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Defesa da democracia ganha destaque no 1º dia do Mercosul Social

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A defesa da democracia, a busca pela igualdade e o combate ao preconceito e discriminações deram o tom da abertura da Cúpula Social do Mercosul, nesta segunda-feira (4), no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. É a primeira vez que o evento é realizado de forma presencial, depois de sete anos.

Durante dois dias, o encontro reunirá cerca de 300 representantes da sociedade civil de países sul-americanos, além de autoridades, para discutir temas sociais. Os participantes irão produzir quatro relatórios que serão entregues aos líderes de países-membros e associados do Mercosul, que se reunirão na quarta (6) e quinta-feira (7).

Integração regional

A ministra substituta da Secretaria-Geral da Presidência da República, Maria Fernanda Coelho, ressaltou que a participação social nas discussões ocorre nos moldes dos Diálogos Amazônicos, evento que precedeu a Cúpula da Amazônia, em Belém, em agosto. Para ela, a cúpula tem o objetivo de discutir “o fortalecimento do Mercosul a partir da consolidação da democracia e dos instrumentos e espaços da participação social”.

Para Maria Fernanda, o governo tem a responsabilidade de ampliar os espaços de participação no processo de integração regional.

“Apenas assim conseguiremos fortalecer o Mercosul e aprofundar as discussões sobre o caráter regional dos desafios comuns enfrentados. A integração não é um momento, entendemos como um processo de formação e pactuação dos consensos possíveis”, afirmou.

Retomada

A militante Verônica Ferreira, da Articulação Feminista Marcosur, representou a sociedade civil no comitê organizador da cúpula. Ela ressaltou que a volta dos encontros após sete anos é uma retomada, mas que precisa vir acompanhada de avanços, colocando a democracia no centro das discussões.

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“[Há a] necessidade de a gente construir uma agenda democrática, porque a democracia está em risco dia sim, outro também, na nossa região”, disse.

“A agenda para o Mercosul precisa estar radicalmente centrada na participação, na democracia, no compromisso feminista, com os direitos das mulheres, em tempos de conservadorismo e fundamentalismo que avançam, com os direitos dos povos originários, dos povos indígenas, nos povos do campo e com agenda social”, completou.

Racismo e xenofobia

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, considera que a promoção da igualdade racial é também um tema econômico.

“O desenvolvimento econômico que todos os blocos de países almejam se dará como enfrentamento do racismo e xenofobia, raízes da desigualdade e da exclusão social. Não cabe mais negligenciar o custo econômico da discriminação e da exclusão racial, e entendo que a sociedade também está aqui para ratificar essa demanda”, declarou.

Democracia

A embaixadora paraguaia Helena Felip representou na abertura da cúpula o próximo país a receber do Brasil a presidência pro tempore (rotatividade semestral) do Mercosul. Ela enfatizou a participação social como elemento fundamental de sociedades democráticas.

“Para nós é muito importante esse diálogo entre governo e sociedade civil. Concebemos a participação social como um direito legítimo de cidadãos, necessário para aprofundar a democracia”, afirmou.

“Consideramos fundamental contar com mecanismos efetivos que propiciem as condições para que a sociedade organizada possa chegar a boas resoluções, para que leve adiante nosso processo de integração”, acrescentou.

Representando o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, a embaixadora Gisele Padovan classificou a retomada da Cúpula Social como um processo-chave. “Um momento para escutar a sociedade civil para guiar o processo do Mercosul do futuro. Esse Mercosul precisa da sociedade, não pode ser um processo fechado conduzido apenas pelo governo”, disse.

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G20 Social

Bem na entrada do Museu do Amanhã, há uma grande escultura com a inscrição “Rio Capital do G20”. É uma alusão à reunião do grupo que engloba os países com as maiores economias do mundo, marcada para novembro do ano que vem, na capital fluminense. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, deixou um convite para o G20 Social, em moldes semelhantes ao encontro desta semana na cidade.

“Quanto mais movimento social, quanto mais debate, quanto mais discussão, quanto mais participação da sociedade civil nós tivermos, certamente vamos qualificar a implementação das nossas políticas públicas”, disse.

Mercosul

O Mercado Comum do Sul (Mercosul) é um processo de integração regional que começou em 1991, formado inicialmente pela Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Nas décadas seguintes, foram aprovados os ingressos da Venezuela e Bolívia. Desde 2017, a Venezuela está suspensa pelo não cumprimento de cláusulas democráticas do bloco. A Bolívia ainda não concluiu o processo de ingresso, mas já teve a chancela dos parlamentos dos demais países. São países associados Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname.

O bloco abrange uma área de 14.869.775 quilômetros quadrados (o Brasil detém 57%) e uma população de 295 milhões, sendo mais de 200 milhões de brasileiros.

Fonte: EBC Internacional

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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