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POLITÍCA NACIONAL

Setor de biocombustíveis defende aprovação de PEC de estímulo tributário

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Alan Rones/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Altera o art. 225 da Constituição Federal para estabelecer diferencial decompetitividade para os biocombustíveis. Evandro Gussi - DIRETOR PRESIDENTE DA UNIÃO DA INDÚSTRIA DE CANA-DE-AÇÚCAR E BIOENERGIA - UNICA.
Gussi: distorção de preços é incoerente com a transição para o uso de energias limpas

Entidades ligadas à produção de biocombustíveis pediram nesta terça-feira (5) a aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC 15/22) que prevê um regime fiscal diferenciado para o setor em relação aos combustíveis fósseis, como petróleo e gás. O debate ocorreu na comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa o texto em conjunto com a PEC do Estado de Emergência, que pode ampliar o pagamento de benefícios sociais até o final do ano (PEC 1/22).

De forma geral, o setor de biocombustíveis avalia que a proposta equaciona a perda de competividade diante de ajustes recentes feitos pelas leis complementares 192/22 e 194/22 no ICMS e PIS /Cofins, com a finalidade de reduzir o preço final de gasolina e diesel para a população. O setor já estava impactado por aumento do custo de produção devido à alta nos preços dos fertilizantes e à elevação da taxa de juros.

O presidente da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), Paulo Leal, disse que a PEC dos biocombustíveis é essencial para o setor que movimenta 100 bilhões de dólares por ano, equivalentes a 2,4% do PIB.

“Não é lógica a desmobilização de todo esse setor, fazendo com que milhões de pessoas, mais de 600 indústrias e 7 milhões de hectares de cana sejam abandonados em detrimento dos combustíveis fósseis. Por isso, peço o voto sim para a nossa PEC 15”, observou.

Desequilíbrio de preços
Na mesma linha, o presidente do Fórum Nacional Sucroenergético (FNS), Mário Campos, reclamou que as recentes alterações legislativas fizeram com que, em alguns estados, o preço do etanol ficasse muito próximo ao da gasolina, aprofundando o desequilíbrio entre biocombustíveis e combustíveis fósseis.

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“A paridade média, que era 67% no Brasil, vai para 79%. Ou seja, as PECs 15 e 1 são muito importantes para corrigir esse efeito que a gente está tendo hoje no mercado”, disse.

O presidente da União da Indústria de Cana de Açúcar e Bioenergia (Única), Evandro Gussi, argumentou que essa distorção é incoerente com o atual momento de transição em busca de energias mais limpas e menos poluentes. No mundo inteiro, a transição ocorre via subsídios, diferencial tributário e mercado de carbono. Porém, Gussi avalia que, no Brasil, o setor de biocombustíveis tem apenas um mercado inicial de carbono, por meio do RenovaBio, e o diferencial tributário, que agora está afetado.

Alan Rones/Câmara dos Deputados
Audiência Públcia - Altera o art. 225 da Constituição Federal para estabelecer diferencial decompetitividade para os biocombustíveis. Valéria Amoroso Lima - DIRETORA EXECUTIVA DO INSTITUTO BRASILEIRO DE PETRÓLEO E GÁS - IBP.
Valéria Lima defendeu mudanças na cobrança do ICMS

Representante do setor de combustíveis fósseis, a diretora-executiva do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Valéria Amoroso Lima, manifestou apoio à PEC sob o argumento de que a cadeia de óleo e gás também produz biocombustíveis. Valéria defendeu que seja adotada a monofasia do ICMS como “fator estruturante” na cobrança do tributo para os combustíveis.

Pela monofasia, a cobrança é feita apenas uma vez, o que, segundo o IBP, evita a guerra fiscal, facilita o repasse da arrecadação paras os estados de consumo e reduz a influência da volatilidade dos preços internacionais na arrecadação.

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Críticas 
Já o diretor jurídico da Federação Única dos Petroleiros de Paraná e Santa Catarina, Mário Dal Zot, reclamou que a proposta em análise na Câmara está direcionada apenas a questões de tributo e de garantia de lucros empresariais.

“O que não pode acontecer é limitarmos essa discussão a tributos, como parece ser a maior parte e o objetivo da PEC”, disse.

O deputado Bohn Gass (PT-RS) criticou a articulação governista para fazer com que a PEC de estímulos a biocombustíveis fosse analisada juntamente com a PEC do estado de emergência, para ampliar o pagamento de benefícios sociais.

“Nós estamos aqui na PEC 15 e foi apensada a PEC 1, que é eleitoreira: o governo agora tem pressa em ajudar quem ele nunca quis ajudar, que são os caminhoneiros e as pessoas com R$ 400 que estão passando fome”, disse.

Relator
O deputado Christino Aureo (PP-RJ) será o relator das duas propostas no Plenário da Câmara e reforçou a importância do texto para o setor de biocombustíveis.

“Essa PEC é a oportunidade de reafirmarmos os diferenciais competitivos a favor do biocombustíveis, sem criar polarização desnecessária. E, já que a reforma tributária não passou, temos o dever de, pelo menos aqui, manter algum nível de coerência”, afirmou.

Durante a audiência na Câmara, o relator das propostas na comissão especial, deputado Danilo Forte (União-CE), chegou a visitar o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, para discutir pontos do texto final.

Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Roberto Seabra

Fonte: Câmara dos Deputados Federais

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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