POLITÍCA NACIONAL
Participantes de audiência pedem mais ajuda do governo federal para acolher afegãos
POLITÍCA NACIONAL
Participantes de uma audiência que discutiu a acolhida humanitária de afegãos no Brasil defenderam esforços conjuntos de setores públicos e da sociedade civil e uma presença mais forte do governo federal para resolver a situação de pessoas que chegam todos os dias ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, fugidas do regime do Talibã.
Os afegãos são beneficiários do visto humanitário autorizado por portaria interministerial em setembro do ano passado. Até setembro deste ano, foram autorizados 6.299 vistos e registradas 2.842 entradas de afegãos no Brasil, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
Ocorre que muitas dessas pessoas chegam ao Brasil e, sem ajuda para moradia ou trabalho, não conseguem sequer sair do aeroporto. Hoje, mais de cem afegãos – entre homens, mulheres e crianças – estão no terminal aéreo em Guarulhos.
“Centenas de afegãos passam dias e noites acampados em busca de acolhimento, regulamentação documental, acesso a serviços públicos. A situação merece atenção federal”, defendeu a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), que conduziu a audiência. “Claro que do estado [de São Paulo] também, mas é inadmissível que o governo federal não tenha criado dotação contínua e específica para políticas de acolhimento e inclusão social nos estados e nos municípios que têm acolhido afegãos com solidariedade e trabalho duro.”

Mara Gabrilli é relatora da Comissão Mista Permanente sobre Migrações Internacionais e Refugiados, que reúne deputados e senadores e discutiu o assunto nesta quinta-feira (3).
Além da senadora, o secretário municipal de Assistência Social de Guarulhos, Fábio Cavalcante, também pediu o repasse de fundos federais para acolher afegãos. Ele informou que o município não tem capacidade de acolher, sozinho, todas as pessoas que chegam. A cidade de Guarulhos conta hoje com dois centros de acolhimento. Um terceiro deverá ser aberto em breve com financiamento do governo federal.
“Já encaminhamos para acolhimento 1.387 pessoas. As cem pessoas que estão no aeroporto são as que a gente não tem condição de encaminhar para nenhum acolhimento no estado de São Paulo”, relatou Cavalcante. “O pleito do município é para que o governo federal se responsabilize pela demanda toda. O governo federal tem expertise para isso.”
Outros estados
O secretário Fábio Cavalcante também sugeriu que a gestão federal encaminhe migrantes para outros estados dispostos a recebê-los, a partir de uma estratégia bem planejada. Hoje, as pessoas que chegam a Guarulhos recebem alimentação e também vacinas.
No entanto, segundo a assessora para Assuntos de Imigração do Ministério da Cidadania, Niusarete de Lima, o governo federal não pode impor aos estados brasileiros uma distribuição sem que haja uma pactuação local.
Niusarete disse ainda que, para facilitar o repasse de recursos federais, se faz necessária uma legislação federal que reconheça a emergência social e a crise humanitária no Afeganistão. “A gente pede ajuda dos parlamentares para que sensibilizem seus entes federados para que a gente possa ter abertura para essa lei.”
Insegurança
Conforme relatou a juíza afegã Gulandam Totakhail, quem foge do Afeganistão o faz por causa da insegurança e da situação de um país que não oferece mais saúde, educação e oportunidades para seus cidadãos. A maioria gasta muito dinheiro para chegar ao Brasil, mas se sente agradecida pelos vistos humanitários.
A juíza pediu que o Brasil continue emitindo os vistos, até porque em outros países os afegãos muitas vezes encontram problemas similares.
Qualificação
Um detalhe destacado por participantes da audiência é que boa parte dos imigrantes afegãos possui formação universitária. São médicos, engenheiros e advogados, entre outros profissionais.
O pedido da presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Renata Gil, é pela revalidação de diplomas, para facilitar a inserção de pessoas qualificadas no mercado de trabalho brasileiro.
Em resposta, o coordenador-geral do Comitê Nacional para os Refugiados da Secretaria Nacional de Justiça, Bernardo Laferté, defendeu a aprovação pela Câmara dos Deputados do Projeto de Lei 2482/20, que simplifica a revalidação e já foi aprovado pelos senadores.
“O projeto facilita a integração de refugiados na nossa sociedade e também de brasileiros graduados no exterior”, afirmou Laferté.
A senadora Mara Gabrilli solicitou ao presidente da comissão mista, deputado Túlio Gadêlha (Rede-PE), que atue incisivamente para garantir a tramitação da proposição.
No próximo dia 10, a Comissão Mista sobre Migrações fará visita de diligência ao Aeroporto de Guarulhos e a centros de acolhimento de afegãos em São Paulo.
Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Ana Chalub
Fonte: Câmara dos Deputados Federais


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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