POLITÍCA NACIONAL
Justiça climática e combate ao negacionismo serão focos da próxima Virada Parlamentar Sustentável
POLITÍCA NACIONAL
A busca de justiça climática e o combate ao negacionismo estarão presentes na próxima edição da Virada Parlamentar Sustentável, prevista para junho. O evento surgiu em 2023, quando 65 organizações da sociedade civil promoveram 35 audiências e seminários no Congresso Nacional, visando mobilizar os parlamentares em torno da agenda de desenvolvimento sustentável e bem-estar social.
Na apresentação do relatório dessas atividades, a coordenadora da Frente Parlamentar de Transição Climática Justa, deputada Socorro Neri (PP-AC), elogiou a mobilização da sociedade civil em busca de “compromisso coletivo com um futuro mais sustentável”.
“Essa iniciativa tem sido uma força propulsora das mudanças necessárias na política socioambiental brasileira para que aponte para um futuro em que o Brasil possa assumir a liderança global pelo exemplo. De forma coletiva, precisamos atuar com inteligência, estratégia e forte mobilização para vencer obstáculos, em especial, esse negacionismo presente no debate no Congresso Nacional”, disse a deputada.
Pauta ambiental
O coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Nilto Tatto (PT-SP), deu exemplos do que avalia ser influência do negacionismo na pauta legislativa. “A gente corre muito risco aqui dentro, como vimos com o marco temporal e com a pauta dos agrotóxicos. E, se não tomarmos muito cuidado, vai haver retrocesso muito grande na Lei do Licenciamento Ambiental”, afirmou.
Diante da sucessão de eventos climáticos extremos, Tatto citou algumas das prioridades da pauta ambiental, visando a produção de bens e serviços com menos emissão de gases poluentes.
“A agenda positiva que precisamos discutir é de transição energética, biocombustíveis, mercado de carbono e ter essa agenda como ferramenta para a gente fazer a lição de casa. Não queremos simplesmente esverdear a economia: a gente quer enfrentar as desigualdades e fazer com que tenha distribuição de renda”, explicou o deputado.
Nilto Tatto disse que vai buscar o apoio de outras frentes parlamentares e comissões temáticas da Câmara dos Deputados e do Senado na articulação da Virada Parlamentar Sustentável.

Um dos organizadores do evento, o coordenador de Política Socioambiental do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), Marcos Woortmann, defendeu a aprovação das propostas de Lei do Mar (PL 6969/13), apoio à adaptação climática dos municípios (PL 4129/21), inclusão dos temas de segurança climática na Constituição (PEC 37/21) e regulamentação da reforma tributária com garantia de recursos para a proteção ambiental.
Em 2023, a virada abordou 88 propostas legislativas em debates ligados a 15 dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Woortmann comemorou a participação de 27 parlamentares, 9 ministérios e 16 secretarias nacionais na mobilização da sociedade civil. “O que mais nos traz profunda confiança de que construímos algo valioso é ter toda a presença da sociedade civil aqui conosco, construindo este novo momento, que agora se reinicia. Tenho certeza de que, após a virada do ano passado, todos nós somos mais cidadãs e cidadãos nesta [nova edição] que estamos construindo.”
Alerta dos cientistas
Assessora para pautas das mulheres negras, pobreza e injustiça ambiental do Ministério das Mulheres, a arquiteta e ecologista Dulce Pereira reforçou o foco da próxima virada sustentável no combate ao negacionismo.
“Eu sou da geração de pesquisadores que, há quatro ou cinco anos, eram considerados loucos quando falávamos da aceleração dos processos que acontecem na Terra. Éramos considerados antinacionalistas quando dizíamos que a nossa contaminação na Amazônia estava acabando com a possibilidade de vida qualificada em alguns países do Caribe. Éramos considerados irresponsáveis quando mostrávamos o nível de contaminação dos corpos de mulheres e homens atingidos por crimes ambientais. Esse negacionismo da ciência nos leva a um estado de obscurantismo em relação à própria construção do futuro”, afirmou.
Jovens pelo Clima
Integrante da organização Jovens pelo Clima, Yan Coelho garantiu a participação da juventude nessa mobilização. “Queremos funcionar como uma ferramenta para que possamos, de fato, transformar o País, porque reconhecemos a importância da juventude neste período de mudanças. É trazer a juventude para dentro da Casa do Povo, que é o Congresso Nacional”, disse.
Ao longo do ano, a Virada Parlamentar Sustentável também pretende monitorar o avanço da agenda legislativa socioambiental por meio de dados e análise de riscos.
Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Pierre Triboli
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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