POLITÍCA NACIONAL
Plenário poderá analisar criação do Sistema Nacional de Educação ainda neste ano, diz relator
POLITÍCA NACIONAL

O deputado Idilvan Alencar (PDT-CE) avaliou nesta terça-feira (29) que a proposta para criação do Sistema Nacional de Educação (SNE) poderá ser votada pelo Plenário da Câmara dos Deputados neste ano. A iniciativa é uma das prioridades da Frente Parlamentar Mista da Educação.
“É totalmente possível”, afirmou Alencar, relator e autor de um substitutivo sobre o tema aprovado pela Comissão de Educação da Câmara. “O Sistema Nacional de Educação não é pauta do partido A, B ou C, mas de todos”, explicou o deputado. “Não vejo muitas dificuldades de chegarmos a um acordo”, continuou.
O Projeto de Lei Complementar (PLP) 235/19, já aprovado pelo Senado, cria o SNE a fim de harmonizar e articular políticas, programas e ações da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios na área educacional. A proposta foi distribuída às comissões da Câmara e tramitará em regime de urgência.
Ao apresentar o PLP 235/19, o senador Flávio Arns (Podemos-PR) considerou entre os subsídios o PLP 25/19, da deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (União-TO). A versão de Alencar para o PLP 25/19, aprovada pela Comissão de Educação em dezembro, tramita em conjunto com a iniciativa que passou pelo Plenário do Senado em março.
“O texto do Senado e aquele que vínhamos construindo na Câmara são muito convergentes”, afirmou Alencar, destacando que houve negociações entre as Casas. Ex-presidente do Conselho Nacional de Secretários da Educação (Consed), ele reconheceu, no entanto, que alguns pontos poderão ser alterados.
Para o deputado, as mudanças no Ministério da Educação não devem atrapalhar a análise do SNE pela Câmara. “O diálogo com as equipes técnicas foi produtivo, com a participação, inclusive, do secretário-executivo [Victor Godoy Veiga], que assume o MEC interinamente. Ele demonstrou ter clareza da importância do tema, e esperamos que o MEC possa ajudar na aprovação”, afirmou Alencar.
Principais pontos
O PLP 235/19 busca universalizar o acesso à educação básica e garantir padrão de qualidade; erradicar o analfabetismo; assegurar oportunidades educacionais; articular níveis, etapas e modalidades de ensino; cumprir planos de educação nos entes federativos; e valorizar os profissionais da educação, entre outras ações.
Como princípios e diretrizes do SNE, são mencionadas a igualdade de condições para acesso e permanência na escola, na alocação de recursos e na definição de iniciativas; a articulação entre escola, trabalho e prática social; e ações inclusivas para alunos e populações de comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas.
Entre os objetivos, estão universalizar o acesso à educação básica, erradicar o analfabetismo e fortalecer os mecanismos redistributivos, todos com qualidade. Fazem parte ainda a assistência técnica, pedagógica e financeira; a infraestrutura física, tecnológica e de pessoal; e a participação democrática nos processos.
A referência para o valor mínimo a ser investido em educação básica será o Custo Aluno Qualidade (CAQ). O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao MEC, deverá subsidiar o cálculo do CAQ em âmbito nacional, considerando todos os insumos necessários.
Fragmentação de competências
Estados, Distrito Federal e municípios terão até dois anos para aprovar legislação específica para criação dos respectivos sistemas estaduais, distrital e municipais de educação. O MEC deverá prestar assistência a todos os entes federativos.
“A fragmentação das competências entre os entes federativos e o baixo nível de articulação entre eles têm sido apontados como fatores de ineficiência das políticas educacionais no Brasil e de manutenção das desigualdades em matéria de educação”, afirmou o autor do PLP 235/19, senador Flávio Arns.
“Trata-se de matéria estruturante da organização da educação nacional, com implicações de articulação pedagógica, administrativa, normativa e financeira”, disse a deputada Professora Dorinha. “Certamente contribuirá para o avanço da educação no País e para a estabilidade do processo rumo à qualidade”, avaliou.
Pós-pandemia
Entidades do setor apoiam a criação do SNE. “É a partir dele que conseguiremos pactuar políticas educacionais entre as esferas de governo, garantindo que sejam mais eficientes, adequadas ao contexto local e tenham um olhar direcionado aos estudantes que mais precisam”, avalia a organização social Todos pela Educação.
Em nota veiculada pela internet, o Todos pela Educação ressaltou a importância de reações aos efeitos negativos da Covid-19. “A primeira missão [do SNE] será recuperar a educação no pós-pandemia, com a coordenação de ações de busca ativa, acolhimento e reforço das aprendizagens não efetivadas”, afirma o texto.
A proposta do Senado já determina que, a critério dos sistemas de ensino de cada ente federativo, serão desenvolvidas atividades pedagógicas não presenciais na educação básica e superior para o cumprimento da carga horária exigida caso o ano letivo seja afetado por calamidade pública ou emergência de saúde.
Reportagem – Ralph Machado
Edição – Natalia Doederlein


MATO GROSSO
Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix
O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.
A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.
Sensação de insegurança e repercussão negativa
Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.
Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.
Fake news e manipulação política
A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.
Compromisso com transparência
Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.
A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.
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