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POLITÍCA NACIONAL

Convidados avaliam liquidação de estatal brasileira que produz semicondutores

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POLITÍCA NACIONAL

Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Deputado Merlong Solano discursa no Plenário da Câmara
Merlong Solano cobrou uma decisão do TCU sobre a liquidação da empresa

A liquidação do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec) foi discutida em audiência na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (14).

Fundada em 2008, a Ceitec era uma empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia que atuava na área da informática, no segmento de semicondutores e circuitos integrados, e desempenhava papel no desenvolvimento da indústria de microeletrônica no País. Hoje a empresa está em processo de liquidação.

A liquidação, no entanto, está parada desde setembro, por decisão cautelar do Tribunal de Contas da União (TCU). Ainda assim, o Ministério da Ciência e Tecnologia realizou um processo para selecionar uma organização social para se responsabilizar por parte da fábrica de chip.

A Ceitec tem 36 patentes de invenção, 11 registros de desenho industrial, 8 projetos de microeletrônica e processos em desenvolvimento, que seriam transferidos para a organização social.

O diretor do Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação Digital da Secretaria de Empreendedorismo e Inovação do ministério, Henrique de Oliveira Miguel, lembrou que a decisão de liquidar a empresa foi tomada antes da pandemia e da guerra da Ucrânia, que provocaram impactos na produção global por falta de chips e provocaram incentivos de diversos países para a construção de fábricas de semicondutores.

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Na opinião do presidente da Associação dos Colaboradores da Ceitec, Silvio Luís Santos Júnior, a liquidação da empresa foi decidida sem que o governo compreendesse que aquela infraestrutura é única em funcionamento na América Latina. Entre os produtos feitos ali, estão sondas intracranianas e o teste PCR da Covid-19. Outras pesquisas tiveram que ser paralisadas.

“Em nenhum momento eu vi algum relatório que tratasse desses modelos e processos que estão lá dentro. Porque a gente consegue fazer processos reprodutivos. Nos laboratórios de pesquisa conseguimos fazer um e não repetir. No Ceitec a gente consegue repetir. O grosso do investimento já está pronto”, disse Santos Júnior. “Liquidar, desmobilizar a fábrica, é um erro.”

A proposta da associação é remover o Ceitec do Programa Nacional de Desestatização. “Porque ele precisa ser pensado na retomada, não na liquidação. O estrago que já foi feito é reversível.”

“Concluir a liquidação da Ceitec significa tirar o Brasil do seleto grupo de produção de semicondutores do ponto de vista mundial. É um equívoco”, reforçou o  ex-secretário estadual de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul Adão Villaverde.

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“Já foram mais de 162 milhões de produtos na área de microeletrônicos que já foram entregues pela Ceitec. A Ceitec faz entregas. A Ceitec não é um projeto despregado da realidade e das necessidades do mundo real lá fora”, acrescentou Villaverde.

O deputado Merlong Solano (PT-PI), que presidiu a audiência, lembrou que os Estados Unidos anunciaram mais de 50 bilhões de dólares em subsídios para reduzir a dependência da Ásia, que supre 80% da demanda global por semicondutores de silício.

“E nesse momento em que o Brasil vinha fazendo já, desde 2008, um esforço para conquistar autonomia na produção de semicondutores, o governo adota a partir de 2018 a decisão de liquidar, de extinguir a Ceitec”, lamenta o parlamentar.

Solano sugeriu que a Comissão de Ciência e Tecnologia cobre do Tribunal de Contas da União uma decisão em relação ao assunto.

O TCU foi convidado para participar da audiência nessa quinta, mas não enviou representante porque o processo ainda não foi analisado.

Reportagem – Luiz Cláudio Canuto
Edição – Natalia Doederlein

Fonte: Câmara dos Deputados Federais

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Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix

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O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.

Sensação de insegurança e repercussão negativa

Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.

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Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.

Fake news e manipulação política

A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.

Compromisso com transparência

Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.

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A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.

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