MATO GROSSO
Para além da avaliação dos tribunais de contas, 1º Ciclo de Debates marca mudança de paradigmas do MMD-TC
MATO GROSSO
A Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon) promoveu, na manhã desta quarta-feira (21), o 1º Ciclo de Debates do Marco de Medição de Desempenho dos Tribunais de Contas (MMD-TC), iniciando os trabalhos do 2º Laboratório de Boas Práticas dos Tribunais de Contas. Em parceria com o Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), o encontro é realizado no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá.
Conforme o presidente da Atricon, conselheiro Cezar Miola (TCE-RS), o ciclo de debates marca uma mudança de paradigmas no âmbito do MMD-TC, no sentido de avançar para além da avaliação, congregando esforços para a implementação de medidas voltadas ao aprimoramento do desempenho dos Tribunais de Contas.
“O MMD-TC é uma inovação trazida para o Sistema Tribunal de Contas do Brasil e agora pretendemos dar um passo adiante, de natureza qualitativa. Já estamos com muitos diagnósticos de avaliações ao longo desse período, o desafio é avançarmos no plano da transformação efetiva, identificar oportunidades de melhoria e objetivamente alavancarmos”, salientou o presidente.
Na ocasião, Miola também lembrou que o Marco de Medição foi lançado em Mato Grosso, em 2012, na gestão do então presidente do TCE-MT, conselheiro Antonio Joaquim. “Podemos dizer que neste ano completamos uma década de MMD-TC e é simbólico que estejamos em Mato Grosso, terra onde lançamos o programa”.
Vice-presidente executivo da Atricon, Edilson de Sousa Silva (TCE-RO) pontuou que a utilização desse instrumento de avaliação para identificação de oportunidade de melhoria dos Tribunais de Contas brasileiros será o grande legado desta gestão. “Os tribunais são outro depois do MMD-TC. Vimos as melhorias, os nivelamentos, muitos indicadores alcançaram o nível de satisfação. Portanto, essa análise é a grande diretriz, pois chegou o momento de darmos uma guinada e utilizarmos esse instrumento para implementar melhorias efetivas”.
Na oportunidade, o vice-presidente de Desenvolvimento do Controle Externo da Atricon, Sebastião Carlos Ranna de Macedo (TCE-ES), salientou que foram avaliados 25 indicadores, dos quais três foram selecionados para o debate, sendo eles auditoria financeira; acompanhamento das decisões, abrangendo o valor e benefícios do controle externo; e auditoria ambiental e mobilidade urbana.
“Percebemos que ao longo desses dez anos alguns indicadores avançaram mais do que outros e hoje o debate é sobre esses três temas considerados mais caros para nós. O objetivo é identificar e implementar ações que visam otimizar o desempenho dos tribunais de contas em relação a eles. Além disso, o foco é, cada vez mais, direcionar o MMD-TC para as atividades finalísticas do controle externo, quais sejam, auditoria e fiscalização de políticas públicas”, explicou.
Representando o TCE-MT na abertura dos trabalhos, a auditora pública externa Lisandra Barros também lembrou que o MMD-TC teve origem no TCE-MT. “Então, é uma honra participar dessa transformação, dessa evolução e dessa construção participativa”.
Ao longo do 1° Ciclo de Debates, o conselheiro Rodrigo Coelho (TCE-ES) também fez uma explanação sobre o trabalho desenvolvido pelo Comitê de Educação do Instituto Rui Barbosa (IRB) e a contribuição para as fiscalizações dos tribunais de contas.
Ao final da reunião, foi elaborado um documento, que será submetido à deliberação da direção da Atricon na tarde de hoje e apresentado ao Conselho Nacional de Presidentes dos Tribunais de Contas (CNPTC), ao Instituto Rui Barbosa (IRB) e à Associação Brasileira de Tribunais de Contas dos Municípios (Abracom), a fim de assegurar o engajamento dos 33 tribunais de contas brasileiros.
2º Laboratório de Boas Práticas dos Tribunais de Contas
Realizado Atricon e pelo TCE-MT, o 2º Laboratório de Boas Práticas dos Tribunais de Contas reunirá profissionais de todo o país no Centro de Eventos do Pantanal entre esta quarta (21) e sexta-feira (23).
Ao longo do dia 22 e no dia 23, pela manhã, serão realizadas cinco salas simultâneas com apresentação de cerca de 70 boas práticas identificadas no Marco de Medição do Desempenho (MMD-TC) de 2022.
A programação inclui ainda temas relevantes ao controle externo, com palestra sobre as mesas técnicas, com o vice-presidente do TCE-MT, conselheiro Valter Albano, e o lançamento do projeto de elaboração do Planejamento Estratégico da Atricon para o ciclo 2024/2029, que será feito pelo presidente da Associação e conselheiro do Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul (TCE-RS), Cezar Miola.


MATO GROSSO
Decisão do STJ obriga juízes do TJMT analisar essencialidade de grãos em RJ de produtores rurais

O ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), deu provimento ao recurso especial interposto por produtores rurais, e reformou acórdão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), obrigando os juízes a realizar novo julgamento sobre extraconcursalidade dos créditos e da essencialidade dos grãos no processo de recuperacional.
Os produtores entraram com recurso após o Juízo da 4ª Vara Cível da Comarca de Rondonópolis deferir a recuperação judicial dos recorrentes, mas considerar que o crédito executado era de natureza extraconcursal, pois decorria de contrato de Barter com emissão de Cédula de Produto Rural (CPR), não se submetendo aos efeitos da recuperação. Porém, no julgamento, o Tribunal afastou a essencialidade dos grãos sem justificar as razões de tal medida.
Em sua decisão, o ministro destacou que o acórdão do TJMT se limitou a afirmar a extraconcursalidade do crédito com base na natureza da CPR, proveniente de contrato de Barter, porém, sem discorrer sobre a exceção prevista no artigo 11 da Lei 8.929/1994.
“Assim, não há elementos no acórdão que possam subsidiar, de forma concreta, a extraconcursalidade atribuída à CPR, muito menos a não essencialidade dos grãos para garantir o cumprimento do plano de recuperação”, diz trecho da decisão.
Operação Barter é uma operação financeira entre produtor rural e empresas de produtos utilizados no agronegócio, uma modalidade de crédito em que o pagamento ocorre de uma forma diferente do crédito convencional. Por meio de um acordo realizado antes da colheita, o produtor adquire insumos agrícolas e realiza o pagamento com os produtos que ele cultiva em sua lavoura. Isso quer dizer que não é preciso fazer o pagamento antecipado em dinheiro.
De acordo com o advogado do Grupo ERS e especialista em recuperação judicial, Allison Giuliano Franco e Sousa, a decisão traz mais segurança jurídica aos produtores rurais.
“Em um período em que os pedidos de recuperação judicial no campo crescem a cada novo levantamento divulgado, temos uma sinalização de um ministro do STJ que diz que o argumento dos produtores rurais para ficarem com os grãos, pois são bens essenciais para a manutenção da atividade é o suficiente. Com a decisão, o STJ obriga os juízes a se manifestarem sobre a essencialidade dos contratos de Barter, não podendo serem retirados imediatamente da recuperação judicial, isso traz mais segurança jurídica aos produtores”, explicou.
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