POLITÍCA NACIONAL
Relatora defende política de cotas nas universidades
POLITÍCA NACIONAL
Relatora da proposta que atualiza a política de cotas nas instituições federais de ensino (PL 5384/20), a deputada Dandara (PT-MG) afirmou que esta ação afirmativa garantiu a sua formação educacional. “Eu sou o resultado da política de cotas, tenho muito orgulho de ter sido cotista na graduação e na pós-graduação. Se não fosse a Lei de Cotas, eu não estaria aqui”, disse.
Dandara foi responsável por construir um acordo que retirou a obstrução de partidos inicialmente contrários à proposta. A votação foi acompanhada pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e pelo relator da proposta no Senado, senador Paulo Paim (PT-RS).
A deputada Soraya Santos (PL-RJ) destacou que o acordo garantiu critérios que privilegiam os estudantes de escolas públicas e levam em consideração a situação socioeconômica do cotista. “Sei que a maioria do meu partido é contra as cotas, mas temos lá vários deputados e deputadas que são a favor”, disse. Ela destacou que a ação afirmativa tem o objetivo de garantir igualdade aos desiguais.
Dandara afirmou que a proposta busca garantir o direito à educação às pessoas negras, indígenas, quilombolas e sobretudo estudantes da escola pública. “Não é pouca coisa, é o reconhecimento de que a educação é capaz de transformar vidas”, disse.
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) defendeu o aperfeiçoamento das cotas nas universidades. “Se olharmos qualquer critério de desigualdade, é o povo preto que está lá nesse grupo. Esse é o país real”, disse.
Para o deputado Vicentinho (PT-SP), a política de cotas é uma experiência bem-sucedida que tem feito reparação histórica. “Esta Casa cumpre um papel histórico quando tem a coragem de dizer que as pessoas, pela cor da sua pele, são excluídas da vida. Nós somos minoria aqui nesta Casa. Não queremos ser maioria, mas queremos ser igual”, disse.
A autora do projeto, deputada Maria do Rosário (PT-RS), destacou que estender a política de cotas é uma ação no combate ao racismo estrutural. “É uma proposta em favor do Brasil”, disse.

O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) ressaltou que as cotas mudaram a realidade das universidades brasileiras. “O Brasil tem que dar oportunidade a todos”, disse.
Contrários
Líder da oposição, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) afirmou que as cotas raciais nunca deram certo e ampliam a divisão entre grupos étnicos. “A intenção não é privilegiar os mais pobres, mas promover a equiparação de brancos e negros nos espaços públicos. Isso é um verdadeiro absurdo. Ou não temos brancos que nascem em favela? Ou negros que nascem em berço de ouro?”, questionou.
O deputado Helio Lopes (PL-RJ) também afirmou que as cotas ampliam a divisão da sociedade. “A pobreza não tem cor, a cota tem que ser pela vulnerabilidade. Meus filhos são negros e têm que concorrer com igualdade”, disse.
O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) criticou a proposta e afirmou que há “tribunais raciais” que avaliam os candidatos nas universidades. “Eu vou votar contra essa proposta porque ela é um equívoco.”
Já o deputado Kim Kataguiri (União-SP) afirmou que as cotas precisam olhar para a condição social do aluno. “A cota não soluciona o problema”, disse.
Ele defendeu o investimento em medidas de combate à evasão escolar. “O aluno de baixa renda não tem acesso às cotas porque ele não termina o ensino médio, ele sai porque precisa trabalhar”, disse.
Marcel van Hattem e Kim Kataguiri citaram estudos norte-americanos que criticam a adoção de ações afirmativas.
Saiba mais sobre a tramitação de projetos de lei
Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Pierre Triboli
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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