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Entidades defendem equipes multidisciplinares para realização de partos

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Entidades da enfermagem afirmaram que a maior participação de enfermeiras obstetras em processos de parto pode diminuir as mortes de gestantes no Brasil, durante audiência pública da comissão especial sobre violência obstétrica e morte materna da Câmara dos Deputados. Os participantes concordaram que a presença do médico não deve ser exclusiva na hora do parto, ou seja, é necessária uma equipe multidisciplinar.

De acordo com a presidente da Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras (Abenfo), Elisiane Bonfim, dados mostram que, entre países desenvolvidos, aqueles com maior número de enfermeiras obstetras nas equipes têm menos mortes maternas.

Para Elisiane, no Brasil falta incentivo público na especialização dos profissionais de enfermagem. “A gente observa aqui que havia 257 cursos de formação de enfermeiros obstetras no Brasil em 2022, dos quais 95% são ofertados por instituições privadas”, informou.

A coordenadora da Comissão Nacional de Saúde da Mulher do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Dannyelly Dayane Alves da Silva, disse que quase todas as causas de morte materna são evitáveis, e apontou o aborto como a principal causa. Por isso, a enfermeira defendeu o acesso gratuito a métodos contraceptivos, como o DIU, que já está disponível no SUS.

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Equipe multidisciplinar
Já para a presidente da Federação Nacional de Doulas do Brasil, Morgana Eneile, a morte materna e a violência obstétrica são problemas amplos e suas causas não se restringem a apenas uma categoria profissional. Segundo ela, sendo o parto realizado em casa ou em um hospital, o importante é que a mulher seja tratada com respeito e cuidado.

Morgana Eneile acredita que equipes multidisciplinares são essenciais para melhorar o atendimento às gestantes e, por isso, defendeu a aprovação do projeto de lei que regulamenta a profissão das doulas, responsáveis por dar apoio físico, emocional e informacional a mulheres durante a gravidez e o pós parto (PL 3946/21).

Violência obstétrica
A representante do Conselho Federal de Medicina, Marcela Montadon, disse que o Conselho repudia o desrespeito às mulheres, mas pediu que o termo violência obstétrica não seja utilizado, porque traz uma conotação negativa aos obstetras. Segundo ela, se a profissão for estigmatizada, cada vez menos médicos vão querer se especializar em obstetrícia.

A deputada Ana Pimentel (PT-MG) agradeceu a presença do Conselho Federal de Medicina na reunião e pediu mais participação e posicionamento da entidade quanto ao tema. “Existem várias práticas que são consideradas violência obstétrica e, infelizmente, elas estão presentes hoje em maternidades e estão presentes inclusive em hospitais universitários, onde deveriam estar aprendendo sobre cuidado. Precisamos falar sobre violência obstétrica, porque essas práticas estão presentes no cotidiano das práticas de saúde”, ‘ressaltou a deputada.

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O representante da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, Olímpio Barbosa de Moraes Filho, acredita que leis que restrinjam a atuação de médicos e enfermeiros, com o objetivo de diminuir as mortes maternas, podem piorar a situação e, por isso, pediu que a comissão também escute juristas sobre o assunto.

“Pela Organização Mundial de Saúde e pela Federação Internacional de Ginecologia, entidades não colocam como solução a criação de leis para criminalizar a falta de estrutura. A gente não acredita que a criminalização, não só dos médicos, mas de enfermeiros, vai melhorar a situação”, afirmou.

A relatora da comissão especial, deputada Any Ortiz (Cidadania-RS), vê a necessidade dr o colegiado visitar instituições de saúde em todas as regiões do Brasil para entender as realidades e demandas específicas de cada local.

Reportagem – Amanda Aragão
Edição – Marcia Becker

Fonte: Câmara dos Deputados

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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