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Deputados constatam, presencialmente, o atraso na reparação de danos do crime socioambiental de Mariana

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Após três dias seguidos em cidades às margens do Rio Doce, em Minas Gerais, a comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha a repactuação dos acordos de reparação de danos da tragédia em Mariana constatou o drama da população diante do atraso de várias ações prometidas para a região. O crime socioambiental ocorreu em 5 de novembro de 2015 após o rompimento da barragem do Fundão – das mineradoras Vale, Samarco e BHP Billiton –, que deixou 19 mortos e espalhou lama com rejeitos de minério de ferro pelo Rio Doce, entre Minas Gerais e Espírito Santo.

Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Discussão e votação de propostas. Dep. Rogério Correa PT - MG
Correia: assembleia com atingidos foi emocionante

Os deputados acabam de fazer nova visita a Mariana (dia 24), local da tragédia, e a Governador Valadares (dias 25 e 26), uma das principais cidades mineiras afetadas pela lama tóxica. Houve reuniões nas Câmaras Municipais e diligências em alguns povoados. O coordenador da comissão, deputado Rogério Correia (PT-MG), resume o que viu na comunidade de Paracatu de Baixo, em Mariana.

“Nós verificamos lá que as famílias, até hoje, não têm moradia e moram de aluguel. Em Paracatu de Baixo, não há nada ainda do novo assentamento, nenhuma casa construída. Fizemos uma assembleia muito emocionante com mais de 400 atingidos: as pessoas reclamam que estão abandonadas e pediram muito apoio à nossa comissão externa”, conta.

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Também há atraso na construção da Nova Bento Rodrigues que deverá substituir o povoado inteiramente destruído pelo rompimento da barragem do fundão, em Mariana.

Mais de 300 km abaixo, pelo mesmo Rio Doce, a comissão ouviu depoimentos dramáticos de moradores de Governador Valadares, como foi o caso de Joelma Fernandes, moradora do povoado de Ilha Brava.

“O sofrimento se repete a cada enchente. O crime aconteceu em 2015, mas se perpetua até os dias de hoje porque, em cada enchente, vem o rejeito. Com o rio assoreado, qualquer tanto de água inunda as casas e destrói”.

Economia
O deputado Leonardo Monteiro (PT-MG) também lembrou dos impactos econômicos, sobretudo aos pescadores e agricultores familiares, que tiravam o sustento com recursos vindos do Rio Doce.

“A Ilha Brava foi uma região muito atingida aqui no município de Governador Valadares. E, na realidade, a gente percebe que o minério está aí na calha do Rio Doce. Toda vez que chove, esse minério transborda junto com a lama e prejudica toda a população. Que a gente possa sensibilizar no sentido de fazer um novo acordo que atenda às necessidades dos atingidos aqui do vale do Rio Doce”, .

Na semana anterior, os deputados já haviam realizado audiência na Assembleia Legislativa do Espírito Santo e visitas às cidades de São Mateus e Conceição da Barra, em regiões capixabas afetadas pelo rompimento da barragem do Fundão.

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Relatório
Em Brasília, também houve visita formal ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que, desde o ano passado, busca a repactuação dos acordos de reparação de danos socioambientais e econômicos assinados pelas mineradoras Vale, Samarco e BHP. O processo de repactuação surgiu diante do fracasso das ações de reparação previstas logo após o crime de Mariana, em 2015. A comissão externa da Câmara tem sido a interlocutora dos atingidos junto ao CNJ. Rogério Correia espera que o relatório final do colegiado, a cargo do deputado Helder Salomão (PT-ES), esteja pronto em pouco mais de um mês.

“A comissão externa está sendo útil. Helder Salomão já está se preparando para que a gente possa apresentar um relatório no fim de abril ou início de maio, a fim de colocar as reivindicações dos atingidos e da população que foi abandonada após o crime da Vale”.

Em reuniões com a comissão da Câmara, o responsável pela repactuação no âmbito do CNJ, Luiz Fernando Bandeira de Mello, prometeu buscar a “reinserção socioeconômica” dos atingidos.

Reportagem –  José Carlos Oliveira
Edição – Ana Chalub

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Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix

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O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.

Sensação de insegurança e repercussão negativa

Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.

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Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.

Fake news e manipulação política

A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.

Compromisso com transparência

Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.

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A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.

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