POLITÍCA NACIONAL
Autoridades defendem acesso direto a dados de conexão de abusadores de crianças
POLITÍCA NACIONAL
Representantes do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF) defenderam nesta quarta-feira (24), em audiência pública da Comissão de Comunicação da Câmara dos Deputados, que as instituições tenham mais autonomia nas investigações de crimes sexuais contra crianças e adolescentes, incluindo o acesso direto a dados cadastrais e de conexão dos suspeitos. Atualmente, os dados de conexão só podem ser acessados após decisão judicial.
O debate foi proposto pela deputada Silvye Alves (União-GO), relatora do projeto de lei que define novas regras para a guarda e a transferência de dados de usuários por provedores de internet em caso de investigação de crimes contra crianças e adolescentes (PL 2514/15). O texto garante às instituições, por meio de requisição, acesso aos dados de conexão e cadastrais do usuário, independentemente de autorização judicial.
De acordo com a deputada, em 2023, a Safernet recebeu 71.867 novas denúncias de abuso e exploração sexual infantil. “A realidade é que essas condutas continuam a ser praticadas na internet por usuários de sites criminosos nas chamadas deep e dark web. Precisamos de uma resposta aqui do nosso legislativo para esse tipo de crime”, disse a relatora.
Delegada do departamento de Repressão a Crimes Cibernéticos da PF, Erika de Oliveira, que atua diretamente na repressão a esses crimes e no resgate das vítimas, criticou a dificuldade de acesso a dados de conexão dos suspeitos, além da lentidão de resposta dos provedores. “A gente quer ter meios e instrumentos adequados para conseguir os dados cadastrais de maneira célere, para que a gente consiga enfrentar realmente os crimes”, disse.
Para a delegada, os provedores devem ser obrigados a permitir o acesso aos registros conexão. “Hoje em dia esse dados não são considerados dados cadastrais e, por conta disso, são negados com alegação de que invadem a intimidade do indivíduo”, concluiu.
O procurador da República George Neves Lodder, do Ministério Público Federal, defendeu vários pontos do projeto em debate, como a autorização para que o Ministério Público e a polícia possam fazer diretamente a requisição de retirada de conteúdo envolvendo abuso sexual de crianças. Atualmente, a exclusão de conteúdo depende de autorização judicial.
Lodder também entende ser fundamental garantir aos órgãos de investigação acesso aos dados de conexão dos suspeitos sem necessidade de decisão judicial. “Eu acho interessante que a gente tenha, por exemplo, esse pedido dos dados de conexão e cadastrais formulados diretamente pelos órgãos”, pontuou.

Redes sociais
Em nome da Autoridade Nacional de Proteção de Dados, Rodrigo Santana falou sobre os riscos à privacidade por conta do compartilhamento de conteúdos com crianças pelos próprios pais nas redes sociais. “Temos que ter cuidado com os dados que nós colocamos nas redes sociais.”
Outro ponto crucial, segundo ele, é aumentar o controle do que os filhos fazem nas redes. Ele informou que 95% das crianças e adolescente de 9 a 17 anos são usuários de internet e 88% dos usuários de internet com essa idade reportaram ter perfil em redes sociais
“Outro dado também é que 16% dos usuários de 11 a 17 anos afirmaram ter recebido na internet mensagem de conteúdo sexual e 9% desses usuários afirmaram ter recebido pedido de foto ou vídeo em que apareceria nua”, disse.
Representantes de plataformas como a Microsoft e o Facebook (Meta) também participaram do debate e comentaram ações de prevenção adotadas para combater crimes dessa natureza, além de relatarem a disposição de colaborar com as autoridades.
“Nós não permitimos conteúdo ou atividades que explorem sexualmente ou coloquem em risco as crianças. Isso inclui também o conteúdo gerado por inteligência artificial”, disse Tais Niffinegger, do Facebook. “Sempre que tomamos conhecimento de alguma situação, denunciamos esse conteúdo diretamente ao NCMEC”, concluiu.
O NCMEC é uma organização sem fins lucrativos criada pelo Congresso dos Estados Unidos para centralizar denúncias sobre exploração infantil e reportar os casos diretamente às autoridades dos países.
Reportagem – Murilo Souza
Edição – Geórgia Moraes
Fonte: Câmara dos Deputados


MATO GROSSO
Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix
O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.
A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.
Sensação de insegurança e repercussão negativa
Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.
Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.
Fake news e manipulação política
A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.
Compromisso com transparência
Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.
A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.
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