POLITÍCA NACIONAL
Debatedores defendem integração entre educação profissional e mercado de trabalho
POLITÍCA NACIONAL
Ao discutir a educação profissional e técnica em audiência pública na Câmara dos Deputados, especialistas ressaltaram a necessidade de aumentar a oferta de cursos e promover a interação entre escola e setor produtivo. Hoje no Brasil, apenas 11% dos jovens frequentam cursos técnicos, enquanto a média dos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de 38%.
Além disso, conforme a vice-presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE), Suely Menezes, há um descompasso entre o que o mercado de trabalho exige e a formação oferecida aos alunos.
Como isso, ocorre o que classifica como um paradoxo no mercado de trabalho brasileiro. Por um lado, 28% dos jovens estão desempregados. Por outro, 81% das empresas não conseguem preencher vagas que exigem alguma qualificação técnica.
“Tem vagas e tem alunos, só que esses alunos não conseguem preencher essas vagas. Nós não começamos pensando educação, temos que primeiro olhar o mercado, olhar a sociedade, olhar as tendências para poder desenhar os nossos currículos”, disse Suely Menezes.

Novo modelo
Outra maneira de melhorar a interação entre formação técnica e setor produtivo, segundo os especialistas, seria criar os chamados itinerários formativos. Nesse modelo de ensino, o aluno pode seguir uma mesma formação desde o ensino básico até os níveis superiores, de acordo com as próprias possibilidades, e adaptar essa formação às demandas do mercado ao longo do percurso.
O diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Felipe Morgado, destaca que a mudança tecnológica torna essa flexibilidade na formação indispensável.
“Existe um consenso de que o mundo do trabalho está sendo muito impulsionado pelas tecnologias, pela digitalização e pela sustentabilidade. O futuro do trabalho estando incerto, a gente tem de discutir mais carreira e menos aquela vaga, aquele posto no mercado de trabalho. A gente tem de fazer uma formação mais completa, temos de incentivar a aprendizagem ao longo da vida e engajar o setor produtivo nesse aspecto”, afirmou.
Inclusão social
Para o chefe de gabinete da Secretaria Executiva do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Gustavo Alves de Souza, a formação técnica também representa uma possibilidade de reduzir a vulnerabilidade social da juventude. Segundo Gustavo Souza, dos cerca de 96 milhões de brasileiros inscritos no cadastro único da assistência social, quase 14 milhões são jovens entre 16 e 24 anos.
Ainda de acordo com Souza, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social mantém cerca de 30 convênios com grupos econômicos dispostos a contratar pessoas inscritas no cadastro. No entanto, há necessidade de formação técnica dessa população para que seja contratada.
O deputado Prof. Reginaldo Veras (PV-DF), que propôs o debate na Comissão de Educação, considera fundamental oferecer formação a esses jovens do cadastro único para romper o ciclo familiar de pobreza e desigualdade.

“Quando o Bolsa Família nasceu lá atrás, ele tinha alguns critérios para receber, e as famílias tinham que dar algum retorno – vacinar os filhos, manter o menino na escola –, mas uma das etapas do Bolsa Família nunca efetivamente foi concretizada, que era a qualificação daqueles que dependiam [do programa]. Se a gente não conseguiu qualificar os pais, temos que criar mecanismos para qualificar os filhos. É a única forma de quebrar o ciclo vicioso da dependência do Estado, o ciclo vicioso da pobreza e da miséria”, disse o deputado.
De acordo com a diretora-presidente da Brasiltec, Cleunice Matos Rehem, pesquisas mostram que, quando um jovem é formado e ingressa no mercado de trabalho, a renda familiar aumenta em cerca de 38%.
Reportagem – Maria Neves
Edição – Pierre Triboli
Fonte: Câmara dos Deputados
GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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