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Participantes de audiência citam desafios para integrar dados da Saúde

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Os desafios para a integração dos dados da Saúde foram tema de debate em audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara nesta quinta-feira (7). Projeto sobre o assunto que está sendo examinado pela comissão (PL 3814/20) foi aprovado no ano passado no Senado e obriga o Sistema Único de Saúde a criar uma plataforma digital para unificar informações de pacientes atendidos pelas redes de saúde pública e privada.

Na plataforma digital unificada poderão ser registrados prontuários médicos, resultados de exames, procedimentos ambulatoriais, receitas médicas e outras informações de saúde. Pelo projeto de lei, o paciente deve autorizar a inserção dos dados do seu histórico com anonimato do perfil e sigilo das informações prestadas. O acesso a esse banco de dados só poderá ser feito pelo próprio paciente ou por profissionais de saúde envolvidos no atendimento, por autorização do paciente ou de representante legal.

Wesley Amaral/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Integração de dados na Saúde. Dep. Adriana Ventura NOVO - SP
Proposta analisada pela comissão já foi aprovada pelo Senado

O desafio, segundo o ex-secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde Denizar Vianna, é proporcionar a troca de informações entre beneficiários, médicos, laboratórios e hospitais. “No momento em que conseguimos integrar todos esses dados públicos e privados de diferentes locais de atendimento dos nossos pacientes isso vai certamente potencializar, e muito, o que vamos entregar na ponta aos pacientes.”

Durante a audiência, foram detalhadas ações do Poder Executivo dentro da Estratégia de Saúde Digital, como o Plano de Ação de Saúde Digital, que vai até 2028, e a Rede Nacional de Dados em Saúde, uma plataforma de troca de dados que criou a estrutura do Conecte SUS.

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Informatização
O diretor do Departamento de Informática do SUS (Datasus), Merched Cheheb, lembra que 134 milhões de brasileiros estão conectados, o que corresponde a 2/3 da população. E que 99% das pessoas têm telefone celular. “Um grande desafio seria a gente informatizar todos os níveis da saúde, seja na atenção básica, na atenção especializada, a gente ter todos os passos da saúde de forma digital”, disse.

“E um dos pontos principais da transformação digital: colocar o usuário como protagonista. Fazer com que ele tenha acesso à sua informação de forma rápida, que ele possa ajudar os profissionais de saúde a ter acesso a essa informação e que ele possa compartilhar a informação com quem quiser, porque a informação é do cidadão.”

Segurança dos dados
Merched Cheheb informou que entre 2020 e 2021, os ataques ao sistema do Ministério da Saúde cresceram em 300%. Com a Lei Geral de Proteção de Dados, a preocupação com a segurança das informações é ainda maior e é preciso aumentar os investimentos.

Os ataques são também uma preocupação do vice-presidente da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), Eduardo Marques, que acredita que implementar a troca de informações é um desafio porque é grande a quantidade de parceiros do sistema de atenção à saúde no país. Segundo ele, sem padronização, não há como avançar ou garantir a qualidade de atenção em todo o Brasil.

“Hoje nós temos ilhas de excelência, como temos ilhas de grandes problemas a serem resolvidos. A questão da segurança e privacidade é muito importante. Infelizmente, nós temos vários exemplos no mundo inteiro de quebra de segurança e o Brasil é um dos países em que esses ataques têm uma frequência muito alta e com baixa capacidade de as empresas de se defenderem por falta de adoção de mecanismos de proteção”, apontou.

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Prioridades
Na opinião do diretor executivo da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), Antonio Britto, o debate precisa ser mais aprofundado. Ele acredita que o assunto não foi disciplinado corretamente na proposta aprovada no Senado, onde, na avaliação dele, o assunto não foi suficientemente discutido.

“Propomos que haja uma hierarquização de prioridade. É impossível supor que devamos nos atirar em todos os dados de todas as pessoas e de todas as entidades. Onde, por onde queremos começar? Vacinação, seguramente. Os dados sobre internação e alta complexidade, seguramente. O que mais?”, questionou.

Wesley Amaral/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Integração de dados na Saúde. Dep. Adriana Ventura NOVO - SP
Adriana Ventura: preocupação com segurança e preservação de dados

O debate foi mediado pela relatora da proposta que cria uma plataforma de unificação de dados de saúde, deputada Adriana Ventura (Novo-SP). “Farei a próxima audiência, já combinamos aqui, atendendo sugestões dadas pelo doutor Antonio Britto, de hierarquização. É importante esse caminho”, assentiu.

Para a relatora, o Brasil precisa avançar na informatização dos serviços de saúde e é importante discutir como a integração pode ser feita com segurança para garantir que os dados dos cidadãos estarão preservados.

Reportagem – Luiz Cláudio Canuto
Edição – Ana Chalub

Fonte: Câmara dos Deputados Federais

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Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix

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O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.

Sensação de insegurança e repercussão negativa

Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.

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Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.

Fake news e manipulação política

A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.

Compromisso com transparência

Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.

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A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.

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