POLITÍCA NACIONAL
Autoridades investigam emigração de jovens indígenas do Amazonas para a Turquia
POLITÍCA NACIONAL
A emigração de crianças e adolescentes indígenas do Amazonas para a Turquia chamou a atenção da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, que debateu o tema em audiência pública.
Autor do pedido para a realização da audiência, o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) disse que o interesse pelo caso veio após reportagem do jornalista Thalys Alcântara, do site Metrópoles.
Thalys detalhou aos deputados a apuração e a produção da notícia. Segundo ele, a Associação Humanitária Solidária do Amazonas foi criada em 2019 pelo turco Abdulhakim Tokdemir, que leva crianças e adolescentes indígenas do município de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, para a capital, Manaus, com o objetivo de apresentar a cultura e a religião islâmicas.
São Gabriel da Cachoeira é a maior cidade indígena do Brasil, com mais de 95% da população composta por povos originários.
“Esse grupo chega em São Gabriel da Cachoeira através de terceiros. Eles têm contatos com alguns indígenas que, no município, entram em contato com outras famílias para levar essas crianças e adolescentes. Tudo isso com a promessa de estudo. Esse grupo islâmico promete que vai dar estudo, que essas crianças e adolescentes vão poder fazer faculdade, ter uma vida melhor e os pais aceitam de forma informal que seus filhos sejam levados por essa instituição”, explica.
A diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Lúcia Alberta, alertou sobre como é feito o convencimento de pais e responsáveis para autorizar a ida de jovens indígenas pela instituição criada por Abdulhakim Tokdemir.
“O município de São Gabriel da Cachoeira é um município plurilíngue, então nós temos muitos indígenas que falam o português de uma forma assim bem precária mesmo, falam mais a sua língua nativa. E por conta disso, muitas vezes não entendem completamente essas propostas como receberam dos turcos.”
Segundo a Funai, uma visita técnica feita em setembro de 2022 à associação revelou que os jovens indígenas recebiam uma alimentação deficitária, sem proteínas. Eles também não podiam sair da instituição fora do horário escolar e somente eram autorizados a usar o celular às sextas e aos sábados.
Tráfico de pessoas
O deputado Amom Mandel (Cidadania-AM) cobrou ações de combate ao tráfico humano, principalmente na região Norte.
“Há décadas nós enfrentamos o tráfico humano, a exploração sexual de menores de idade, não só nesse município, mas em todo o Amazonas. E as autoridades brasileiras, as entidades, as instituições têm se omitido para resolver o problema”, relatou. “Embora os integrantes desses órgãos se dediquem, nós temos apenas um juiz no município de São Gabriel da Cachoeira, três ou quatro policiais, um pelotão especial de fronteira que tem dificuldades em receber suprimentos, por conta da dificuldade de logística, e assim por diante”.

Investigação
Delegada da Polícia Federal no Amazonas, Letícia Prado disse que as investigações sobre o caso envolvendo os jovens indígenas de São Gabriel da Cachoeira ainda estão em andamento. Segundo ela, seis brasileiros estão na Turquia, mas nem todos são indígenas. Letícia Prado informou ainda que, em fevereiro deste ano, 14 jovens e uma criança foram retirados da Associação Humanitária Solidária do Amazonas em Manaus e devolvidos para as famílias em São Gabriel da Cachoeira.
A Funai garantiu que vai acompanhar o retorno dos jovens ao convívio familiar, além de desenvolver políticas públicas com outros órgãos, como os ministérios da Educação e do Esporte.
Reportagem – Maria Suzana Pereira
Edição – Ana Chalub
Fonte: Câmara dos Deputados
GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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