Search
Close this search box.
CUIABÁ

POLITÍCA NACIONAL

Ações de bem-estar animal podem trazer múltiplos benefícios para o Brasil, dizem especialistas

Publicados

POLITÍCA NACIONAL

Especialistas de várias áreas apontaram uma série de oportunidades econômicas, sociais, ambientais e sanitárias para o Brasil a partir do incremento de ações de bem-estar animal. A lista de desafios e de benefícios foi apresentada nesta quinta-feira (17) durante debate na Câmara dos Deputados sobre a Resolução Nexus do programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA), que trata do nexo entre bem-estar animal, meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

A resolução foi aprovada em março do ano passado com foco nos esforços de proteção da vida selvagem, considerando o crescente consenso em torno dos efeitos dessa medida para a redução do risco de novas zoonoses, para a mitigação das mudanças climáticas e para a garantia de sistemas alimentares seguros e sustentáveis. As recomendações do PNUMA estão em fase de consulta pública por parte dos Estados-membros.

A diretora-executiva da ONG internacional Mercy for Animals, Cristina Mendonça, afirmou que o bem-estar animal é fundamental para o efetivo cumprimento das metas de contenção do aquecimento global. “A gente precisa reduzir 45% das emissões de gases do efeito estufa. A magnitude dessa mudança é extraordinária e é por isso que se fala em mudanças radicais e mudanças transformacionais”, declarou.

O fim do uso massivo de antibióticos e da crueldade na criação de animais em cativeiro são algumas das “mudanças radicais” esperadas. O pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Celso Funcia Lemme aconselhou o setor produtivo a encarar esse desafio como novas oportunidades econômicas. “O custo de fazer uma mudança pode ser alto, mas o risco de não fazer pode ser muito maior, ou seja, você pode ser eliminado de mercados, perder oportunidades ou perder a sua liderança.”

Leia Também:  Comissão promove debate sobre ambiente digno e seguro no trabalho

O debate ocorreu na Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, onde o especialista em políticas públicas do The Good Food Institute, Alysson Soares, exemplificou uma das novas oportunidades: a produção de alimentos a partir de proteínas de vegetais, proteínas cultivadas e fermentação de precisão.

“Tem o termo hoje dos chamados ‘flextarianos’: são aquelas pessoas que – por motivos nem sempre ligados à causa animal ou à mitigação de impactos climáticos, mas muitas vezes por conta de saúde – têm que reduzir o consumo de carne. E é nesse público que os produtos plant-based e de proteínas alternativas no geral miram”, explicou.

Vinicius Loures / Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Nexus entre bem-estar animal, ambiente e desenvolvimento sustentável. Especialista em Políticas Públicas - The Good Food Institute Brasil, Alysson Soares
Alysson Soares vê oportunidade de negócios na produção de alimentos a partir de proteínas de vegetais

Tema de Estado
A diretora de proteção e direitos dos animais do Ministério do Meio Ambiente, Vanessa Negrini, defende a causa como tema de Estado. “Esse tema do bem-estar animal precisa ser debatido no conjunto dos interesses da sociedade, nos vários órgãos que discutem isso. É pelo bem dos animais? Sim, é pelo bem dos animais. Mas, não se iludam, é sobretudo pela vida humana na Terra.”

Leia Também:  Entra em vigor a lei que torna permanente o Auxílio Brasil de R$ 400

No Ministério da Agricultura, o fórum técnico de bem-estar animal retomou as atividades em agosto. O Ministério da Saúde informou os esforços para a elaboração de um plano nacional de “saúde única”, também contemplando os animais e os ecossistemas.

O deputado Bruno Ganem (Pode-SP) reforçou a necessidade de conscientização em torno do nexo entre bem-estar animal, meio ambiente e desenvolvimento sustentável. “É justamente solicitar ao governo brasileiro que apoie e auxilie o PNUMA no desenvolvimento do Relatório Nexus, liderando um processo consultivo regional, capacitando os serviços públicos federais e os diversos ministérios envolvidos”, afirmou.

A Frente Parlamentar Ambientalista mantém um grupo de trabalho sobre bem-estar animal e acompanha a análise de quase 60 projetos de lei sobre a causa animal em análise no Congresso Nacional.

Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Geórgia Moraes

Fonte: Câmara dos Deputados

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

Publicados

em

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

Leia Também:  Deputados aprovaram diretrizes para elaborar planos de adaptação às mudanças climáticas

 

Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

Leia Também:  Governo diz que o Projeto Pró-Águas Urucuia, em Minas Gerais, não inclui barragem

E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

CUIABÁ

VÁRZEA GRANDE

MATO GROSSO

POLÍCIA

MAIS LIDAS DA SEMANA