POLITÍCA NACIONAL
Especialistas defendem ocupação estratégica das cidades para evitar desastres
POLITÍCA NACIONAL
As inundações no Rio Grande do Sul voltaram a ser tema de audiência na Câmara dos Deputados. Reconstrução, adaptação às mudanças climáticas, retirada de gases de efeito estufa da atmosfera, plantio de árvores, moradia e geração de empregos foram alguns dos pontos abordados no debate realizado nesta quarta-feira (15), na Comissão de Legislação Participativa, a pedido das deputadas Fernanda Melchionna (Psol-RS) e Talíria Petrone (Psol-RJ).
No encontro, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, afirmou que a crise mostra a necessidade de estratégias que não são exclusivas do setor ambiental e chamou a atenção para o tipo de ocupação das cidades brasileiras, especialmente das áreas de risco.
“Historicamente as pessoas ocupam por vários motivos. Um deles é porque o terreno é mais barato. A população mais pobre acaba se sujeitando a isso, às vezes em uma área pública, em uma área sujeita a risco. Às vezes, são levadas por políticas públicas equivocadas, por processos de grilagem”, afirmou Agostinho.
O professor do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Rualdo Menegat também aconselhou a pensar melhor o desenvolvimento das comunidades urbanas, que deverão estar preparadas para enfrentar as adversidades que virão pela frente.
Habitação e emprego
A deputada estadual no Rio Grande do Sul Luciana Genro (Psol) defendeu programas habitacionais que repensem a própria cidade. “A tragédia pode ser um momento de aumento da segregação espacial. Porto Alegre é uma das cidades mais segregadas do Brasil, onde pessoas negras e pobres estão mais distanciadas da zona central da cidade”, lamentou. “Ao mesmo tempo, temos imóveis privados e públicos vazios. O anúncio do governo de que vai adquirir imóveis para as pessoas que ficaram desabrigadas é importante”, salientou.
Outra preocupação manifestada na audiência foi quanto ao desemprego. Camelôs, por exemplo, estão sem ter onde trabalhar, uma vez que o centro de Porto Alegre foi inundado, como lembrou o vereador na capital gaúcha Roberto Robaina (Psol).
Urgências
Em sua fala, Fernanda Melchionna criticou o “negacionismo climático” e o desmonte da legislação ambiental brasileira. Ela também anotou as sugestões recebidas na audiência, mas ressaltou que ainda há questões urgentes a serem resolvidas. “A água, a assistência. É preciso lutar para que não parem as doações. Muita gente ainda está fora de casa.”
Na avaliação da deputada Talíria Petrone, só quando a água baixar vai ser possível saber o tamanho da tarefa necessária para garantir a vida da população. “Há pessoas que perderam tudo: sua memória, seus amores, seus animais de estimação, seu vínculo com a história. E no caminho que estamos este não será um caso excepcional”, disse.
Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Ana Chalub
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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