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POLITÍCA NACIONAL

Debatedores sugerem medidas para combater o assédio sexual de jovens atletas

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POLITÍCA NACIONAL

Billy Boss/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Proteção de jovens contra o assédio e abuso sexual no esporte. Alexandre Montrimas - ex-goleiro
Montrimas defendeu a profissionalização dos “olheiros”

O silêncio das vítimas, que deixam de fazer denúncias com medo de perder oportunidades, é um dos entraves ao combate do assédio sexual a crianças e adolescentes no esporte.

Em audiência pública sobre o tema na Comissão do Esporte da Câmara nesta quinta-feira (19), os debatedores mostraram que providências como a disponibilização de canais de denúncias e a responsabilização das entidades esportivas podem melhorar a situação.

O ex-goleiro Alexandre Montrimas, que atuou por 20 anos e encerrou a carreira em 2015, já fez palestras em mais de 60 clubes sobre assédio sexual. Ele fala de uma situação recorrente: os “olheiros”, como são chamados os caçadores de talentos que param em cidades pequenas, escolhem os futuros atletas, e as famílias deixam os filhos irem atrás do sonho do sucesso, muitas vezes sem conhecer o histórico dessas pessoas.

Montrimas defende a profissionalização dos olheiros e é taxativo: segundo ele, não existe atleta ou ex-atleta que não tenha passado por uma situação de abuso.

Billy Boss/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Proteção de jovens contra o assédio e abuso sexual no esporte. Luciana Neder - Presidente da Federação de Jiu-jitsu do Rio de Janeiro
Luciana Neder criticou a lentidão nas investigações

Pedofilia
Situações de assédio fizeram a atleta Luciana Neder fundar, há dois anos, a Comissão de Direitos das Mulheres no Jiu-Jitsu. Em menos de dois anos, a entidade recebeu 103 denúncias, sendo três de pedofilia. A comissão ampliou a atuação para outras artes marciais, e Luciana afirma que o silenciamento das vítimas também é provocado pela lentidão nas investigações.

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“Quando as meninas fazem a denúncia, vão à delegacia, fazem o registro da ocorrência, há uma demora muito grande na solução desses casos. Então, esses treinadores continuam trabalhando e praticando seus crimes de assédio e violência. Enquanto isso, a mulher está afastada temporariamente e até para sempre do esporte”, relatou Luciana Nader.

Atletas invisibilizados
Para o representante do Conselho Federal de Psicologia, Rodrigo Acioli, é importante que as entidades esportivas contem com profissionais especializados para enfrentar a questão do assédio sexual. Ele ressalta que é preciso ter atenção não só com os atletas mais conhecidos, mas também com aqueles que treinam diariamente, mas não chegam às competições mais importantes.

“Esses também são atletas de grande preocupação, porque muitas vezes estão invisibilizados. Então, o acesso e o cuidado a eles às vezes se tornam um pouquinho mais difícil e às vezes não conseguem ter voz por não estarem nas grandes mídias, por não estarem nos pódios, então eles têm uma dificuldade maior de aparecer”, disse.

Billy Boss/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Proteção de jovens contra o assédio e abuso sexual no esporte. Dep. Roberto Alves REPUBLICANOS-SP
Deputado Roberto Alves, que pediu o debate sobre assédio no esporte

Esporte de base
A presidente do Grupo Ginástica Artística Paranaense, Márcia Bueno, pediu aos parlamentares apoio para dotar de mais estrutura os clubes de base, de onde normalmente saem os atletas profissionais. O deputado Roberto Alves (Republicanos-SP), que pediu a realização da audiência, respondeu.

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“A preocupação dessa comissão é com os atletas brasileiros. Independente se ele é profissional, se está iniciando agora, se ele é de um pequeno clube ou se ele é da várzea. Enfim, a nossa preocupação é com o atleta brasileiro”, disse o deputado.

A procuradora Luísa Rodrigues apresentou ações do Ministério Público do Trabalho como uma campanha de esclarecimento sobre os direitos dos atletas adolescentes e encontros com as categorias de base dos clubes de futebol. Ela apontou a informação como uma ferramenta importante para combater a violação de direitos no esporte.

“Conscientização sobre o que é o assédio sexual e a importância da educação sexual de crianças e adolescentes, no sentido de que eles entendam e identifiquem as situações de abuso e violência”, disse. Ainda segundo ela, por mais difícil que possa parecer, essas crianças e adolescentes muitas vezes, por falta de informação, não entendem o que está acontecendo. “Ficam em dúvida se aquilo é errado ou não é; elas se sentem com culpa, com vergonha e com vergonha e medo de denunciar”.

Durante o debate, a representante do Conselho Federal de Educação Física, Elizabeth de Souza, divulgou um folheto chamado “Protegendo o Esporte Contra o Assédio e o Abuso”, produzido pelo Comitê Olímpico Brasileiro, que está disponível na internet. O conselho também recebe denúncias online de assédio sexual no endereço www.confef.org.br.

Reportagem – Cláudio Ferreira
Edição – Roberto Seabra

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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