POLITÍCA NACIONAL
Margareth Menezes defende importância econômica da cultura; oposição questiona critérios de projetos culturais
POLITÍCA NACIONAL
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, apresentou balanço dos primeiros meses à frente da pasta e as próximas prioridades, durante audiência na Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (3). Ela lembrou que o setor envolve 7,5 milhões de trabalhadores e movimenta cerca de R$ 230 bilhões, equivalentes a 3,1% do PIB. Esse número é semelhante, por exemplo, ao PIB da construção civil e do transporte. Diante de tais números, Margareth estabeleceu a diretriz de fortalecer o vetor econômico da cultura.
“É importante a gente entender que podemos tirar um viés econômico dessa potência da cultura brasileira, resgatar a importância da cultura para a economia, fortalecer as cadeias produtivas da cultura, formalizar e garantir direitos dos trabalhadores da cultura e promover a cultura brasileira no mundo”, observou.
A ministra anunciou investimentos nas políticas públicas de fomento cultural e economia criativa; audiovisual; direitos autorais; política nacional das artes, cidadania e diversidade cultural; formação, livro e leitura; museus, memória e patrimônio cultural.
Só na retomada do apoio aos pontos de cultura, estão previstos R$ 600 milhões ao longo dos próximos quatro anos. Segundo Margareth Menezes, “o ministério renasce como uma fênix” depois de encontrar um quadro de queda de 86% no orçamento do setor desde 2016, contratos administrativos defasados, programas descontinuados e 83% das atividades suspensas na pandemia de Covid-19.
A ministra ainda ressaltou o histórico orçamento de quase R$ 8 bilhões que a Cultura terá neste ano, resultado de recursos originais (R$ 1,1 bilhão) e os oriundos das Lei Aldir Blanc e da Lei Paulo Gustavo.
“É a primeira vez que se tem a possibilidade desse orçamento. A Lei Paulo Gustavo só está sendo executada agora porque não foi possível executá-la durante a pandemia. O setor cultural ainda não se recuperou: muitas casas fecharam, artistas e músicos venderam seus instrumentos. Estamos falando dessa coletividade”.
Uma das organizadoras da audiência, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) lembrou o impacto orçamentário das leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo aprovadas pela Câmara e pelo Senado.
“A recuperação do orçamento teve participação fundamental do Parlamento brasileiro: R$ 6,8 bilhões foram garantidos pelas duas leis”.

Questionamentos
Já a oposição questionou normas internas do ministério para pagamento de cachês e liberação de recursos da Lei Rouanet. O deputado Abílio Bruni (PL-MT), por exemplo, citou suposto privilégio a critérios LGBTQIA+ em projetos culturais e cobrou o montante de recursos investidos em arte sacra. Secretário da cultura no governo passado, o deputado Mário Frias (PL-SP) também manifestou preocupação com a fiscalização.
“Em momento algum, o governo Bolsonaro foi contra investimento na cultura. Só que me preocupa, ministra, é saber se cada projeto desse vai obedecer o devido processo legal ou se vai haver inexecução de projeto, superfaturamento, projetos duplicados”.
Margareth Menezes citou 1.946 projetos destravados desde o início de sua gestão, com a injeção de cerca de R$ 1 bilhão na economia cultural e garantiu atenção à fiscalização.
“Acho que não podemos ir na prerrogativa de que os artistas e seus agentes querem fazer malversação do dinheiro público. O que existe é uma legislação de prestação de contas que não está adequada ao fazer cultural. Nós vamos ter, sim, uma fiscalização adequada”.
Agenda legislativa
A ministra pediu a aprovação do chamado marco regulatório do fomento à cultura (PL 3905/21), que estabelece regras mais claras para o repasse de recursos e a descentralização dos investimentos. O presidente da Comissão de Cultura Marcelo Queiroz (PP-RJ) anunciou que vai organizar uma audiência para superar eventuais riscos da reforma tributária, em discussão na Câmara, sobre a Lei Rouanet e outras leis estaduais de incentivo à cultura.
A ministra afirmou que entende a cultura como expressão de vida, sustento da família e coesão do país. Ela citou a vasta carreira de 27 anos para contrapor campanhas de desqualificação que enfrentou assim que seu nome foi anunciado para o cargo. Explicou que os 100 primeiros dias foram marcados pelo estabelecimento da nova estrutura da pasta.
“Na lista das primeiras ações também estão a retomada de patrocínios culturais dos bancos públicos; a gestão compartilhada do Cais do Valongo (RJ); a criação do prêmio Carolina Maria de Jesus, com foco no lançamento de livros inéditos escritos por mulheres; e a publicação do edital Ruth de Souza de audiovisual, para projetos inéditos de obras cinematográficas”, citou.
Margareth Menezes reafirmou que os atentados ao patrimônio cultural público, em 8 de janeiro, deixaram prejuízos de R$ 26 milhões, sem contar os danos imateriais.
Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Roberto Seabra
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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