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POLITÍCA NACIONAL

Comissão rejeita proposta que amplia faixas de consumo de água e luz com desconto para baixa renda

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POLITÍCA NACIONAL

Billy Boss/Câmara dos Deputados
Discussão e Votação de Propostas. Dep. Gilson Marques NOVO - SC
Gilson Marques: “Famílias beneficiárias passarão de 12,4 milhões para 23,7 milhões”

A Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados rejeitou o Projeto de Lei 1138/20, que amplia em 50% as faixas de consumo de energia elétrica e de água que dão desconto a famílias de baixa renda durante situações de emergência ou calamidade pública, como a pandemia de Covid-19.

Atualmente, famílias de baixa renda recebem descontos nas contas de luz e água que variam conforme o consumo mensal. Na tarifa social de energia elétrica, há 65% de desconto para até 30 quilowatts-hora (kWh); 40% de 31 kWh a 100 kWh; e 10% entre 101 kWh e 220 kWh. Na água, não há regra federal, e alguns estados beneficiam o consumo de até 10 metros cúbicos – acima disso, a tarifa é normal.

Ao recomendar a rejeição, o relator, deputado Gilson Marques (Novo-SC), avaliou que a eventual aprovação da proposta potencialmente resultará em contas de luz e água mais caras para todos os brasileiros, já que esses subsídios destinados às famílias de baixa renda são repassados aos consumidores por meio das tarifas.

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Atualmente, segundo Gilson Marques, o consumo médio de energia elétrica por uma família de baixa renda é de 124 kWh por mês, o que pelas regras atuais enseja um desconto de 10%. Pela proposta, o desconto previsto seria de 40%.

“Em cálculo direto simples, considerando o consumo médio dos beneficiados, caso a medida proposta já estivesse em vigor em 2020, o custo da tarifa social subiria de R$ 3,7 bilhões para R$ 14,8 bilhões”, observou o relator. “O aumento de R$ 11,1 bilhões teria de ser custeado pelos demais brasileiros”, continuou.

Base ampliada
Além disso, observou Gilson Marques, a Lei 14.203/21 incluiu como beneficiária da tarifa social de energia toda família inserida no Cadastro Único de Programas Sociais (CadÚnico) ou no Benefício de Prestação Continuada (BPC). “A base de famílias beneficiárias passará de 12,4 milhões para 23,7 milhões”, calculou ele.

Dado esse impacto da Lei 14.203/21, o dispêndio com a tarifa social de energia elétrica poderá aumentar para R$ 7 bilhões em breve, e o adicional previsto no projeto, caso estivesse em vigor na pandemia, levaria a conta para R$ 21 bilhões.

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“É nesse contexto de subsídios crescentes no setor elétrico, que incrementa os custos para o cidadão, que precisamos analisar essa proposta”, disse Gilson Marques. “Na tarifa da água, podemos apenas antecipar que muitas daquelas consequências também ocorreriam com a eventual aprovação”, afirmou.

Para a deputada Shéridan (PSDB-RR), autora do projeto, medidas de isolamento social, como aconteceu na pandemia de Covid-19, prejudicam duplamente as famílias – por queda na renda e aumento no consumo doméstico –, o que geraria a necessidade de rever os patamares de desconto nas contas de luz e água.

Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pelas comissões de Minas e Energia; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Saiba mais sobre a tramitação de projetos de lei

Reportagem – Ralph Machado
Edição – Roberto Seabra

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Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix

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O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.

Sensação de insegurança e repercussão negativa

Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.

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Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.

Fake news e manipulação política

A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.

Compromisso com transparência

Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.

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A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.

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