dos membros daqui, eu não respondo, nunca respondi a nenhum processo e a nenhum inquérito e tenho orgulho de cada assentado, acampado, trabalhador, feminista, lésbica, gay, travesti, transexual deste país que votou em mim porque foi voto consciente, foi voto ideológico. E eu tenho muito orgulho de ter sido a terceira deputada mais votada do Pontal do Paranapanema. Eu nasci no Pontal do Paranapanema”, disse Sâmia.
Denúncia
Já o deputado Kim Kataguiri (União-SP) afirmou que vai elaborar uma notícia-crime. “O apoio de associações privadas a campanhas eleitorais configura crime eleitoral. Exatamente, o MBL não pode. Tanto o MBL não pode como o MBL já foi condenado por fazer. Justamente por isso o mesmo entendimento que se aplica ao MBL se aplica à FNL. Há configuração de crime eleitoral e eu vou estar elaborando uma notícia-crime contra a FNL”, declarou.

Acompanhado em seu depoimento pelos advogados Sérgio Pantaleão e Rodrigo Chiziolini, o líder da FNL José Rainha respondeu a outras perguntas sobre suas relações com políticos do governo, como o presidente Lula, sobre quem disse não ter contato há algum tempo. O depoente afirmou que tratou de questões pontuais no início do ano com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, sobre assuntos ministeriais e relativos ao Incra.
José Rainha se recusou a especificar para o relator, deputado Ricardo Salles, quais divergências o levaram a romper com o MST e fundar a Frente Nacional de Luta. “Deputado, todos os movimentos têm suas divergências. E a minha ordem de divergência política que eu tive com o MST eu prefiro dizer que levarei para o cemitério”, afirmou.
Diligência
O relator Ricardo Salles disse que, ao visitar a região do Pontal do Paranapanema em março, a diligência da CPI encontrou lonas vazias em área ocupada desde dezembro de 2021. Mas com implementos agrícolas que demonstravam condições de produção por parte dos proprietários.
José Rainha respondeu ao parlamentar. “Deputado, lá tinha um acampamento. Não estamos falando de assentamento, estamos falando de acampamento. O acampamento está dentro dessas áreas públicas e há uma decisão do STF para ficarmos lá. Com respeito a ter gente, você pode ter encontrado barraco vazio. As pessoas trabalham”, disse. “Trabalham na região. São camponeses, são boias-frias, são trabalhadores.”
Líder da Frente Nacional de Luta no Campo e Cidade, José Rainha Júnior prestou depoimento à CPI na condição de testemunha, sobre a promoção de ocupações de terra no Brasil durante o chamado “Carnaval Vermelho”. Ele foi preso em março, suspeito de extorquir dinheiro de donos de propriedades rurais na região do Pontal do Paranapanema, no extremo oeste do estado de São Paulo, mas sua defesa nega as acusações.
Reportagem – Luiz Cláudio Canuto
Edição – Pierre Triboli
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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