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Cáceres Cidadã: Projeto do Judiciário atende população na região da fronteira com a Bolívia
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Os cabelos lisos, pele amendoada com as marcas da idade, os olhos profundos e negros não escondem as feições indígenas comuns da população que vive em Cáceres, município na Fronteira com a Bolívia. Um rosto que exemplifica essas características é o de Margarida Mergar, avó de uma criança com microcefalia e de outro menino de 5 anos. Ela, assim como mais de 300 pessoas, recebeu atendimento durante o projeto Cáceres Cidadã, da Justiça Comunitária da Comarca, coordenada pelo juiz José Eduardo Mariano. O evento teve início na sua primeira edição nesta quarta-feira (27 de julho), na Escola Municipal Professor Eduardo Benevides Lindote, no bairro Jardim das Oliveiras, e segue até sexta-feira (29). A mulher buscou o projeto para regularizar a situação de seus netos e filhas, registradas na Bolívia.
“Eu acho necessário esse serviço para nós, que somos pobres e humildes. Meu caso é que eu sou brasileira, nascida e criada aqui, mas minha família é da Bolívia e minhas filhas nasceram lá. Duas delas têm documentos bolivianos, mas mudaram para Cáceres e tiveram filhos, que são registrados aqui”, conta Margarida.
De acordo com o juiz José Eduardo Mariano a escolha do bairro Jardim das Oliveiras para ser o primeiro atendido pelo projeto se deve justamente pela característica de ser povoado por pessoas como a dona Margarida que precisam de atendimento de diversos serviços dos quais o Judiciário pode contribuir. Ele considera o local ideal para levar órgãos públicos e aferir as demandas da população.

O caso de Margarida foi recebido pela gestora do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), Adriana Del Castanhel. Ela conta que “como Cáceres é fronteira, a população boliviana é muito comum, então eles buscam esclarecimento para regularizar a sua situação. Nós fazemos essa orientação e encaminhamos certinho para quem deve dar andamento, que nesse caso é a Defensoria Pública da União. E é a parte de Cidadania do Cejusc cumprindo seu papel.”
Maria Aparecida de Jesus também procurou o Cejusc. Ela tenta ajudar a nora a resolver uma situação de pensão dos filhos e foi atendida pela gestora do Cejusc quanto aos documentos que devem ser levados e garantiu que irá retornar com a nora para levar o caso adiante.

Idosos vão pela primeira vez ao oftalmologista

Kleiton Cesar Silva de Almeida, oftalmologista, conta que, infelizmente, casos como o da idosa não são raros durante atendimentos nessas comunidades no entorno de Cáceres. “Muita gente consegue ser atendida por um oftalmologista pela primeira vez só durante uma ação como essa”, conta o médico. Ele integra uma rede solidária de oftalmologistas que estão prestando serviços no projeto de forma voluntária no consultório móvel da Justiça Comunitária Estadual, coordenada pelo juiz José Antônio Bezerra Filho.
A história de dona Ana poderia ser o enredo de um filme, mas é real. De origem indígena, ela foi retirada de sua família quando ainda era uma criança e levada à casa de uma professora onde foi submetida ao trabalho degradante, sofreu maus tratos e foi impedida de frequentar a escola até completar 14 anos, quando fugiu. Ao conseguir se libertar e construir sua família, acabou sendo abandonada pelo marido logo em seguida. Foi obrigada a retomar os trabalhos exaustivos em casas ou fazendas para conseguir sustentar os filhos.
Quando chegou à velhice, os filhos já adultos passaram a ajudar a mãe. Mas todos muito pobres e dividem o pouco que tem. Somente agora ela poderá recobrar a visão, pois já foi encaminhada para o tratamento que precisa.
Atuação da Justiça Comunitária
Em 2019 a Justiça Comunitária foi instalada em Cáceres, mas os atendimentos foram intensificados na área social durante a pandemia, com a distribuição de cestas básicas. Logo que retornou aos trabalhos presenciais na comarca, foram iniciadas as tratativas para realizar o evento e os planos, de acordo com o coordenador local é de realizar outros.
“Após o término do evento, vamos avaliar os resultados e planejar as próximas ações e queremos fazer um calendário para 2023. Nosso papel enquanto Justiça Comunitária é organizar e trazer os órgãos públicos junto da população. Essa é uma medida que reduz, significativamente, as demandas que podem chegar ao Judiciário, às vezes uma briga entre vizinhos, uma pendência com as companhias de abastecimento de água e de energia”, concluiu José Eduardo Mariano.
São parceiros da ação o Cejusc, a Polícia Militar, o Centro Oftalmológico de Cáceres, Centro de Excelência Ocular, Oftalmoclin e Centro Oftalmológico Hospital Dia, Defensoria Pública do Estado (DPE), Defensoria Pública da União, Fapan, Energisa, Águas Pantanal, Detran, Secretaria Municipal de Assistência Social, Secretaria Municipal de Fazenda, Reurb (projeto de regularização fundiária), Procon, OAB, Unemat e Alcoólicos Anônimos e os patrocinadores: Agência 27, Multi Tudo, Grupo Juba, Supermercado Todo Dia.
#Paratodosverem Esta matéria possui recursos de texto alternativo para promover a inclusão das pessoas com deficiência visual. Descrição de imagens: Imagem 1 – Foto colorida na qual aparece a moradora de Cáceres Margarida Mergar. Ela está com um bebê em sua colo e ao seu lado um menino de 5 anos, seus netos. Imagem 2 – Foto colorida do juiz José Eduardo Mariano, coordenador da Justiça Comunitária de Cáceres. Ele veste uma camiseta branca escrito “Cáceres Cidadã”. Imagem 3 – Foto colorida onde aparece a prefeita Eliene Liberato segurando um microfone enquanto fala ao público. Imagem 4 – Foto colorida onde aparece a idosa Ana Saboré sendo atendida pelo oftalmologista Kleiton de Almeida.
Andhressa Barboza
Coordenadoria de Comunicação da Presidência do TJMT
imprensa@tjmt.jus.br
Fonte: Tribunal de Justiça de MT
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VÍDEO: Segundo a Guarda Municipal, enquanto passava mal, a vítima estacionou o carro, mas permaneceu com o pé no acelerador, que fez com que o veículo pegasse fogo.
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