Search
Close this search box.
CUIABÁ

POLITÍCA NACIONAL

Governo e deputados buscam urgência na implementação do Plano de Transformação Ecológica

Publicados

POLITÍCA NACIONAL

O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Rafael Dubeux, afirmou nesta terça-feira (14), na Câmara dos Deputados, que conta com o apoio do Congresso Nacional para acelerar a implementação do Plano de Transformação Ecológica. Anunciado pelo Brasil durante a Conferência do Clima de Dubai (COP-28) em dezembro, o plano de desenvolvimento econômico ambientalmente sustentável tem várias ações que passam pela análise de deputados e senadores e outras que serão apresentadas até a COP-30, prevista para Belém, no próximo ano.

A tragédia de inundações no Rio Grande do Sul e a sucessão de eventos climáticos extremos exigem urgência nessas ações, disse Dubeux em audiência na Comissão Especial sobre Transição Energética.

“Uma parcela da mudança do clima já está contratada pelo que a gente emitiu anos atrás. A gente precisa lidar com esses fenômenos extremos, com vetores de doenças indo para regiões que não costumavam ir, com impactos na agricultura e no setor de energia, como foi agora no Rio Grande do Sul. Isso traz a urgência para a agenda de adaptação à mudança do clima”, afirmou.

Objetivos do plano
Os três principais objetivos do Plano de Transformação Ecológica envolvem a redução das emissões de gases do aquecimento global nas atividades produtivas; a geração de “empregos verdes”, ou seja, com menor impacto ambiental; e maior equilíbrio na distribuição de renda.

Estão previstas 100 ações divididas em seis eixos. Em “finanças sustentáveis”, por exemplo, espera-se ampliar o volume de recursos públicos e privados em atividades econômicas menos poluentes. Para isso, o governo conta com a regulação do mercado de carbono (PL 2148/15), já aprovada na Câmara e agora em análise no Senado, e com o Programa Eco Invest Brasil, previsto em medida provisória (MP 1213/24).

Leia Também:  Proposta destina R$ 231,7 milhões para ações do Ministério da Justiça

Quanto ao eixo de “transição energética”, Rafael Dubeux agradeceu à Câmara pela aprovação das propostas sobre hidrogênio verde (PL 2308/23) e “combustíveis do futuro” (PL 528/20), que também aguardam votação no Senado.

“No ano passado, 93% da eletricidade do Brasil veio de fontes renováveis. Essa é a meta dos países ricos para o final da próxima década e já é uma realidade de hoje do Brasil”, disse. “Aqui no Brasil, os biocombustíveis representam 23% do total, mais do que o dobro dos países do G20. E, mais do que a situação atual, são as oportunidades colocadas para o Brasil na área da transição energética que podem ser vetores de crescimento de longo prazo para a gente concluir a descarbonização da matriz energética e exportar o excedente de energias renováveis”.

Segundo Dubeux, simulações do Banco Mundial apontam que medidas previstas no Plano de Transformação Ecológica tendem a contribuir com crescimento de 2,2% no PIB, redução de 1,2% no desemprego, aumento de 25% na renda real da população mais pobre e geração de receita de R$ 40 bilhões a R$ 120 bilhões até 2030 no Brasil. Projeções da UFRJ preveem que o conjunto de medidas pode reduzir as emissões de CO2 em 1 gigatonelada por ano.

Leia Também:  Lira afirma que vai discutir com líderes projeto que estabelece piso salarial da enfermagem

“O volume total de investimentos em solar e eólica ultrapassou o de óleo e gás pela primeira vez. A gente precisa que essa virada seja mais rápida para dar conta da crise climática”.

Os outros quatro eixos do Plano de Transformação Ecológica são os de “tecnologias estratégicas”, “bioeconomia e sistema agroalimentar”, “economia circular” e “nova infraestrutura verde e adaptação às mudanças climáticas”. O deputado Leônidas Cristino (PDT-CE) destacou a urgência do eixo de nova infraestrutura verde diante do atraso dos municípios na adaptação ao grande volume de eventos climáticos extremos.

O deputado Fernando Mineiro (PT-RN) elogiou o plano do governo e destacou que o debate precisa ser ampliado para todo o Congresso, sobretudo diante da tentativa de algumas bancadas aprovarem projetos de lei que vão no sentido contrário da transformação ecológica. O presidente da Comissão Especial sobre Transição Energética, deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), também elogiou o plano.

“Essa comissão defende políticas de Estado que transcendam polarizações momentâneas e identifiquem um rumo de desenvolvimento para o Brasil. O Brasil não é algoz ambiental e tem vantagens competitivas e comparativas para pleitear ser o líder da economia de baixo carbono”, disse o deputado.

O secretário executivo do Ministério da Fazenda concordou, acrescentando que “transformação ecológica é oportunidade e não custo”.

Reportagem –  José Carlos Oliveira
Edição – Ana Chalub

Fonte: Câmara dos Deputados

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

Publicados

em

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

Leia Também:  Líder do governo diz que novo regime fiscal garante crescimento econômico e controle de gastos; acompanhe

 

Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

Leia Também:  Comissão realiza audiência sobre a preparação para os Jogos Olímpicos de Paris

E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

CUIABÁ

VÁRZEA GRANDE

MATO GROSSO

POLÍCIA

MAIS LIDAS DA SEMANA