POLITÍCA NACIONAL
Inaugurado para votações na pandemia, Plenário Virtual é incorporado à rotina da Câmara
POLITÍCA NACIONAL

Inaugurado em março de 2020, o sistema de votação remota da Câmara dos Deputados surgiu para permitir que matérias importantes fossem discutidas e votadas com agilidade pelo Plenário, mesmo durante o isolamento social exigido durante a pandemia de Covid-19. Após dois anos de funcionamento, o sistema se tornou uma realidade no cotidiano dos parlamentares que hoje ainda podem votar pelo celular, desde que registrem presença na Casa.
O Plenário Virtual, como é chamado, foi desenvolvido pela Secretaria-Geral da Mesa e pela Diretoria de Inovação e Tecnologia da Informação a partir do InfoLeg, um aplicativo de celular criado em 2016 com o objetivo de prestar informações em tempo real para a sociedade sobre a atividade legislativa.
Durante a pandemia, o aplicativo foi adaptado para funcionar como um posto remoto de votação. Para tanto, bastava o deputado marcar sua presença duas horas antes das sessões virtuais. “Essa solução colocou a Câmara em grande destaque em relação a outros parlamentos no Brasil e no mundo. Até então, nenhuma Casa legislativa tinha uma solução como essa, de mobilidade e facilidade de uso”, observou o servidor da Câmara Fernando Torres, que é o gerente do projeto.
Torres explicou que o trabalho remoto para os parlamentares foi implementado de forma gradual. No primeiro momento, a prioridade era o funcionamento da sessão do Plenário, porque existiam medidas urgentes que precisavam ser votadas em razão da pandemia; em seguida, foram criadas outras funções no aplicativo, como a de inscrição de oradores, votação nas comissões, assinatura de proposições, entre outras.

“Esse processo foi evoluindo e nós tivemos mais funcionalidades, criamos novos recursos para que o próprio deputado, pelo aplicativo, pudesse se inscrever para falar nos diversos momentos da sessão. E continua evoluindo, hoje. O deputado pode assinar um projeto de lei pelo próprio celular”, completou Torres.
A coordenadora de Inovação, Governança e Estratégia Digital da Câmara, Patricia Almeida, ressaltou que o aplicativo está pronto para operar nos casos de trabalho presencial, remoto ou híbrido. Ela acrescentou ainda que o sistema virtual pode ser usado para deputados com problemas de locomoção ou em licença maternidade, como ocorre na Espanha.
“A Câmara não se restringiu a oferecer um aplicativo só para votações. Ela aproveitou o Infoleg App, já disponível para os cidadãos, e agregou funções que seriam usadas apenas pelos deputados. Esse ecossistema deu mais segurança, mais conforto aos deputados que poderiam consultar as informações de que precisavam antes de fazer a deliberação”, explicou a servidora da Câmara.
Hoje, funciona um sistema híbrido que permite a votação pelo aplicativo e pelos postos de votação no Plenário Ulysses Guimarães e nos plenários de 16 comissões. Para isso, é necessário que o deputado marque presença no edifício da Câmara.

Impactos
Quanto aos impactos na produtividade do trabalho parlamentar, a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) apontou vantagens da votação a distância, no contexto da crise sanitária. “O programa foi muito importante, especialmente no momento mais difícil que era a pandemia, quando nós votamos o ‘orçamento de guerra’, liberando todo o recurso necessário para salvar vidas, para equipar hospitais, para comprar EPIs, para garantir a vacina”, disse.
No entanto, a deputada afirma que seria necessário haver reconhecimento facial. “Não tem como auferir se é o parlamentar que está votando, porque em nenhum momento o sistema pede o rosto de quem está votando”. Outro problema, na visão de Perpétua Almeida, é que a distância dificulta o debate na Casa. “Quando você tem os parlamentares no Plenário, esse debate flui, os argumentos funcionam. Em muitos momentos, eu vi propostas para o País serem recusadas porque não foram debatidas suficientemente no Plenário”, disse.

Para o deputado José Medeiros (PL-MT), o sistema híbrido é uma ferramenta importante para o processo legislativo e “veio para ficar”. “Às vezes, você está em algum ministério e de repente tem uma votação nominal, e hoje você pode votar remotamente”, argumentou.
Adaptações
O objetivo do sistema de votação virtual foi reproduzir em salas virtuais a mesma experiência que tinham os deputados nas sessões presenciais. Para tanto, explicou Fernando Torres, foi necessário superar alguns desafios, como controlar o tempo de microfone durante as sessões.
“Uma sala com 513 deputados não pode ficar com o microfone aberto para todos eles, porque seria um caos na condução, pelo presidente, de sessões com tantas pessoas interagindo”. Para contornar o problema, foram criadas salas para os líderes, em que os microfones ficavam sempre abertos, e salas para os deputados.
Outra questão que exigiu adaptação foi a segurança: “Sempre esteve no nosso radar essa questão das operações realizadas com toda a segurança e integridade das informações. Então implantamos diversos mecanismos que possibilitaram que as transações fossem feitas de forma segura, como é o caso de chaves criptográficas, segundo fator de autentificarão, entre outros”, informou Torres.
Reportagem – Emanuelle Brasil
Edição – Geórgia Moraes


MATO GROSSO
Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix
O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.
A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.
Sensação de insegurança e repercussão negativa
Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.
Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.
Fake news e manipulação política
A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.
Compromisso com transparência
Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.
A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.
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