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POLITÍCA NACIONAL

Comissão vai buscar recomposição orçamentária da assistência social diante de risco de colapso do Suas

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POLITÍCA NACIONAL

Pablo Valadares/ Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Política Nacional de Assistência Social (PNAS) no Brasil.
Comissão vai pedir a aprovação de PEC que garanta recursos para o Suas

Deputadas da Comissão de Legislação Participativa da Câmara pretendem se reunir com o relator do Orçamento da União de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), e a equipe de transição do governo federal na tentativa de recompor imediatamente o corte de 95% nas despesas não obrigatórias do Sistema Único de Assistência Social (Suas). O anúncio foi feito nesta quarta-feira (9) pela deputada Erika Kokay (PT-DF), logo após audiência pública em que especialistas apontaram risco de colapso no atendimento à população mais vulnerável.

“Para que nós possamos traduzir o que foi discutido aqui e levar para quem tem poder para mitigar o verdadeiro desastre que é essa peça orçamentária no que diz respeito à assistência social, que dialoga todos os dias com o Brasil invisibilizado, com o Brasil profundo”, disse a deputada.

Na audiência, o Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) e o Fórum Nacional de Secretários de Estado de Assistência Social (Fonseas) denunciaram a fragilização do SUAS desde 2019.

A procuradora-regional da República Zélia Pierdona mostrou a gravidade da situação, sobretudo diante do aumento das filas nos Cras e Creas, que servem de centros de referência à população vulnerável, e dos 13,5 milhões de brasileiros que vivem na extrema pobreza, segundo dados do Banco Mundial.

Desfinanciamento
O presidente do Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social (Congemas), Elias Oliveira, afirmou que o SUAS “está entrando em colapso por desfinanciamento contínuo”. Como o orçamento do setor não entra nas chamadas despesas obrigatórias da União, Oliveira também criticou as escolhas orçamentárias do atual governo federal.

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“É inegável a importância da transferência de renda, mas com transferência de renda sozinha – sem equipamentos e unidades públicas capazes de oferecer proteção, acolhida e cuidado à população brasileira – nós estamos fadados ao fracasso. Orçamento é escolha e a escolha do governo foi não financiar: a compra de Viagra e de prótese peniana também não é obrigatória, mas se gastou mais com isso do que se gastou com assistência social”.

Teto na LDO
Representando o Ministério da Cidadania, a secretária nacional de assistência social, Maria Yvelônia Barbosa, explicou que as dotações de 2023 obedecem a tetos estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Mesmo classificando o sistema de “robusto”, Yvelônia admitiu a necessidade de recomposição no orçamento do SUAS diante de novos desafios.

“As próximas gestões precisam repensar essa rede, que já é robusta, mas que precisa se tornar ainda maior, já que hoje temos demandas – como as situações de proteção especial – em que verificamos que não é mais algo necessário apenas em municípios com mais de 20 mil habitantes”, disse.

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Integrante da Frente Nacional em Defesa do SUAS, Ana Lígia Gomes rebateu a qualificação de “rede robusta” e afirmou que a atual gestão regrediu o sistema aos padrões da década de 1990.

“É um sistema hoje desidratado, encolhido e com trabalhadores precarizados. Alguns chamam isso de ‘voucherização’. Queriam fazer isso com a saúde também: ‘pega o dinheiro e vai comprar’. Não são elas (as populações vulneráveis) que vão atrás de um aplicativo: elas precisam ser acolhidas, recebidas, escutadas”, disse.

Solução
Durante a audiência houve absoluto consenso em torno da defesa da proposta (PEC 383/17) que altera a Constituição para garantir recursos permanentes ao Sistema Único de Assistência Social. O texto está pronto para votação no Plenário da Câmara. Autor da proposta, o deputado Danilo Cabral (PSB-PE) é coordenador da Frente Parlamentar em Defesa do SUAS e disse que a medida é uma solução “estruturante” para evitar que o setor tenha que “passar o pires” todos os anos em busca de financiamento.

Outra organizadora da audiência, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), que é assistente social, criticou o “descaso e esvaziamento” da área no atual governo. Ela aposta na retomada das políticas de transferência de renda alinhadas a um conjunto de políticas públicas a partir de 2023.

Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Roberto Seabra

Fonte: Câmara dos Deputados Federais

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Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix

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O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.

Sensação de insegurança e repercussão negativa

Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.

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Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.

Fake news e manipulação política

A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.

Compromisso com transparência

Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.

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A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.

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