POLITÍCA NACIONAL
Anac e empresas aéreas devem rever regras sobre embarque e bagagens de mão após conflitos recentes
POLITÍCA NACIONAL
Representantes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informaram nesta terça-feira (30), aos deputados da Comissão de Viação e Transportes da Câmara, que estão pedindo às empresas aéreas que informem a quantidade de bagagens de mão que são despachadas na porta da aeronave e até após a entrada do passageiro na cabine, por exigência da tripulação.
A ideia é adotar novos procedimentos que evitem o que ocorreu com a professora Samantha Barbosa, em abril deste ano, quando foi retirada do avião pela Polícia Federal após conflito relacionado à sua bagagem de mão.
Superintendente de Infraestrutura Aeroportuária da Anac, Giovano Palma também citou a necessidade de discutir com o setor a questão do racismo estrutural. Samantha, que é negra, foi retirada do avião após insistência da tripulação para que despachasse a mochila. Mas ela afirma que uma passageira branca não teve dificuldade para acomodar três bagagens de mão.
Samantha estava num voo da Gol e quis levar a bagagem na cabine porque tinha um notebook na mochila e ela estava dentro do padrão de tamanho. Após ser advertida em relação à mochila, que estava saindo um pouco da parte de baixo do assento, Samantha conseguiu realocar a bolsa no bagageiro após a ajuda de um passageiro, mas o comandante da aeronave já havia chamado a polícia e não houve retorno desta posição.
A presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas, Jurema Monteiro, não quis comentar o caso de Samantha porque ele está sendo discutido na Justiça, mas afirmou que toda a ação dos funcionários das empresas está relacionada à segurança dos voos. Jurema afirmou que, nos últimos anos, as pessoas têm buscado levar muita coisa como bagagem de mão e chegam ao aeroporto com pouco tempo para o embarque:
“Há uma característica realmente de que cada vez mais as pessoas embarquem com muitos volumes a bordo, e as empresas precisam então lidar com isso tendo em vista o aspecto do balanceamento da operação”, disse.

Protocolos
O representante do Sindicato Nacional dos Aeronautas Henrique Hacklaender afirmou que casos como o de Samantha ocorrem semanalmente. “Se foi necessário a bagagem ser acomodada, se houve outras bagagens, ou se tinham outros fatores acontecendo a bordo, isso eu não estava lá e não tenho como afirmar. Mas fato é que os tripulantes seguiram e vão continuar seguindo os protocolos”, declarou.
O deputado Ricardo Silva (PSD-SP) disse que nenhum dos depoentes conseguiu responder como a passageira Samantha estaria comprometendo a segurança do voo. “Eu gostaria de ouvir qual item, e se alguém puder falar eu abro a palavra, qual foi o item de insegurança que esta senhora trouxe?”, questionou.
Depoimento
Antes de ser expulsa, Samantha chegou a pedir aos demais passageiros que dissessem se ela havia feito algo errado e vários disseram que ela estava certa:
“No mundo em que as pessoas cada vez mais pensam só em si, as testemunhas foram essenciais para a ação de solidariedade. Quando o policial disse que se eu não saísse todos precisariam sair, muitas pessoas se levantaram e disseram que sairiam”, disse Samantha, que participou da audiência.
A empresa Gol não compareceu à audiência, mas explicou que a representante da Abear falaria pela companhia. Jurema Monteiro, da Abear, disse que as empresas também estão estudando medidas para melhorar os procedimentos de embarque.
O gerente de Regulação das Relações de Consumo da Anac, Yuri Cherman, disse que o governo apoia as liberdades tarifária e de oferta das empresas. Segundo ele, as regras internacionais também dão ao comandante da aeronave o controle de toda a situação a bordo. Mas a agência, junto com as empresas, vai rever os procedimentos de embarque e de bagagem com o objetivo de evitar os conflitos.
Racismo
O representante da Secretaria Nacional do Consumidor Vitor Ferreira disse que o Ministério da Justiça vai requisitar o diário de bordo do voo de Samantha para elaborar uma averiguação preliminar contra a Gol. Ferreira disse que o direito do consumidor é um direito fundamental e que não ficou claro como a passageira estaria ferindo os protocolos de segurança.
Ele explicou que recentemente o ministério editou normativo sobre o racismo nas relações de consumo, e disse que foram levantados 69 julgamentos judiciais similares ao de Samantha.
Reportagem – Sílvia Mugnatto
Edição – Roberto Seabra
Fonte: Câmara dos Deputados


MATO GROSSO
Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix
O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.
A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.
Sensação de insegurança e repercussão negativa
Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.
Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.
Fake news e manipulação política
A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.
Compromisso com transparência
Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.
A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.
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