POLITÍCA NACIONAL
Lira: não há pauta bomba nem instabilidade criada para prejudicar o governo
POLITÍCA NACIONAL
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que há um esforço no Parlamento para que as matérias cheguem maduras ao Plenário da Casa e negou que contribua para gerar qualquer instabilidade para o governo Lula. O presidente destacou, no entanto, que há falhas na articulação política do governo, que precisam ser resolvidas. “Não sou antagonista de ninguém”, disse Lira, em entrevista nesta terça-feira (24) ao jornalista Pedro Bial, da TV Globo.
Lira destacou que nenhuma pauta-bomba (que são os projetos que aumentam o gasto com prejuízos ao ajuste fiscal) foi tratada pelos deputados. “Qual pauta-bomba foi plantada? Qual instabilidade para um governo ou para outro? Não há nenhum governo desde que eu cheguei à Câmara que tenha tido melhores condições para governar o país do que as dadas por nós”, disse Lira. “A reforma tributária é o retrato mais claro do empenho do nosso mandato”, pontuou o presidente.
Lira lembrou que, ainda no final do governo Bolsonaro, o Congresso aprovou a PEC da Transição, que flexibilizou o teto de gastos à época e permitiu cumprimento de promessas de campanha de Lula. “Se não tivéssemos feito aquilo, o Orçamento teria acabado em junho. O presidente Lula teve um ano de 2023 espetacular por tudo o que o Congresso fez, especialmente a Câmara dos Deputados”, afirmou.
CPIs
Lira foi questionado sobre a instalação de comissões parlamentares de inquérito. Na semana passada, a imprensa publicou diversas matérias de que o presidente poderia instalar CPI’s para atrapalhar o governo. Segundo Lira, o que vai ser discutido é se há espaço para instalar uma comissão de inquérito em pleno ano eleitoral, observado o Regimento Interno.
“Vou reunir os líderes para discutir se vale a pena, num ano de eleição, se vai funcionar com eleições municipais, qual o tema é mais importante, e vamos fazer um acordo para que se faça ou não. Venderam uma versão de que seriam cinco”, criticou.
Acirramento político
O presidente também afirmou que o acirramento político no Parlamento é reflexo da polarização na própria sociedade brasileira. Segundo ele, é preciso ser feito um esforço para que seja mantida a liturgia na Casa.
Arthur Lira voltou a defender mudanças na lei que permite parlamentares e partidos políticos de ingressarem no Supremo Tribunal Federal com ações diretas de inconstitucionalidade. Para Lira, muitas vezes, as minorais derrotadas no Parlamento recorrem ao Judiciário para resolver seus problemas no Legislativo.
O presidente voltou a defender que cada Poder esteja contido dentro de suas atribuições constitucionais e criticou o fato de que muitas vezes o Judiciário vai além de suas competências. “Cada um no seu quadrado”.
“Muitas vezes, não legislar é legislar, o tema não está amadurecido e nesse vácuo do Legislativo, o Judiciário tenta ocupar”, disse.
Prerrogativas
Lira também comentou sobre propostas que tramitam tanto na Câmara quanto no Senado que garantem as prerrogativas dos parlamentares frente às ações do STF que envolvem prisão, investigação de deputados e senadores. Ele afirmou que o líder do governo, deputado José Guimarães, propôs um Grupo de Trabalho para debater o tema. O presidente reforçou que o assunto será debatido de forma que seja confortável para todos e com transparência. “Sou cobrado por isso. Internamente tem essas reclamações e discussões”, reconheceu.
Sucessão
Arthur Lira também comentou sobre o processo de sucessão para presidência da Casa. Segundo ele, a partir de agosto a articulação para sua sucessão poderá ser discutida. “É normal que cada líder partidário que comanda sua bancada deseje ser [presidente], o que existe é que tenho uma amizade pessoal com um dos que postulam, mas nenhum ouviu que o meu candidato é “A”, “B” ou “C””, reforçou.
PL das Fake News
Por fim, Lira também afirmou que é errada a versão de que tenha “enterrado” o PL 2630/20, que trata da regulamentação das redes. Ele explicou que o chamado PL das Fake News não obteve consenso entre os líderes para ir à votação. O presidente lembrou ainda que houve uma forte pressão por parte das chamadas Big Techs para adiar a votação da proposta pelo Plenário.
Reportagem – Luiz Gustavo Xavier
Edição – Wilson Silveira
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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